Vodca feita de dióxido de carbono? Isso já é realidade nos EUA
Por Gustavo Minari | Editado por Douglas Ciriaco | 18 de Maio de 2022 às 17h30
A startup Air Company, com sede em Nova York, nos Estados Unidos, está produzindo vodca feita com dióxido de carbono. A empresa transforma as emissões de CO2 — um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa — em um tipo de álcool potável.
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Segundo seus criadores, é possível obter etanol destilado puro tendo apenas como ingredientes principais o dióxido de carbono, água e energia solar. Além da “Air Vodka”, a empresa utiliza o mesmo processo para produzir perfumes e desinfetantes para as mãos.
“Obviamente, é muito melhor para o planeta, pois estamos removendo CO2 da atmosfera direto para cada garrafa que criamos. Espero que o que estamos fazendo agora possa inspirar outras pessoas na tentativa de reverter as mudanças climáticas”, explica o CEO e cofundador da Air Company Gregory Constantine.
Vodca de CO2
Além de ser responsável por uma grande quantidade de emissões de dióxido de carbono, o processo de destilação do álcool à moda antiga utiliza água em excesso — cerca de 35 litros de água são necessários para fazer apenas um único litro de etanol destilado.
O sistema desenvolvido pela Air Company usa eletrólise para separar o hidrogênio e o oxigênio da água. Utilizando um reator de conversão de carbono para o CO2 capturado, é possível refinar o etanol até que ele se torne uma espécie de licor portável, que ao ser misturado com água, se transforma em vodca.
“O próximo passo será iniciar nossa transição de tecnologia para outros setores industriais, para podermos realmente ter um enorme impacto na escala de produção, desenvolvendo novos produtos a partir das emissões de dióxido de carbono”, acrescenta Constantine.
Quanto custa?
O preço da Air Vodka é algo que seus inventores ainda precisam melhorar. Uma garrafa de 750 ml custa nos Estados Unidos US$ 65 (aproximadamente R$ 320 na cotação atual), um valor salgado até mesmo para os padrões dos consumidores estadunidenses.
Além de despertar a consciência ambiental, a fabricante diz que a vodca feita com CO2 foi idealizada para servir como um “cartão de visitas” da empresa, que pretende atrair novos investimentos para o desenvolvimento de outros produtos baseados nas emissões de gases de efeito estufa como matéria-prima.
“A Air Vodka para nós é realmente uma porta de entrada para todos os outros produtos que estamos desenvolvendo e comercializando e, em seguida, para as aplicações industriais até onde nossa tecnologia de aproveitamento do dióxido de carbono possa nos levar”, encerra Gregory Constantine.