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Inteligência artificial "apaga" edifícios inteiros de imagens ao vivo

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Agosto de 2022 às 09h38

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 saoirse2010/Envato
saoirse2010/Envato

Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, desenvolveram um novo sistema de aprendizagem de máquina capaz de remover edifícios virtualmente de uma imagem ao vivo. Basta apontar o tablet ou celular para a paisagem para que o algoritmo apague o prédio do cenário.

Segundo os cientistas, essa “demolição” virtual é possível graças ao uso de redes generativas adversárias (GAN, na sigla em inglês) executadas em um servidor remoto e depois transmitidas em tempo real para um dispositivo móvel que pode estar a quilômetros de distância.

“Nosso método permite que os usuários entendam intuitivamente como será o cenário futuro, contribuindo para reduzir drasticamente o tempo e o custo para formar um consenso sobre a demolição real o que, geralmente, envolve a participação de várias partes interessadas”, explica o professor de engenharia civil Takuya Kikuchi, autor principal do estudo.

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Streaming do futuro

Para gerar uma imagem em realidade aumentada, que pudesse ser exibida em tempo real por qualquer dispositivo móvel, todo o processamento é feito remotamente por um servidor dedicado. Isso garante que equipamentos comuns possam ser usados no local onde está o edifício que será apagado virtualmente.

Como é preciso acelerar o algoritmo para que ele possa renderizar uma imagem ao vivo, os pesquisadores utilizaram uma técnica conhecida como segmentação semântica. Esse método permite que o modelo de aprendizado profundo classifique as imagens pixel a pixel, ao contrário de sistemas convencionais que fazem essa detecção usando objetos em 3D.

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“Os algoritmos GAN usam duas redes neurais concorrentes, uma geradora e outra discriminadora. A geradora é treinada para criar imagens mais realistas, enquanto a discriminadora distingue se a imagem é real ou produzida artificialmente. Ao aprender dessa maneira, o algoritmo pode criar imagens que não existem, mas são plausíveis”, acrescenta o professor de engenharia ambiental Tomohiro Fukuda.

Limitações

No protótipo desenvolvido pelos cientistas, o processamento de alta precisão se mostrou totalmente viável desde que o edifício a ser removido da paisagem não ultrapasse 15% da tela. Se esses parâmetros forem mantidos, o vídeo da demolição virtual pode ser transmitido a uma taxa média de 5,71 quadros por segundo.

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Porém, se o elemento a ser apagado virtualmente ocupar uma área maior, ocorrem distorções na imagem, gerando uma espécie de “fantasma” do edifício eliminado pela ferramenta. Esse fenômeno pode causar distorções significativas, comprometendo o resultado da amostra.

“Essa a primeira versão de nossa ferramenta para remoção digital de construções em tempo real. No futuro, queremos aperfeiçoar o processamento e ampliar o limite de tamanho do objeto a ser removido, para que o sistema possa ser usado efetivamente em ações de planejamento urbano”, encerra o professor Takuya Kikuchi.