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Fabricante de memórias sente efeitos da falta de chips da Intel no mercado

Por| 24 de Setembro de 2018 às 10h31

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Fabricante de memórias sente efeitos da falta de chips da Intel no mercado
Fabricante de memórias sente efeitos da falta de chips da Intel no mercado
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Os reflexos da escassez de chips de processamento da Intel deram as caras, na última sexta-feira (21), em um relatório da Micron sobre o quarto trimestre do ano fiscal 2018. Na previsão, a fabricante de memórias RAM atribuiu o que deve ser seu menor fluxo de crescimento dos últimos dois anos à falta de CPUs da gigante, que está motivando os fabricantes de PC a reduzirem o ritmo de fabricação e lançamento de máquinas.

No documento publicado para os investidores, a companhia espera um crescimento de 16% a 22% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Para a Micron, o quarto trimestre do ano fiscal se encerra em novembro, o que, em 2018, fez com que o trimestre estivesse bem no ápice de uma escassez de chips processadores da Intel, que deve motivar não apenas uma baixa nas vendas de outros componentes, mas também uma queda nos preços para o mercado.

Nas palavras do CEO Sanjay Mehrotra, fabricantes de memórias RAM como a Micron devem ser as primeiras a sentirem o reflexo de uma escassez que também deve atingir, em breve, os segmentos de servidores. Além disso, ele alertou aos investidores que a diminuição no ritmo de crescimento deve se expandir para além de novembro, afetando, também, os resultados dos trimestres seguintes.

Com isso, as ações da empresa caíram mais de 7% nas negociações prévias à abertura do pregão daquele dia.

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Incertezas

Ainda restam dúvidas, entretanto, sobre o que exatamente está ocasionando a falta de chipsets da Intel para o mercado de computadores pessoais. A principal hipótese tem a ver com uma transferência de parte dos setores de desenvolvimento e fabricação da empresa para um processo de dez nanômetros que ainda não surtiu os frutos esperados. Sendo assim, a ideia é que uma nova geração de chips pode levar mais tempo que o esperado para chegar, enquanto os atuais têm seu ritmo de produção afetado por conta disso.

Outra razão seria a busca cada vez maior do mercado corporativo por soluções voltadas a servidores e infraestrutura, responsável por bons números para a Intel. Mais uma vez, a companhia teria se visto obrigada a dividir seus esforços em prol dos ganhos, o que faz com que, invariavelmente, alguém tenha que ceder — neste caso, o sempre citado como decadente mercado de computadores pessoais. Vale a pena citar, ainda, o uso de chips da fabricante no mercado mobile, outra instância altamente movimentada e com dividendos altos.

Não ajudou, entretanto, a notícia de que o mercado de computadores pessoais apresentou seu primeiro aumento de demanda dos últimos seis anos no segundo trimestre de 2018. Os números foram surpreendentes tanto para analistas quanto para as fabricantes envolvidas no setor e ajudaram a solidificar ainda mais a situação de escassez na medida em que CPUs eram mais exigidas para atender aos consumidores. Os números do Gartner apontaram um aumento de 2,7% nas vendas, principalmente de máquinas para o segmento corporativo.

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Como forma de contornar o problema, a Intel já anunciou um investimento de US$ 1 bilhão na instalação de novas unidades de fabricação e expansão das atuais. Entretanto, estamos falando de uma indústria altamente especializada, na qual trabalhos desse tipo demoram para surtirem resultados e não são nada simples de se implementar. A expectativa, então, é de que o problema vá continuar existindo por mais algum tempo.

Fonte: The Wall Street Journal