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O que esperar da APU fruto da parceria entre Intel e AMD?

Por| 14 de Novembro de 2017 às 08h59

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O que esperar da APU fruto da parceria entre Intel e AMD?
O que esperar da APU fruto da parceria entre Intel e AMD?
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Como vimos em um artigo anterior, há pouco de estranho na possibilidade de Intel e AMD trabalharem juntas em uma nova geração de processadores. Basicamente, a ideia une o que há de melhor em ambas: os poderosos núcleos Core da Intel com o know-how da AMD em gráficos integrados. Isso sem fazer com que ambas concorram diretamente, já que são divisões diferentes.

Pois bem, o que esperar dessa possível (e provável) “APU da Intel”? Bastante coisa, então vamos entender como ela funcionará.

Gráficos integrados ou dedicados?

Um conceito essencial para entender essa parceria é o de Embedded Multi-die Interconnect Bridge, ou EMIB. Basicamente temos uma “ponte” de altíssima velocidade conectando três dies: CPU, GPU e memória HBM de segunda geração. Tudo isso em um módulo até bastante pequeno, com 1900 mm², tamanho consideravelmente menor do que uma estrutura “convencional” (na falta de uma expressão melhor), como podemos ver abaixo.

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A própria organização dos componentes já mostra algumas coisas importantes. Em primeiro lugar, a GPU terá memória exclusiva: 4 GB HBM2, ao que tudo indica. Ela não usará a memória RAM do sistema, reservada para a CPU, em um esquema semelhante ao de uma GPU dedicada. Uma GPU “dedicada-integrada”, ou “integrada, porém dedicada. Mas integrada”.

Como isso funcionará, na prática? Como esse esquema resulta em um produto potente, porém econômico? Através de dois pontos importantes. Em primeiro lugar, o EMIB consumiria metade da energia de um esquema tradicional, com cada um dos componentes separados. Isso se deve tanto à eficiência em si quanto da proximidade, com menor energia dissipada.

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Em segundo lugar temos o gerenciamento, função do Dynamic Platform Framework. Trata-se de um software de balanço de carga trabalhando com diversos parâmetros para alocar o processamento para cada um dos componentes de forma dinâmica (temperatura da máquina, necessidade de cálculos de CPU ou GPU, estado do sistema). Por exemplo, a 8ª geração da Intel contará com decodificadores de vídeos em 4K tanto em VP9 quanto H.265, não necessitando utilizar a GPU.

Agora temos duas empresas trabalhando em conjunto para produzir um componente. O que esperar de “contribuição individual” de cada uma delas?

Intel

Sendo bastante sinceros, não há muito o que dizer aqui. Como registramos em um artigo anterior, a oitava geração será uma melhoria da sétima geração (Kaby Lake). A sétima geração é uma melhoria da sexta geração (Skylake, que usa o mesmo processo de fabricação da quinta geração, Broadwell). São melhorias incrementais aqui e ali, mas trata-se da mesma arquitetura.

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O grande diferencial é que (finalmente) teremos mais núcleos de CPU em produtos voltados para o consumidor final. Algo especialmente bem-vindo na família de baixa tensão da Intel, restrita a 2 núcleos desde a primeira geração, mesmo no Core i7. No caso, serão 4 núcleos e 8 threads pela primeira vez em um modelo ULV (Ultra Low Voltage).

AMD

Ao que tudo indica, a GPU utilizada pela AMD será da geração Polaris (segundo os benchmarks vazados), com um design “semi custom” com a oitava geração da Intel. No caso, esta teria até 24 unidades de computação, uma quantidade e tanto considerando que estamos falando de gráficos integrados.

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Há uma possibilidade (que não é pequena) de que a geração Vega seja utilizada, já que estamos falando de um processador previsto para 2018. A quantidade de processadores de fluxo, ou mesmo quantos modelos estarão disponíveis, ainda é um mistério. De qualquer forma, o consumidor pode esperar todos os recursos presentes nas GPUs AMD, como VSR e Eyefinity.

Possibilidades

Há alguns questionamentos interessantes que valem a pena explorarmos. O mais importante é a possibilidade de que a CPU Intel tenha um processador gráfico integrado (o famoso “Intel HD”). O motivo seria, naturalmente, economia de energia, permitindo que a GPU AMD se encarregue somente dos gráficos mais pesados. Essa organização “dual-GPU” faria mais sentido, considerando a baixa autonomia de notebooks que contam somente com gráficos dedicados.

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O segundo, como dissemos no item anterior, é que seja anunciada uma família completa de processadores. Estes trabalhariam com diferentes quantidades de núcleos de CPU, unidades de computação e até mesmo de gerações. Adiantando o terceiro ponto, acreditamos que sejam produtos voltados para segmentos mais caros, de forma que não existiria um equivalente ao Core i3.

Em primeiro lugar, temos tecnologias novas, como o EMIB, aliadas com tecnologias já existentes, mas caras, como o HBM2. Ou seja, não faria sentido criar um produto de entrada. Isso até pode mudar em gerações subsequentes, com a popularização do conceito e redução do preço das tecnologias, mas não parece algo provável na primeira geração.

Parceria que vai longe?

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A projeção de lançamento da “APU da Intel” é a CES 2018, quando veremos as primeiras implementações. Se confirmada, essa parceria certamente resultará em um produto e tanto, mesmo que tecnicamente não traga tantas novidades. A adoção e popularização do conceito dependerá não apenas do poder de fogo em si, mas da eficiência do conjunto, e teremos que esperar alguns meses após o lançamento para ver isso na prática.

Mas vale a pergunta: essa parceria vai longe? Afinal, o Ryzen resolveu um velho calcanhar de Aquiles da AMD, que era a baixa eficiência no segmento de CPUs. As versões anunciadas até então miram nos gamers e usuários avançados, mas ainda não vimos uma APU com essa arquitetura. APU esta que a AMD controlaria tanto a CPU quanto a GPU, trabalhando in-house em possíveis diferenciais em um produto que competiria diretamente com a “APU da Intel”.

Ou seja, um produto que ainda nem chegou ao mercado já teria um concorrente direto. É claro que estamos trabalhando com possibilidades, considerando as informações que temos. De qualquer forma, parece que “gráficos integrados” deixará de significar baixo poder de processamento a partir de 2018.

Fontes: PC World, TechPower Up, Ars Technica 1 e 2, Tom's Hardware, TechCrunch, The Register, Anandtech,