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Samsung quer dar um CTRL+C, CTRL+V no seu cérebro e criar um chip de computador

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 28 de Setembro de 2021 às 12h56

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Reprodução/Samsung
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Já imaginou como seria “copiar e colar” as informações contidas no seu cérebro em um chip de computador? Parece roteiro de mais um episódio da série Black Mirror, mas é apenas a Samsung anunciando que pretende dar um "Ctrl+C, Ctrl+V" no seu mapa de conexão neuronal e transferi-lo para dispositivos neuromórficos 3D.

Em vez de implantar minúsculas placas de silício na cabeça das pessoas, a empresa quer desenvolver um órgão artificial tridimensional e “colar” nele as informações coletadas da memória. A ideia é construir um chip com características que se aproximem do cérebro, como facilidade de aprendizagem, adaptação ao ambiente, autonomia e cognição.

“Como o cérebro humano tem cerca de 100 bilhões de neurônios e cerca de mil vezes mais conexões sinápticas, o chip neuromórfico final exigirá cerca de 100 trilhões de unidades de memórias”, explica o engenheiro do Samsung Advanced Institute of Technology (SAIT) Donhee Ham.

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Do cérebro para o SSD

Com essa nova tecnologia, os engenheiros pretendem usar nanoeletrodos para registar os sinais elétricos dos neurônios. Essas gravações poderiam ser utilizadas para criar um mapa neuronal, mostrando em que parte do cérebro humano essas células se conectam umas com as outras.

Após ser copiado por completo, esse mapa neuronal pode então ser “colado” em uma rede tridimensional de memórias não voláteis — como dispositivos flash comerciais, usados em SSDs ou em memórias de acesso aleatório resistivo (RRAM).

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“Uma rede de memórias não voláteis especialmente projetadas pode aprender e expressar o mapa de conexão neuronal quando conduzida diretamente pelos sinais registrados intracelularmente. Este é um esquema que baixa diretamente o mapa de conexão neuronal do cérebro para o chip de memória”, acrescenta Ham.

Inteligência artificial

Segundo a Samsung, essa abordagem é um retorno às tentativas de fazer a engenharia reversa do cérebro, que teve início com a chegada da engenharia neuromórfica na década de 1980. A ideia agora é usar essa tecnologia para desenvolver sistemas de inteligência artificial (IA) que se comportem como cérebros de verdade.

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Ao integrar um número tão vasto de memórias em um único chip, os pesquisadores esperam criar dispositivos capazes de aprender novos conceitos e se adaptar a mudanças de condições conforme a situação a que são expostos, ultrapassando os limites dos sistemas atuais de aprendizagem de máquina.

“No futuro, pretendemos desenvolver uma inteligência artificial de nível superior e mais semelhante à humana, com aplicações reais vinculadas a uma interface cérebro-computador, permitindo que um usuário comum controle as máquinas com comandos de sua mente”, prevê Donhee Ham.

Fonte: Samsung