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Novo método usa modelos 3D para reduzir os erros na identificação de suspeitos

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 28 de Agosto de 2021 às 16h30

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Rawpixel/Envato
Rawpixel/Envato

Pesquisadores da Escola de Psicologia da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, desenvolveram um novo software que permite que testemunhas oculares girem representações em 3D do rosto de suspeitos em vários ângulos para facilitar os processos de identificação de criminosos.

Geralmente, a polícia utiliza sistemas de reconhecimento com imagens 2D que possuem apenas planos frontais ou de perfil dos suspeitos. O problema é que nem sempre esses ângulos limitados correspondem ao ponto de vista da testemunha que presenciou o crime, podendo levar a uma condenação injusta.

“Trabalhamos em estreita colaboração com a polícia para desenvolver um procedimento interativo que funcione com os atuais sistemas de identificação. O software é um avanço significativo na melhoria da precisão das identificações de testemunhas oculares”, afirma a professora de psicologia forense Heather Flowe, autora do estudo.

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Precisão

Os pesquisadores recrutaram 3 mil “testemunhas” voluntárias para testar a capacidade do novo sistema de reconhecimento. Após assistir a um vídeo de um crime fictício, as testemunhas compararam imagens do criminoso com fotografias de rostos semelhantes. Um grupo poderia girar as imagens com a nova tecnologia, e outro grupo não.

Segundo os cientistas, a precisão na identificação melhorou consideravelmente quando os voluntários puderam girar o rosto do suspeito para combinar com o ângulo exato de onde presenciaram a cena do crime. Eles também descobriam que as testemunhas colocaram as fotos na melhor posição de reconhecimento sem serem instruídas para isso.

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“Sabemos que a recuperação de memórias depende se o contexto é semelhante ao período em que essa memória foi formada. Os experimentos que realizamos mostram isso na prática. Nossos participantes buscaram ativamente um ângulo mais familiar da imagem para ajudá-los a recuperar informações da memória”, acrescenta a também professora de psicologia forense Melissa Colloff, coautora do estudo.

Culpado ou inocente

De acordo com dados do Project Innocence, a identificação incorreta de suspeitos é a maior causa de condenações injustas nos Estados Unidos. Segundo o levantamento, desde 1989, 365 condenações equivocadas foram anuladas com base em novas evidências e testes de DNA.

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No Brasil ainda não existe um estudo oficial de quantas pessoas foram condenadas injustamente devido a falhas no sistema de reconhecimento de suspeitos. Segundo o IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), o preconceito e a falta de métodos isentos de identificação aumentam as chances de mandar uma pessoa inocente para a cadeia.

“Essa nova tecnologia pode ser um primeiro passo para uma identificação melhor e mais confiável de testemunhas oculares e para a redução de condenações injustas. Observar o rosto de um suspeito em diversos ângulos minimiza erros e ajuda a ativar a memória para um reconhecimento mais eficiente”, encerra a professora Heather Flowe.

Fonte: University of Birmingham