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Gelo dobrável? Pesquisadores chineses mostram que isso é possível

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 12 de Julho de 2021 às 16h30

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Reprodução/Zhejiang University
Reprodução/Zhejiang University

Cientistas da Universidade Zhejiang, na China, provaram que é possível dobrar pedaços de gelo. As microfibras elásticas podem ser curvadas e enroladas de forma quase circular e ainda voltar ao estado original quando a pressão sobre as extremidades é aliviada de maneira gradual, sem danificar toda a estrutura.

Em vez de quebradiços, os pequenos fios de gelo com apenas 4,4 micrômetros de diâmetro assumem uma característica parecida com a encontrada em fragmentos de arame. Isso só é possível graças a uma técnica de resfriamento combinada com um processo de eletrificação desenvolvido pelos pesquisadores chineses.

Gelo maleável

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Para fazer as microfibras maleáveis de gelo, a equipe liderada pelo professor de engenharia óptica Limin Tong canalizou vapor de água para uma câmara elétrica, resfriada com nitrogênio líquido. Um pino de tungstênio eletrificado a 2 mil volts foi usado para atrair o vapor e transformá-lo em microfibras elásticas.

Na temperatura máxima de frio (-150 °C), as microfibras mostraram propriedades elásticas excelentes, dobrando-se com uma deformação de 10,9%. Só para efeito de comparação, o gelo normal possui uma deformação elástica de aproximadamente 0,3%, quebrando com facilidade sob pressão.

“As microfibras eram feitas de dois tipos diferentes de gelo, cada um com densidades diferentes. Sua estrutura interna foi construída a partir de cristais únicos com átomos dispostos em um padrão repetitivo semelhante a um favo de mel e esses fatores juntos permitem que os fios sejam tão flexíveis”, explica o professor Tong.

Aplicações

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Além de uma flexibilidade superior, as microfibras elásticas também são muito transparentes, uma característica que, segundo os pesquisadores, poderia ser aproveitada para transmitir luz de uma maneira muito parecida e até mais eficaz do que a encontrada em cabos de fibra óptica convencionais.

O gelo dobrável também poderia ser aplicado no desenvolvimento de sensores capazes de detectar substâncias poluentes no ar. Partículas leves, como a fuligem, grudam no gelo, permitindo que os cientistas observem a quantidade de luz que passa através da microfibra para determinar a quantidade e o tipo de poluição em uma determinada região.

“Ao conseguir dobrar o gelo, abrimos espaço para criação de fibras flexíveis em escalas micro e nanométricas, permitindo a fabricação de dispositivos mais eficientes e com baixo consumo de energia. Esse material elástico supera todos os limites, sem apresentar os defeitos estruturais da água congelada”, completa o professor Limin Tong.

Fonte: Science