Dispositivo usa câmera para transformar mesas em telas sensíveis ao toque
Por Gustavo Minari | Editado por Douglas Ciriaco | 26 de Agosto de 2021 às 12h54
Pesquisadores do Nara Institute of Science and Technology (NAIST), no Japão, descobriram como transformar mesas comuns em telas sensíveis ao toque. Eles usaram um projetor e uma câmera para reproduzir uma interface que responde ao contato dos dedos em uma superfície plana.
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O dispositivo registra apenas a aproximação do toque com a mesa, eliminando a necessidade de outros equipamentos geralmente utilizados para essa função em sistemas de projeção convencionais, como sensores de profundidade especializados e fontes de luz adicionais.
“Câmeras normais observam uma situação tridimensional como um plano bidimensional. Assim, mesmo que a posição da ponta do dedo possa ser detectada, é difícil saber se ela está tocando a superfície ou pairando sobre ela. Nossa abordagem elimina esse problema sincronizando o projetor e a câmera”, explica o professor de ciência da informação Yasuhiro Mukaigawa, autor principal do estudo.
Mesa "touch"
Para criar a mesa “sensível ao toque”, os cientistas aproveitaram um princípio conhecido como “bloqueio de disparidade de inclinação”. Nesse sistema, o projetor que escaneia a mesa é sincronizado com a câmera para capturar apenas a região ligeiramente acima da superfície plana.
Um algoritmo de processamento de imagem criado pelos pesquisadores localiza o toque do dedo com precisão. Como a mesma fonte de luz é usada para projetar o vídeo e detectar o contato, o dispositivo consegue interpretar o ambiente e distinguir a profundidade da imagem reproduzida.
“O método desenvolvido no estudo pode ser usado para produzir uma tela de toque em qualquer superfície plana. No futuro, esperamos expandir esse conhecimento para incluir operações sem o contato com os dedos ou até mesmo adicionar reconhecimento de gestos”, acrescenta Mukaigawa.
Privacidade
O algoritmo de processamento de imagem é suficiente para realizar o trabalho do sensor de toque. Isso é conseguido graças a uma captura geometricamente restrita, que elimina a maior parte da desordem da cena, como a sobreposição de imagens desnecessárias que, na maioria das vezes, ultrapassam os limites das mãos.
Por utilizar apenas um projetor como fonte de luz e uma única câmera adaptada para registrar as imagens sobre uma superfície plana, os pesquisadores garantem que o sistema é incapaz de invadir a privacidade dos usuários enquanto a tela estiver sendo projetada.
“Nosso método tem uma vantagem para a preservação da privacidade em comparação com outros sistemas baseados em câmeras, porque esse dispositivo captura apenas a luz do espaço logo acima de uma superfície projetada, rostos humanos e outros detalhes de identificação não são registrados”, encerra o professor Mukaigawa.
Fonte: NAIST