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É possível desenvolver a Siri sem invadir privacidade dos usuários, diz Apple

Por| 11 de Setembro de 2017 às 12h30

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É possível desenvolver a Siri sem invadir privacidade dos usuários, diz Apple
É possível desenvolver a Siri sem invadir privacidade dos usuários, diz Apple
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Não é novidade para ninguém que a Apple deseja incluir sua assistente de voz, a Siri, cada vez mais na experiência com o iOS. E um dia antes da provável revelação de uma nova versão do sistema operacional, que terá esse como um de seus principais destaques, a Maçã veio a público dar mais detalhes sobre como o sistema evoluiu de uma simples ajuda sonora para uma inteligência artificial arrojada que, cada vez mais, estará no centro dos equipamentos da empresa.

Nas declarações do vice-presidente de marketing da Apple, Greg Joswiak, uma coisa fica clara – a privacidade dos usuários é de extrema importância. É justamente por isso que, afirma ele, a companhia decidiu seguir por caminhos diferentes que os de concorrentes do mercado mobile, investindo em processamento local, de forma desconectada, e não no poder da nuvem, com envio de informações. O resultado não apenas satisfez à Apple e aos usuários, mas também criou o que a companhia cita como a melhor entre todas as opções do mercado.

A mágica acontece sob o capô e com uma bela ajuda da integração entre hardware e software rodando em dispositivos que vão desde o robusto iPad Pro até o Apple Watch, passando, claro, pelos iPhones. Com exceção do sistema de reconhecimento de voz, a maioria das características principais das ordens feitas à Siri são processadas localmente, o que garante resultados melhores, personalizados e mais rápido.

A plataforma de reconhecimento facial, o aceso à agenda de compromissos, contatos e outros são acessados localmente, pela própria Siri. Os comandos de voz são reconhecidos por ela também no próprio dispositivo e enviados para a nuvem de forma totalmente anônima, para leitura e entendimento do que está sendo pedido. Os dados, então, retornam e, localmente de novo, são integrados às solicitações específicas feitas pelo usuário, de forma a entregar o resultado que ele precisa.

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É justamente para garantir esse funcionamento que a companhia mantém um grande time de especialistas em inteligência artificial trabalhando diretamente com a equipe que desenvolve o iOS. A cada atualização, não são apenas novas interfaces e opções adicionadas, mas também uma série de novos mecanismos de machine learning, análise de dados e outros aspectos rodando completamente a partir do hardware dos próprios dispositivos.

O resultado desse trabalho, para a Apple, veio acompanhado de uma percepção de que é possível fazer tanto, ou até mais, com o uso de soluções desconectadas. Não é, logicamente, uma noção de que a nuvem não é tão poderosa assim, mas sim, de que não é preciso colocar a privacidade dos usuários em risco para que os recursos de cloud computing sejam utilizados à máxima potência, quando os próprios dispositivos nos bolsos das pessoas são capazes de fazer o mesmo de forma muito mais protegida.

Exatamente por isso, a Apple se viu capaz de usar seus servidores online para melhora dos algoritmos de reconhecimento, em vez de processamento. São armazenados nos servidores os últimos seis meses de pedidos dos usuários, de maneira anônima. A maioria deles é deletado depois desse período, mas solicitações relacionadas a marcas, eventos ou nomes, além daquelas que possam conter expressões idiomáticas ou sotaques, são encaminhadas para o time de melhoria da inteligência artificial, para que possam ser analisadas e usadas no aprimoramento da escuta.

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Isso tudo se traduz não apenas em um entendimento melhor das ordens do usuário, mas também em sugestões de aplicativos, notícias, eventos e informações que interessem no dia-a-dia. Como afirma Joswiak, “o treinamento acontece nos servidores, mas a prática só se dá no dispositivo de cada usuário”, sendo também exclusiva para cada um deles, além de totalmente fechada e desconectada.

Todo esse trabalho, como aponta o executivo, só é possível devido ao fato de a Apple controlar não apenas os servidores, mas também o software e o hardware. Essa integração completa permite o máximo de otimização, de forma que os experimentos de inteligência artificial aconteçam sem prejudicar a performance do dispositivo. Desde o início, os sistemas são criados para que permitam todo esse trabalho.

É um processo que começou há apenas dois anos, apesar de a Siri ter sido lançada, originalmente, em 2011. É fruto de uma nova abordagem dada pela Apple, que, agora, chega em sua nova etapa, com a assistente tomando um assento de muito mais destaque no sistema operacional e, acredita a empresa, entregando as informações que o usuário precisa antes mesmo de ele realizar o pedido.

Fonte: Fast Company