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Análise: roteador TP-Link Archer C20i AC750

Por| 19 de Maio de 2015 às 18h23

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Pedro Cipoli/Canaltech
Pedro Cipoli/Canaltech
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Se tem algo que deixa a maioria dos fãs de tech feliz é a popularização de uma nova tecnologia, o que significa uma maior disponibilidade e preços menores. Melhor ainda quando há compatibilidade com tecnologias anteriores, como aconteceu com o USB 3.0, que hoje está disponível em praticamente qualquer notebook à venda. Agora o mesmo acontece com o padrão AC de roteadores, que há pouco tempo, era suportado por somente meia dúzia de roteadores, mas agora está finalmente se tornando padrão.

Um dos responsáveis por essa popularização é o AC750 da TP-Link, popularmente conhecido como Archer C20i, um roteador dual-band que oferece as vantagens dessa nova tecnologia com um preço bastante razoável.

Construção

Quem comprou algum modelo de roteador da TP-Link nos últimos anos está familiarizado com o design utilizado pela empresa até então, ponto que mudou consideravelmente no Archer C20i. Ao invés de usar o estilo “padrão-roteador”, com detalhes em branco, ele vem com um perfil vertical, base fixa e antenas internas, o que resulta em um visual bonito o suficiente para não ser necessário escondê-lo dentro de algum armário, ou mesmo atrás da TV.

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O próprio estilo do Archer C20i já faz com que os cabos fiquem menos visíveis (olhando-o de frente), e os LEDs azuis na parte frontal dão um aspecto mais moderno, uma mudança bem-vinda dos LEDs verdes sem personalidade usados nas últimas gerações. O switch de energia, botão WPS a entrada USB 2.0 ficam na lateral, sendo uma construção que nos agradou bastante fugindo do padrão “arroz-com-feijão” de grande parte dos modelos disponíveis por aí.

Características técnicas

O grande diferencial do Archer C20i é suportar o padrão AC de conexão, o que por si só já diz muito sobre as características dele. Por exemplo, ele é um modelo dual-band simultâneo (é possível deixar somente um dos dois ativos), trabalhando tanto no padrão IEEE 802.1b/g/n (2,4 GHz) quanto IEEE 802.11a/n/ac (5,0 GHz), alcançando velocidades de 300 Mbps na frequência de 2,4 GHz e de 433 Mbps na frequência de 5,0 GHz.

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Roteadores que trazem uma janela lateral explicando o que cada recurso significa são extremamente bem-vindos para usuários menos experientes

Tecnicamente, ele sustenta velocidades de até 733 Mbps na rede local (LAN), mas é limitado pela frequência de operação, o que significa que um único dispositivo (como um notebook ou um smartphone) não consegue alcançar essa velocidade sozinho. De qualquer forma, é uma capacidade de banda nominal suficiente para não gargalar a rede local, já que é desempenho de sobra para, em teoria, alcançar taxas máximas de um disco rígido convencional.

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Controles individuais para SSIDs e senha para cada frequência

Dizemos "teoricamente" porque, para nós, ele tem uma falha cavalar. Ele tem o conjunto de portas RJ-45 de um roteador comum (1 WAN + 4 LANs), mas, por algum motivo, as portas LAN usam o padrão 10/100Mbps e não Gigabit Ethernet (10/100/1000Mbps). Ou seja: sim, a rede sem fio é mais rápida do que a cabeada. Nominalmente, um notebook conectado no padrão AC consegue taxas de transferência próximas a 54 MB/s, enquanto o cabo fica restrito a 12,5 MB/s. Curioso, não?

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O calcanhar de Aquiles do Archer C20i: portas ethernet 10/100, e não gigabit

Fora o desempenho, que vamos analisar com mais detalhes no próximo item, temos os recursos suportados pelo Archer C20i. Ponto fundamental, já que diz muito sobre a qualidade de um roteador. Em primeiro lugar, temos a criptografia, com todos os padrões “comuns” cobertos: WEP, WPA/WPA2, WPA-PSK/WPA-PSK, todos eles com chaves de 64 ou 128 bits. Basicamente, o suficiente para proteger adequadamente uma rede doméstica com qualidade, em especial utilizando chaves WPA2 de 128 bits.

Todas as opções de segurança comuns para ambientes domésticos estão presentes aqui

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Ainda falando de segurança, temos um firewall embutido, proteção contra ataques de Denial of Service (DoS), vinculação do endereço IP ao MAC Address de cada máquina e filtros de domínio, além de controles de acesso ao roteador e gerenciamento local e remoto. Há também um controle de qualidade de serviço, gerenciamento de regras, controle de pais e de acesso, largura de banda, lista de clientes DHCP e DMZ (demilitarized zone).

Não podemos esquecer do suporte a redes para convidados, com um controle bastante eficiente de como irão funcionar, além de estar disponível tanto para a frequência de 2,4 GHz quanto para 5,0 GHz

Com esses recursos não é surpresa dizer que o Archer C20i também suporta atribuição de IP estático e dinâmico, PPPoE e outros padrões menos utilizados pelo público em geral, como PPTP e L2TP de acesso duplo, sendo possível utilizar também um servidor DNS no próprio roteador (seja o padrão do provedor ou outro específico, como o do Google). Há suporte tanto para endereços IPv4 quanto IPv6.

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Atribuição manual ou automática de DHCP, aĺém de ser possível escolher um servidor DNS diferente do utilizado pelo provedor diretamente no roteador

Desempenho

Testamos o Archer C20i nas frequências de 2,4 GHz e 5,0 GHz, e, curiosamente, obtivemos o mesmo alcance de sinal em ambos. As 3 antenas omnidirecionais internas se saíram muito bem nas duas situações, conseguindo um mínimo de 3 barras de sinal tanto em smartphones quanto em tablets, isso mesmo com uma distância de aproximadamente 10 metros com 2 paredes usinadas (e alguns móveis) como obstáculos.

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É possível escolher quais frequências utilizar

A conexão de 5 GHz nos pareceu mais estável, além de ter um tempo de resposta melhor, mas é algo que se mostrou evidente mais pelos testes do que propriamente em um caso real de uso. É o mesmo que comparar a qualidade de duas televisões de qualidade de marcas diferentes: só colocando-as lado a lado para dizer que realmente há alguma diferença, em especial pois a conexão utilizada (30 Mbps) mal faz cócegas nas duas frequências, trabalhando com um total de 12 dispositivos conectados à rede (usando ambas as frequências) sem lags visíveis.

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Ao realizarmos um streaming local de dados, de um notebook para um disco conectador ao roteador pela conexão ethernet, a falta de desempenho da rede cabeada, que não é gigabit, foi o gargalo — e não o Wi-Fi. Streamings de vídeo em tempo real não sofrem com esse problema, já que os 12,5 MB/s são mais do que suficientes para um filme em Full HD com áudio 5.1, mas, para transferir arquivos, tornam-se uma limitação que fica em evidência.

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Como as portas RJ-45 não são ethernet, a porta USB 2.0 tem um desempenho melhor com discos externos do que os conectados via rede, além de suportar grande parte dos modelos de impressora disponíveis por aí

É um caso diferente do que acontece com um disco rígido conectado à porta USB 2.0. Mesmo não sendo no padrão 3.0, os 480 Mbps conseguem resultados bem melhores, onde conseguimos taxas de até 31 MB/s. De qualquer forma, ainda que conectar um disco ao roteador traga lá as suas conveniências, acreditamos que a maioria das pessoas utilizará essa porta para conectar uma impressora, que ficará acessível para todos que estiverem conectados à rede, sendo uma boa instalar pelo menos duas portas para dar mais poder de escolha para o usuário.

Um log completo de tudo o que acontece na rede

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Embalagem e instalação

Na embalagem temos o roteador, adaptador de energia, cabo ethernet, manual, guia rápido de instalação e um mini CD para instalação rápida (Mac e Windows). Quem está acostumado a instalar roteadores pode seguir os passos normais, conectando na rede Wi-Fi com a senha escrita na parte de trás do roteador, acessar o roteador no navegador (192.168.0.1 ou tplinklogin.net) e digitar as credenciais (“admin” no login e senha, geralmente), o que é necessário para quem utiliza Linux.

Ao acessar o roteador, a aba "Quick Settings" automatiza boa parte da configuração de rede, inclusive a parte de segurança

Conclusão

Encontramos o Archer C20i AC750 da TP-Link com preços em torno de R$ 250 nas principais lojas de departamento, um valor que, para nós, está de acordo com os recursos oferecidos por ele. Roteadores não são produtos que, geralmente, têm um giro muito alto, já que usuários geralmente escolhem modelos para ficar funcionando anos sem causar problemas, e investir esse valor no Archer C20i atenderá às expectativas.

Não podemos negar que a ausência de portas gigabit, que fariam discos rígidos ethernet alcançarem toda a sua performance, é um ponto que desagrada, mas vale dizer que é a única falha que vale a pena ser mencionada em um roteador nessa faixa de preços.

Vantagens

  • Bom custo-benefício;
  • Alcance bom o suficiente para a maioria dos ambientes;
  • Dual-band;
  • Design diferenciado;
  • Porta USB embarcada.

Desvantagens

  • Portas RJ-45 10/100, e não gigabit.