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AMD Zen tem novos detalhes vazados. Mais rápido que o Broadwell-E? (Parte 1)

Por| 25 de Agosto de 2016 às 00h03

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AMD Zen tem novos detalhes vazados. Mais rápido que o Broadwell-E? (Parte 1)
AMD Zen tem novos detalhes vazados. Mais rápido que o Broadwell-E? (Parte 1)
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O AMD Zen aparece de tempos em tempos prometendo uma verdadeira revolução no mercado de PCs e notebooks, ainda que muito do que se ouve seja mais especulação do que conclusões tiradas de amostras reais. Aliás, esse é o problema, já que, dependendo do tempo que a AMD demorar para anunciá-lo, os ganhos podem não ser tão expressivos se comparados aos processadores da Intel. Ou mesmo ser inferiores, já que o Zen é uma promessa de longa data da AMD, mas que ainda não deu as caras tanto por detalhes técnicos quanto por problemas financeiros da empresa.

Agora a situação é diferente, já que mais detalhes sobre essa nova arquitetura da AMD começaram a aparecer com mais frequência e precisão. E, mais importante ainda, comparativos com os processadores da Intel já dão sinais de que ele será um concorrente à altura das linhas atuais. Isso da geração Extreme, o que é mais interessante ainda, o que revive as expectativas dos usuários high-end de poderem contar com uma opção em relação às excelentes –porém extremamente caras – CPUs da Intel.

2% mais potente é algo significativo?

Este é o novo fato: uma amostra de engenharia do Zen (ainda sem numeração) conseguiu renderizar um projeto no Blender com uma velocidade 2% superior ao concorrente da Intel. Frustrante? Acreditamos que não, já que a beleza dessa informação está nos detalhes. Por exemplo, o teste foi normalizado ao extremo. Tanto a amostra do Zen quanto o modelo de comparação da Intel – o Core i7-6900K – possuem os mesmos 8 núcleos e as mesmas 16 threads (que explicaremos mais para frente), além de rodarem a 3,0 GHz.

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Daí já podemos tirar um fato importante: o que foi medido foi a eficiência single-core de cada um dos modelos. Historicamente, esse é um calcanhar de Aquiles dos modelos da AMD há gerações, além de ser um dos principais destaques dos modelos da Intel, que reinam com uma larga vantagem na geração atual. Isso está de acordo com o esperado da AMD desde os primeiros rumores acerca do Zen, que prometiam um IPC (Instruções por ciclo) 40% maior do que a geração anterior.

Esse é o teste (quanto menos tempo, melhor). É um resultado mais importante do que parece, mas levanta uma série de dúvidas.

Outro "detalhe" é que não se trata de um processador "comum" da Intel, mas sim do segundo processador mais potente e atual que a empresa tem a oferecer para o usuário final (há modelos mais potentes para o mercado corporativo). O Core i7-6900K fica atrás somente do i7-6950X, que tem 2 cores e 4 threads a mais. Ou seja: a comparação não foi feita com os processadores que estamos acostumados a usar, mas sim com um representante da linha entusiasta da Intel. Combinemos isso com o fato de que a AMD está finalmente melhorando o IPC de seus modelos e temos um bom motivo para ficarmos ansiosos.

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Por ser um produto entusiasta, já pensado desde o início para um público bem pequeno, a linha Extreme da Intel tem um preço nada interessante. O modelo em questão, por exemplo, é vendido pelo preço sugerido de US$ 1.070 (isso sem os impostos), mais de três vezes o preço sugerido de um Core i7-6700K (geração Skylake), que sai por menos de US$ 340. O preço dos diferentes modelos do Zen ainda é um mistério, mas, se tivéssemos que apostar, diríamos que o modelo top de linha dificilmente chega perto do Core i7-6900K, já que a AMD costuma trazer preços mais competitivos para os seus produtos.

Um avanço interessante em relação à geração anterior. A própria AMD anuncia que o IPC é 40% mais eficiente.

Mesmo que o modelo de engenharia utilizado nos testes traga um preço equivalente ao Core i7-6700K (que já é bem alto) ele não deixaria de ser interessante, já que se ele consegue competir com a linha Extreme mais atual da Intel (a Broadwell-E), certamente "ganha" do i7-6700K. Isso tanto em performance, já que conta com o dobro de núcleos e threads com uma eficiência bem maior do que o Bulldozer e descendentes, quanto em custo benefício. Será que teremos a competitividade de volta no segmento de CPUs, algo que não vemos há gerações?

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Muita calma nessa hora

Ainda que o resultado acima seja mais interessante do que parece à primeira vista, vale fazer algumas considerações sobre ele. Em primeiro lugar, trata-se somente de um teste. Isso mesmo: um, rodando em apenas um programa sob certas condições. Por exemplo, o clock padrão do Core i7-6900K é de 3,2 GHz, isso com o Turbo Boost elevando-o até 3,7 GHz (sem overclock nem nada), então ele foi "underclockado" no resultado acima. É aqui que entra uma questão: por quê? Na verdade, várias: o que aconteceria se ambos rodassem a clocks maiores? Será que o Zen perde eficiência depois de um certo ponto? Por que não aumentar a frequência do Zen em vez de diminuir a do Broadwell-E? Isso para citar apenas algumas.

Dúvidas, muitas dúvidas. Por exemplo: por que a maioria dos esquemas de CPU mostra um modelo quad-core? O próprio teste usou um modelo de 8 núcleos!

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Uma segunda observação: esse é um resultado preliminar, daqueles que aparecem a todo momento quando uma nova geração está para chegar ao mercado. Provavelmente foi realizado pela própria AMD, ainda que a fonte não tenha sido confirmada, e ainda que não acreditemos que a empresa esteja mentindo, esse resultado foi "programado" para aparecer. Empresas fazem isso o tempo todo, destacando os testes que deixam seus produtos mais interessantes e deixando de lado os que apresentam conclusões negativas. A Intel faz isso também, quando anuncia que sua nova geração é até 10% melhor do que a anterior, por exemplo, em um teste bem específico.

Qual será o desempenho do Zen em outras aplicações? Por exemplo, como ele se comportaria rodando um game AAA de última geração? Ou ao renderizar um vídeo? Certamente os 8 núcleos (e suas 16 threads) ajudam, e qualquer melhoria no IPC é sempre muito bem vinda, mas são situações reais que precisam ser devidamente comparadas. Pouco adiantaria (ainda que não acreditemos que seja o caso) se ele não correspondesse proporcionalmente nessas situações. Por outro lado, também acreditamos que o Zen dificilmente mantenha o mesmo ritmo em todas elas.

Não é motivo para desanimar, porém, já que o Zen é bastante promissor. Outros pontos, que são igualmente importantes, são o consumo energético e o TDP, o que deixaremos para discutir na segunda parte.

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Dito isto, é um resultado e tanto se comparamos com o Bulldozer e seus descendentes, que não passaram por um processo darwiniano completo desde a primeira geração, não gerando uma espécie nova e estável. Essas não são as únicas novidades, porém, já que aconteceu muita coisa desde a primeira vez que exploramos o Zen. Ao que tudo indica, teremos um novo cooler de refrigeração e detalhes novos aparecerão, ainda que esteja longe de ser algo finalizado e, claro, mais questionamentos. A AMD está prometendo muito e os usuários esperam muito, então, mesmo que as novidades sejam interessantes, elas não estão imunes a críticas.

Com informações: Anandtech, WCCFtech