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Sistema de Computação Quântica da IBM deve acirrar corrida do mercado

Por| 30 de Janeiro de 2019 às 15h16

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Dois mil e dezenove deve ficar marcado como o ano da Computação Quântica. Ainda que as máquinas quânticas estejam em processos de melhorias e testes constantes, este será o ano em que a tecnologia atingirá novos patamares e passará a ser um assunto mais recorrente nas empresas. Pelo menos é o que apostam especialistas da área, como Wander Cunha, head da Minsait, uma companhia da Indra.

Logo em janeiro, na CES, a IBM apresentou o primeiro sistema de computação quântica integrada para uso científico e comercial. Para Wander, a novidade da IBM parece ser um passo importante na história da CQ.

“Eu não esperava uma máquina tão bem finalizada ainda este ano. Falamos que o impacto da Computação Quântica seria sentido em 10 anos. Mas agora já estamos obsoletos. Acredito que entre 3 a 5 anos estaremos transformando negócios baseados em CQ”, comentou o especialista em entrevista ao Canaltech.

A novidade da IBM não agita somente o mercado das empresas interessadas no potencial da computação quântica, como estimula o próprio setor de tecnologia. Microsoft, Intel, Google e D-Wave agora estão correndo contra o tempo para lançar suas soluções comercialmente viáveis e CQ.

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“A Computação Quântica quase sempre vai ser oferecida em nuvem. Por mais comercial que seja nunca vai ser barato e simples ter uma máquina quântica dentro da sua empresa. Na verdade, nem faz sentido. O hardware serve mais para departamentos de defesa, universidade, empresas de tecnologia espacial. Fora isso, todos vão usar em nuvem e, por isso, as ofertas vão começar a surgir jajá”, finalizou Wander.

Q System One

Todo o projeto da Big Blue foi conceitualizado e desenvolvido por cientistas, engenheiros de sistemas e designers industriais da IBM, que deram ao Q System One um design modular, otimizado para estabilidade, confiabilidade e uso comercial contínuo por empresas e pesquisas científicas.

Assim como os sistemas computacionais atuais combinam diversos componentes para atuação em conjunto, essa novidade da IBM traz a mesma abordagem, constituindo-se de inúmeros componentes customizados que atuam dentro de um ambiente em nuvem, incluindo:

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- Hardware quântico com foco em estabilidade e auto-calibragem para aquisição de qubits (bits quânticos) de maior qualidade, previsibilidade e repetíveis

- Engenharia criogênica que entrega um ambiente continuamente refrigerado e isolado

- Eletrônica de alta precisão para um controle melhor de uma maior quantidade de qubits

- Firmware customizada para gerenciamento de saúde do sistema e capacidade de upgrades sem downtime para usuários

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- Computação clássica para oferta de acesso seguro via nuvem e execução híbrida de algoritmos quânticos

“O Q System One é integrado e único, empacotado e disponível na nuvem da IBM. Todas as partes foram integradas em um pacote comercialmente acessível. É uma evolução de integração em 20 Qubits”, comentou Ulisses Mello, diretor do Laboratório de Pesquisas da IBM Brasil (IBM Research).

De acordo com o diretor, essa versão teve melhorias especialmente na questão da diminuição de ruídos que eventualmente podiam culminar em erros de cálculos. Há outro diferencial: o Q System One vai permitir colaboração híbrida com um computador clássico.

Viável ou não, eis a questão

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O termo “comercialmente viável” já tem sido usado pela D-Wave há alguns anos. A empresa vendeu para NASA e Google exemplares de seus computadores quânticos por módicos US$ 15 milhões. Mas, no caso da IBM, como se trata de um processamento quântico na nuvem, os valores devem ser mais acessíveis. Ainda assim, trata-se apenas de uma suposição, já que a companhia não abriu os preços de contratação do sistema.

“Temos três níveis de acesso diferentes. Um gratuito e outros que envolvem parcerias entre a empresa e a própria IBM. O que muda é a aproximação da parceria e a disponibilização de recursos e equipe para esse trabalho conjunto”, finalizou.

Quer saber o que as gigantes de tecnologia estão fazendo na área de computação quântica? Leia um especial que fizemos e acompanhe as novidades aqui no Canaltech.