Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Brasileiros mudam alimentação e foodtechs ganham espaço na pandemia

Por| 15 de Julho de 2021 às 13h00

Link copiado!

Jeff Sheldon/Unsplash
Jeff Sheldon/Unsplash

Com as incertezas trazidas pela pandemia, vários setores estão se reinventando e não seria diferente com o mercado de food service, que tem se atualizado e está em constante transformação desde que a crise se instalou por aqui. Afinal, este é um segmento essencial. Só para ter uma ideia, mais de 50% da balança comercial brasileira vêm do segmento de alimentos, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Um exemplo dessas inovações é como os alimentos do futuro que estão surgindo a partir da necessidade de prover comida a todo mundo utilizando menos recursos naturais.

Olhando para esse cenário, as foodtechs, um modelo de startup que já conquistou uma parcela significativa de empreendedores e de consumidores mundialmente, entraram na lista das novas estrelas ascendentes no mercado global de tecnologia. Prova disso é uma previsão feita pela Research and Markets de um mercado global de US$ 250,4 bilhões até 2022.

De acordo com estudo da Liga Insights, o país conta, atualmente, com 332 startups voltadas ao segmento de alimentos, com soluções que vão desde gestão até produção e entregas.

Embora tenhamos a tentação de acreditar que essas startups estejam presentes somente no segmento de aplicativos de compra e entrega de alimentos - que, em 2020, teve um aumento de downloads de 700%, só em São Paulo — as foodtechs atuam em toda a cadeia de produção, distribuição, venda, consumo, serviço e retorno (reciclagem).

Continua após a publicidade

Há startups trabalhando em como facilitar a alimentação em casa e no trabalho, como é o caso da Liv Up, empresa que cresce três vezes de tamanho a cada ano. Ela aposta em tecnologias de ponta, como processos de ultracongelamento, alimentação orgânica e estímulo ao pequeno produtor.

Outras iniciativas atuam no segmento “farm-to-table”, ou “fazenda à mesa”, conectando produtores diretamente ao consumidor final. É o caso da Be Green, acelerada pelo BrazilLAB, que opera fazendas urbanas, sem utilizar agrotóxicos e reduzindo os custos e impactos do transporte e distribuição dos alimentos.

Há também as foodtechs que se dedicam ao importante trabalho de reduzir o consumo de recursos e o desperdício de alimentos, um grave problema global. Aproximadamente um terço dos alimentos produzidos no mundo para consumo humano a cada ano é perdido ou desperdiçado, correspondendo a 1,3 bilhão de toneladas.

Certificada pela “Save Food” da Organização das Nações Unidas (ONU), a Comida Invisível é “um hub de soluções tecnológicas contra o desperdício”. A ideia é usar estratégia de geolocalização para aproximar quem tem alimentos bons para serem doados àqueles que precisam desses recursos.

Continua após a publicidade

Neste cenário, quem vem ganhando espaço são também as foodtechs destinadas ao público que deseja ter uma alimentação saudável. Dados da norte-americana ADM, líder global em nutrição, revelou que 50% dos consumidores mostraram preferência por alimentos e bebidas saudáveis no último ano. Ao mesmo tempo, 31% afirmaram que já estão comprando mais itens customizados e sustentáveis, com foco na melhoria do sistema imunológico e na redução de impactos ambientais.

Além disso, os adeptos ao vegetarianismo e ao veganismo também ganham destaque. A startup Fazenda Futuro, 100% brasileira, talvez seja a pioneira na produção de alimentos específicos para esse público. A empresa recebeu aportes milionários e já exporta seus produtos para locais tradicionalmente importadores de carnes como é o caso de Dubai.

Está cada vez mais comum iniciativas como essas migrarem para a realidade das periferias, lideradas por influenciadoras e influenciadores digitais.

Olhando até aqui, já sabemos que a tecnologia vai tornar o setor gastronômico totalmente inovador e disruptivo. Para que esse movimento se expanda, é necessário ampliar a diversidade, alcance e impacto das soluções desenvolvidas pela foodtechs demanda pesquisa e fomento ao empreendedorismo. Pensando nisso, o Insper criou, com o apoio da Fundação Brava, o Centro de Agronegócio Global, um núcleo que se dedica a produzir conhecimento e ampliar o debate sobre o setor, focando na produção de alimentos. Recentemente, foi realizado o evento "A Cabeça do Agricultor na Era Digital", no qual se discutiu os impactos das novas tecnologias para a agricultura e produção de alimentos.

Continua após a publicidade

Por fim, não posso deixar de mencionar que tenho buscado uma alimentação mais saudável e consciente, como já tenho discutido nas minhas redes sociais. Afinal, em tempos difíceis, é indispensável equilibrarmos a saúde física e mental e a boa alimentação, aliada com a tecnologia, pode ser um bom caminho. Então, vamos experimentar!