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Vale começa a operar frota de caminhões autônomos em suas minas

Por| 13 de Setembro de 2018 às 10h59

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Caterpillar
Caterpillar

A Vale será a primeira companhia do Brasil a ter uma mina operando somente com caminhões autônomos. Os veículos circulam fora das estradas, entre a própria unidade de mineração e a usina de beneficiamento, transportando minério de ferro. Hoje, já são sete veículos operando desta maneira e a ideia é ter a frota completa, com 13 máquinas, rodando sem motoristas já no começo do ano que vem.

O projeto está sendo desenvolvido na mina Brucutu, no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais, e é decorrente de seis anos de pesquisas e testes. Mais do que isso, é parte de uma iniciativa para transformar a Vale no que chamam de Indústria 4.0, permitindo maior integração entre as sucursais mundiais e um aumento na produtividade, simplificando processos e reduzindo os custos.

A robotização, claro, é parte desse programa, que também envolve o uso de apps, inteligência artificial, ferramentas de análise de dados, machine learning e outras tecnologias. Os veículos autônomos em circulação na operação de Brucutu são apenas parte de um trabalho maior, que começou em 2016 e é chamado de o maior projeto de modernização da empresa desde sua fundação.

Sobre os caminhões autônomos em si, o maior benefício citado está relacionado a um aumento na vida útil das máquinas, que a companhia espera ser de 15%. Junto com esse aspecto, vem também uma queda de 10% no consumo de combustível e nos custos de manutenção, uma vez que, ao serem operados por máquinas, os veículos trabalham de forma otimizada, o que também resulta em um volume mais baixo de emissões de CO2 e outros gases.

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Simultaneamente, por conta da já citada otimização, aumentou a velocidade média dos caminhões, o que fez crescer a produtividade, na mesma medida em que caíram os acidentes. A mineradora enxerga isso como um reflexo da presença de menos gente nas atividades de extração e menor proximidade entre os funcionários e os veículos pesados.

De acordo com a Vale, nenhum funcionário foi demitido como parte desse processo de mecanização. Enquanto um time de pessoas continua responsável pela operação dos caminhões (à distância, trabalhando em escritórios remotos e supervisionando o processo), os motoristas e outros envolvidos na direção e manutenção original dos veículos foram recolocados em outras áreas da própria mina. Parte da equipe, por exemplo, hoje faz parte do time de gestão dos equipamentos autônomos.

Protocolos e inovação

As informações divulgadas pela Vale falam de um sistema que não é tão complexo quanto o que vemos rodando em carros autônomos de passeio, mas que não deixa a segurança de lado. Os caminhões rodam em caminhos predeterminados, transportando o minério de ferro de um ponto a outro. Ao detectarem obstáculos ou imprevistos, ficam parados até serem liberados manualmente por um operador.

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Isso envolve não apenas a presença de obstáculos, outros veículos, deslizamentos e objetos de grande porte na pista, mas também seres humanos e animais, bem menores em escala. Assim, diz a Vale, o índice de acidentes também caiu, bem como a exposição dos colaboradores a riscos ocupacionais, apesar de um número nesse sentido não ter sido divulgado.

O projeto em Brucutu ainda é um piloto que servirá para entender como a tecnologia autônoma pode ser utilizada em todas as operações da Vale. O motivo para isso é o alto investimento envolvido, com a ideia sendo aplicar o uso de veículos autônomos nas unidades de maior valor produtivo e ritmo de extração, com as minas de baixo volume permanecendo com os caminhões e motoristas convencionais.

A mina de Brucutu é a maior de Minas Gerais e a segunda maior do país, ficando atrás apenas de Carajás, no Pará. Com reservas estimadas em 650 milhões de toneladas, o local foi inaugurado em outubro de 2006 e já foi considerado o maior do mundo em capacidade inicial de produção implantada. São mais de oito mil pessoas trabalhando por lá.

Fonte: Vale