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Gartner fala sobre tendências para infra de TI e data centers nos próximos anos

Por| 02 de Abril de 2014 às 12h45

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Gartner fala sobre tendências para infra de TI e data centers nos próximos anos
Gartner fala sobre tendências para infra de TI e data centers nos próximos anos

A consultoria de mercado Gartner divulgou, nesta terça-feira (01), suas previsões e sugestões sobre quais devem ser as tendências de mercado para os próximos anos no setor de infraestrutura de TI, operações e data centers. O anuncio foi realizado durante a conferência da empresa sobre o tema, que discute o impacto que o avanço de novas tecnologias e a pressão pela redução de custos trarão para equipes de TI.

"Um dos principais desafios é lidar com esse crescimento que época ocorre mais forte, época mais fraco", afirma o diretor de pesquisa do Gartner, Henrique Cecci. "Essa área de infraestrutura e operações de data center é muito crítica e precisa estar sempre preparada para atender as demandas da área de negócio".

Entre as principais tendências está o avanço das infraestruturas determinadas por software, principalmente no setor de redes (Software Defined Networks, em inglês). Disruptivas como tecnologias de virtualização e cloud, a consultoria aponta que essas soluções devem começar a ganhar mais espaço no mercado, conforme cases se mostrem efetivos e as necessidades de escalabilidade e administração mais rápida de infraestrutura cresçam.

Um dos primeiros passos que o Gartner indica é que empresas comecem a implantar novas tecnologias de processamento, memória e energia mais eficiente. "Data centers são ambientes complexos, formados por vários equipamentos e vários elementos com diferentes ciclos de vida", explica Cecci. "E eles estão se modificando para ficarem cada vez mais eficientes para cuidar dos recursos que estão disponíveis. No momento que você tem soluções mais modulares, virtualizadas, você consegue atualizar esses elementos de maneira gradativa".

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O mercado deve passar por um avanço significativo de arquitetura, com transformações que devem impactar mais as infraestruturas antigas. O consumo de energia de novas estruturas de alta densidade, por exemplo, deve tornar custos de instalações antigas insustentáveis. E essa já é uma das principais preocupações dos gestores de TI no país. Dados de uma pesquisa realizada pela consultoria com tomadores de decisão de TI no Brasil mostram que a preocupação com redução e controle de custos é o maior desafio para 30,7% dos entrevistados.

A sugestão é que se adote plataformas de software que gerenciem e controlem elementos de energia e refrigeração do data center como forma de garantir a operação efetiva da infraestrutura. Da mesma forma, o barateamento de tecnologias como a memória DRAM e flash NAND, assim como processadores com menor custo de energia, deve ajudar na modernização e redução de custos de operação.

A empresa ainda prevê que haverá uma mudança intensa nos próximos anos no mercado de sistemas operacionais para data centers. O sistema UNIX deverá perder cada vez mais usuários para o Linux, com um crescimento do ambiente Windows e uma oscilação de mercado do IBM Z O/S. As mudanças deverão causar rupturas de design de aplicações e serviços e a consultoria sugere que as empresas já comecem a fazer planos de migração de UNIX a partir deste ano.

Para lidar com essas mudanças, o Gartner sugere que organizações façam planos contínuos de transformação ao invés de um grande projeto individual. Projetos complexos tendem a ocupar muito tempo em discussões organizacionais e de políticas e tendem a trazer um benefício real menor. A sugestão é que a otimização contínua seja feita por grupos separados de infraestrutura e operações, que serão capazes de planejar melhor as mudanças.

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Ao mesmo tempo, é preciso realizar uma revisão de processos operacionais que visa otimizar a entrega de serviços de TI e centros críticos. A consultoria sugere que gestores procurem documentar e revisar constantemente os seus níveis de serviço para usuários em áreas como configurações, mudanças, problemas e gestão de ativos para tornar a operação mais ágil e melhorar processos vitais.

É vital ainda que empresas documentem e criem um plano claro para recuperação de desastres e continuidade de negócios, conforme a turbulência socioeconômica de vários países do mundo podem afetar áreas de governança corporativa.

Por fim, a consultoria também sugere que organizações gerenciem seu crescimento por meio da análise de dados, conforme a capacidade de hardware, armazenamento, servidores e redes se estendem. Para a próxima geração de aplicações, focadas na nuvem e em mobilidade, haverá uma grande demanda por armazenamento e análise de dados, o que trará uma estratégia-chave para data centers.

Armazenamento de dados no Brasil

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Questionado sobre a decisão do governo brasileiro de continuar forçando o projeto de tornar todo o armazenamento de dados obrigatório em território nacional, mesmo sem sua aprovação no Marco Civil, Cecci classificou a tentativa como "bobagem" e afirmou que isso tem o potencial de elevar o custo de operação no país a patamares muito altos.

"Uma vez que uma empresa tenha presença no Brasil, ela está sob as leis brasileiras ", opinou. "Você está obrigando uma empresa a gastar mais dinheiro, comprar mais storage e infraestrutura local. Não é uma decisão muito inteligente".

A consultoria aponta que uma das grandes tendências para os próximos anos é a hiperconectividade, que contrapõe a lógica de armazenamento local de dados. De acordo com as recomendações da empresa, já é indicado que corporações globais tenham diversos data centers espalhados pelo mundo. Para otimização de entrega e custos, a sugestão é de uma topologia de dois por continente de maior atividade de negócios.

Para o vice-presidente de pesquisas do Gartner, David Cappuccio, a tendência observada no Brasil, entretanto, não é incomum. Países como a África do Sul e Alemanha já manifestaram legislações semelhantes.

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Restrições de latência e de locação de dados já motivam iniciativas de empresas de data centers espalhados ao redor do mundo, geralmente um central e outros atendendo demandas locais. "Em alguma situações, há regulamentações de alguns governos sobre isso", explicou. "A Amazon está abrindo data centers em algumas locações por requisitos de localização de dados. É uma realidade que temos que conviver".

Mercado de servidores

De acordo com dados recentes da empresa, as vendas mundiais de servidores aumentaram em 2,1% em 2013. Ainda assim, o mercado observou uma queda de faturamento de 4,5%. Segundo o levantamento, o setor foi puxado principalmente pelo crescimento de implantações de TI para suporte Web, enquanto infraestrutura para empresas permaneceu "limitada".

Para 2014, a consultoria prevê um crescimento modesto, conforme o mercado empresarial move para o uso da virtualização. Mas ainda assim, mudanças constantes como a Internet das Coisas (IoE) e o aumento de escala de operações, levando à chamada Web-Scale IT, que deverá estar presente em 50% das corporações até 2017, devem motivar transformações nos ambientes de infraestruturas de companhias. Para a empresa, essas companhias devem rever seus processos para evitar problemas de provisionamento, escalabilidade e operação.