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Cientistas criam "madeira personalizável" cultivada em laboratório

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 31 de Maio de 2022 às 11h43

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Reprodução/Pexels
Reprodução/Pexels

Pesquisadores do MIT, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova técnica que permite cultivar um material vegetal semelhante à madeira em laboratório. Segundo os cientistas, esse produto alternativo pode ser usado na fabricação de móveis ou na construção de casas, sem que seja preciso cortar uma árvore de verdade.

Com o ajuste de certos produtos químicos usados durante o processo de crescimento do material, eles também conseguiram controlar algumas propriedades físicas e mecânicas — como rigidez, forma e densidade — dessa “madeira de laboratório”.

“A ideia é que seja possível cultivar esses materiais vegetais exatamente na forma desejada, para não precisarmos fazer nenhuma adaptação após a extração, reduzindo a quantidade de energia e o desperdício. Há muito potencial para expandir isso e desenvolver estruturas tridimensionais”, explica a pesquisadora Ashley Beckwith, autora principal do estudo.

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Impressão 3D

Ao utilizar técnicas de bioimpressão 3D, os cientistas também conseguiram cultivar o material vegetal em diversos formatos e tamanhos — que não são encontrados na natureza — e que dificilmente poderiam ser produzidos usando métodos agrícolas convencionais.

Com esse sistema de impressão, os materiais vegetais cultivados em laboratório poderiam ser personalizados para terem características específicas, como maior resistência para suportar as paredes de uma casa, ou propriedades térmicas adequadas para aquecer um ambiente de maneira mais eficiente.

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“Acho que a verdadeira oportunidade aqui é esse material ser personalizável. Se você deseja criar um objeto que servirá a algum propósito, há expectativas físicas mecânicas a serem consideradas, tornando esse processo de cultivo realmente passível de customização”, acrescenta o cientista de microssistemas Luiz Fernando Velásquez-Garcia, coautor do estudo.

Cultivo em laboratório

O processo de cultivo de material vegetal no laboratório começa com o isolamento de células das folhas de uma planta conhecida como Zinnia Elegans. Essas células crescem em um meio líquido por dois dias e, após esse período, são transferidas para uma base de gel contendo nutrientes e hormônios.

Segundo os pesquisadores, essas células vegetais em crescimento se comportam de uma maneira muito parecida com células-tronco, podendo ser programadas para produzir essa “madeira artificial” com todas as características e propriedades desejadas pelo usuário.

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O material cultivado pelos cientistas permanece no escuro por aproximadamente três meses. Mesmo precisando desse período de incubação, o processo é duas vezes mais rápido do que o tempo necessário para que uma árvore cresça até atingir sua maturidade.

“O próximo passo será avaliar se é possível transferir esse método para diferentes espécies produtoras de madeira comercial, como o pinheiro, para que nosso material se transforme em uma alternativa ambientalmente revolucionária ao corte de árvores”, encerra Ashley Beckwith.

Fonte: MIT