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O que esperar das arquiteturas CannonLake e Coffee Lake da Intel?

Por| 18 de Setembro de 2016 às 19h10

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O que esperar das arquiteturas CannonLake e Coffee Lake da Intel?
O que esperar das arquiteturas CannonLake e Coffee Lake da Intel?
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Qual será a "próxima próxima" geração da Intel? O Kaby Lake nem chegou ao mercado e os rumores sobre a(s) gerações posteriores já começaram a aparecer. Sim, no plural, já que, aparentemente, a Intel trabalhará com duas arquiteturas segmentadas por TDP, com a Coffee Lake nos modelos mais potentes e a CannonLake nos modelos de baixo consumo de energia. A primeira está prevista para 2017, enquanto a segunda coexistirá com ela em 2018. O que elas trazem de bom?

Quais são as novidades?

A Intel "esticou" seu seu cronograma oficial de lançamentos, passando de um "tick-tack" para um "tick-tack-tock". Agora, temos o "tick" (diminuição de litografia), depois o "tack" (mudança de arquitetura) com o "tock" (otimização da arquitetura já existente), basicamente três gerações diferentes dentro de uma mesma litografia. Ou seja, Boradwell, Skylake e Kaby Lake compartilham o processo de 14 nanômetros, o que significa que é praticamente certo que o Coffee Lake traga uma redução de litografia para 10 nanômetros.

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A forma que a Intel arranjou de continuar cumprindo seus prazos foi "esticar o tick tack".

Essa é a primeira novidade, o que já seria bom por si só, resultado das melhorias naturais de usar transistores menores. Segundo o calendário vazado, veremos o Coffee Lake somente em 2018, o que pode parecer um prazo muito grande, mas o que não significa que possa sofrer atrasos. Para quem não se lembra, a Intel não conseguiu anunciar o Broadwell segundo o planejado, já que enfrentou dificuldades para reduzir a litografia de 22 para 14 nanômetros, e nada impede que isso aconteça novamente com o Coffee Lake. Nem o Kaby Lake foi anunciado ainda!

Não há grandes detalhes sobre o Coffee Lake ainda, mas se a Intel seguir a sua nova lógica de gerações, ele usará a mesma arquitetura do Kaby Lake (o "tock"), apenas trazendo uma litografia menor e (possivelmente) novos gráficos integrados*. Isso não aparece nas informações vazadas, porém. Há uma clara denominação de "10 nanômetros" no CannonLake, o que não acontece com o Coffee Lake, ainda que ambos apareçam como coexistentes no final de 2018. Aliás, o próprio roadmap mostra que o Coffee Lake será anunciado depois do CannonLake, de forma que as chances de vermos um Coffee Lake de 14 nanômetros são de praticamente zero.

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Um roadmap até bem simples, mas que revela muita coisa importante. De qualquer forma, a linha de baixa voltagem não mostra sinais de receber mudanças significativas até o final de 2018.

*Temos nossas dúvidas aqui, já que a Intel geralmente anuncia novos gráficos no "tock", como aconteceu com o Haswell (4ª geração) e o Skylake (6ª geração). Agora, com um desenvolvimento em 3 etapas, ainda é um mistério como a empresa trabalhará com suas gerações de gráficos, já que acreditamos que a Intel tem uma margem de melhorias muito maior aqui. Parece que sim, já que há o indicativo "GT3e" no gráfico.

Pois bem, fora isso, o que temos de bom? Algo esperado há muito tempo pelos usuários: finalmente mais núcleos na série mainstream. Finalmente mesmo, já que a Intel restringe seus processadores a 4 núcleos (e um máximo de 8 threads, no caso do Core i7) desde, bom... sempre. Isso na série mainstream, já que tanto a corporativa quanto a entusiasta já ultrapassaram essa barreira há vários anos. E o pior: na série mainstream, as melhorias de geração para geração são quase irrisórias, raramente valendo o upgrade.

Isso no Coffee Lake, uma vez que não há qualquer indicativo de que o CannonLake faça o mesmo, algo esperado, já que ele está cotado para aparecer somente nas linhas de baixa voltagem da empresa (15 watts ou menos), que continuarão trabalhando com somente 2 núcleos. A dúvida que fica é se serão utilizados novos gráficos, pois é difícil ver o mercado otimista com um CannonLake que apenas reduz a litografia na linha ULV até 2018. Mas, como uma prevenção de frustração aqui, o gráfico mostra que será o GT2, o mesmo utilizado no Skylake ULV (em outras palavras, nada muda).

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Aparentemente, o Skylake continuará presente até o segundo semestre de 2018 nos modelos mais potentes.

Isso é ruim pelo seguinte: o Kaby Lake é uma melhoria do Skylake, não trazendo lá grandes novidades além de um clock maior e TDPs ligeiramente menores, mas conta com os mesmos gráficos. Já o CannonLake representaria apenas uma redução de litografia em relação Kaby Lake, também com os mesmos gráficos. Ou seja, até o final de 2018 não teremos uma novidade significativa sequer na linha de baixa voltagem da Intel. É isso? Ou perdemos algum detalhe no meio do caminho?

Voltando ao Coffee Lake. Mais importante do que representar um possível ganho significativo de desempenho para o usuário, já que as melhorias de eficiência single-core da Intel podem ser facilmente ignoradas, isso dá uma informação extra, ainda que mais ou menos subentendida: um reconhecimento da própria Intel da falta de motivação para upgrades. Para quem comprou um bom notebook ou desktop com famílias mais antigas (não-entusiastas), seja da segunda ou da terceira geração, provavelmente a única motivação para fazer um upgrade sejam as GPUs, que evoluíram substancialmente no período.

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Disponibilizar o Core i5 e o Core i7 (este com 12 threads) no segmento mainstream talvez seja o impulso necessário que muitos estavam esperando, em especial em notebooks, como é mostrado no gráfico (TDPs de 45 watts). Mas o que levaria a Intel a fazer isso?

Medo do Zen?

É o que parece. A quase completa ausência de processadores da AMD em OEMs de desktops e em notebooks nos últimos anos deu uma boa margem para a Intel realizar melhorias incrementais. Se o Zen da AMD entregar tudo o que está prometendo, há grandes chances de a empresa voltar ao jogo e conquistar uma parcela significativa do marketshare hoje quase dominado pela Intel. Isso se a AMD entregar o Zen a tempo.

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O AMD Zen nem foi anunciado oficialmente, mas a Intel provavelmente já está se preparando para ele.

Dizemos isso pois já exploramos as características do Zen há um bom tempo aqui no Canaltech, mas ainda sem grandes demonstrações práticas. Seus benchmarks iniciais (e muita calma nessa hora) dão todos os sinais de otimismo, e talvez por isso a Intel já tenha se adiantado ao mostrar que usará mais núcleos em 2018. Mas aqui chegamos a um ponto perigoso de conjecturas, já que, segundo o calendário oficial, o Coffee Lake competiria com o Zen+ (o "Tack" da AMD no Zen), sendo que nem as gerações anteriores chegaram ao mercado ainda (Kaby Lake e Zen, respectivamente).

Conclusão

Temos uma certa nostalgia do período de competitividade absurda entre Intel e AMD, quando ambas duelavam agressivamente pelo consumidor com melhorias consideráveis em pouco tempo. Parte disso é a própria limitação do silício, que já dá todos os sinais de ter chegado à exaustão, sem grandes espaços para melhorias, não sendo inteiramente culpa das empresas. A própria Intel representa isso, praticamente dominando o mercado na última década, mas sem mostrar grandes avanços nas últimas gerações.

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Teremos que esperar até 2017 para ver as novas gerações de ambas chegarem ao mercado, com uma possível (e provável) mudança no marketshare. Até agora, infelizmente, tanto Intel quanto AMD estão ganhando exposição mais com rumores do que com fatos.

Fontes: ExtremeTech, Overclock 3D