Empresas de TI criam seus próprios sistemas para barrar a COVID-19 em suas sedes

Empresas de Tecnologia estão adotando soluções próprias para evitar surtos da COVID-19 em seus escritórios - na medida em que há o afrouxamento da quarentena e as pessoas estão retornando aos seus locais de trabalho. Para isso, essas companhias estão desevolvendo seus próprios sistemas de rastreamento de contatos e que podem alertar pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus.

A Reuters fez o levantamento de algumas companhias que estão adotando essa prática. Uma dela é a Juniper Networks, sediada no Vale do Silício. A empresa planeja equipar seus cerca de 10 mil funcionários com um chip Bluetooth, que será integrado nos crachás de identificação dos funcionários. Esse componentente ajudará a gravar os movimentos e interações dos colaboradores no escritório. O sistema instalado na Juniper usa roteadores Wi-Fi e pontos de acesso da linha Juniper Network Mist. Ele se comunicará com os chips Bluetooth nos crachás e os dados coletados ajudarão a determinar quais funcionários precisam ser testados e isolados após um colega dar positivo para a COVID-19.

Rastreamento pode virar um mercado promissor

Ainda que boa parte dos estados norte-americanos tenham conseguido controlar relativamente bem a propagação do coronavírus, o home office continua sendo a norma no setor de tecnologia, principalmente na Califórnia. O estado em questão registrou mais de 86.000 casos de COVID-19 e 3.500 mortes, os números mais baixos nos Estados Unidos em relação à grande população do estado.

Mas,ainda que trabalhar em casa seja a palavra de ordem, já há companhias enxergando um nicho promissor para as empresas que querem trazer seus funcionários de volta aos escritórios, mas querem evitar potenciais ondas de contágio. A Mist, uma fabricante de equipamentos Wi-Fi de pequena porte, mas em rápido crescimento, está vendendo seu novo sistema de rastreamento para outras empresas por meio de sua assinatura anual de US$ 150 por ponto de acesso. E segundo seus representantes, 25 de seus clientes já estão testando a tecnologia.

Jeff Aaron, vice-presidente da Juniper Networks, afirmou à Reuters que as empresas que normalmente relutam em gastar na substituição de tecnologias antigas indicaram que há um orçamento potencial significativo disponível para rastreamento de contatos no local de trabalho. “Eles estão dizendo: se esse é um motivo para eu retirar meu Wi-Fi antigo e colocar uma solução Wi-Fi plus BLE (Bluetooth Low Energy) e oferecer suporte a casos de uso de rastreamento de contatos, eu definitivamente posso obter orçamento para isso, " afirmou.

Aaron afirmou que as companhias podem abrir mão do componente Bluetooth no sistema Usando apenas o Wi-Fi, é possível, por exemplo, monitorar quando espaços como salas de conferência ficam superlotadas rastreando o número de dispositivos conectados a esse tipo de rede.

Durante a pandemia, outras empresas de software anunciaram ferramentaspara automatizar o rastreamento de contatos no local de trabalho e ajudar os clientes a evitar interrupções. Entre elas, está a Symbiosy, uma companhia sediada na Eslováquia, que apresentou um software que, juntamente com sensores desenvolvidos pela empresa parceira Quuppa, ajudou a identificar cerca de 40 pessoas que ficaram expostas a um funcionário que fora infectado pela COVID-19 no mês passado, em uma obra. "Manualmente, não teríamos conseguido essa precisão", disse Tomas Melisko, chefe da divisão de imóveis HB Revis, controlada pela Symbiosy. "E precisaríamos enviar o dobro de pessoas para os testes se analisássemos apenas os logs de acesso à construção".

Fonte: Reuters