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AMD anunciará sua nova geração de processadores na Computex; mas nada de Zen

Por| 23 de Maio de 2016 às 17h02

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AMD anunciará sua nova geração de processadores na Computex; mas nada de Zen
AMD anunciará sua nova geração de processadores na Computex; mas nada de Zen
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Já chegamos a explorar aqui o que esperar da próxima geração de processadores da AMD, codinome "Zen", em duas partes. Na primeira parte, falamos sobre como isso será importante para o mercado, já que a Intel assumiu as rédeas do segmento de altíssimo desempenho praticamente sem enfrentar concorrência, e uma nova arquitetura da AMD pode trazer a boa e velha competitividade nos PCs. Já na segunda parte detalhamos as características dessa nova geração, que pode trazer até 16 núcleos (e 32 threads), assim como deixamos claro que o "timing" é importantíssimo, podendo significar o sucesso ou o fracasso dessa nova geração.

Os roadmaps vazados indicavam que o Zen chegaria ainda em 2016 ou no começo de 2017, o que deixou muitos entusiastas otimistas de que poderíamos ver essa geração ainda este ano, em especial sendo anunciadas durante a Computex 2016, feira de tecnologia que acontece em Taiwan. Em 2015 a AMD anunciou sua arquitetura "Carrizo", a sexta geração de APUs, que é basicamente um upgrade incremental em relação à geração anterior, ainda fabricado com uma litografia de 28 nanômetros. Pois bem, chegamos em 2016 e a Computex acontecerá na semana que vem. Hora de finalmente conheceremos o Zen? Nada disso.

Sétima geração de APUs

Ainda sem nome, é praticamente certo que a nova geração seja anunciada sem grandes mudanças em relação à geração anterior. Os núcleos serão baseados no Excavator — que não passou por melhorias sucessivas desde o Bulldozer (isso ainda em 2011) — mas utilizando a mesma arquitetura e processo de fabricação, já que usará 28 nanômetros. Apesar disso, as TDPs serão até razoavelmente baixas, com 65 watts nos modelos mais avançados e 35 watts nos mais simples. Considerando que são modelos desktop, são valores até bem interessantes.

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As gerações anteriores não estão aí somente para ilustrar: mostram que são todos, basicamente, o mesmo processador.

Já as GPUs integradas prometem inovações mais interessantes, chegando a ter até 512 núcleos no modelo mais avançado e contando com as tecnologias mais modernas da AMD no departamento de gráficos: FreeSync, Graphics Core Next 3.0, OpenCL 2.0, Dual-Graphics e DirectX 12. Naturalmente, essas novas APUs contarão com o HSA (Heterogeneous Systems Architecture), além de um coprocessador dedicado para áudio (AZ/I2S Audio Co-processor).

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Até o momento, 6 modelos já foram confirmados, segmentados pela quantidade de unidades de computação:

Segmento top de linha: 12 unidades de computação (4 CPU + 8 GPU)

  • Quad-core de 3,7 GHz (Turbo até 4,2 GHz), 2 MB de cache L2 e gráficos Radeon R7 com 512 cores de processamento de fluxo (8 UC) - TDP de 65 watts;
  • Quad-core de 2,9 GHz (Turbo até 3,8 GHz), 2 MB de cache L2 e gráficos Radeon R7 com 512 cores de processamento de fluxo (8 UC) - TDP de 35 watts;

Segmento intermediário: 10 unidades de computação (4 CPU + 6 GPU)

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  • Quad-core de 3,5 GHz (Turbo até 3,8 GHz), 2 MB de cache L2 e gráficos Radeon R7 com 384 cores de processamento de fluxo (6 UC) - TDP de 65 watts;
  • Quad-core de 2,8 GHz (Turbo até 3,5 GHz), 2 MB de cache L2 e gráficos Radeon R7 com 384 cores de processamento de fluxo (6 UC) - TDP de 35 watts;

Segmento de entrada: 6 unidades de computação (2 CPU + 4 GPU)

  • Dual-core de 3,5 GHz (Turbo até 3,8 GHz), 1 MB de cache L2 e gráficos Radeon R5 com 256 cores de processamento de fluxo (4 UC) - TDP de 65 watts;
  • Dual-core de 3,0 GHz (Turbo até 3,4 GHz), 1 MB de cache L2 e gráficos Radeon R5 com 256 cores de processamento de fluxo (4 UC) - TDP de 35 watts;

Considerando o modelo mais avançado, é esperado um aumento de até 20% em relação à geração anterior (Carrizo) e de até 50% em relação ao Kaveri. Um incremento impressionante, considerando que se trata basicamente da mesma arquitetura utilizada há anos, não? Não é tão simples assim.

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Soquete AM4

A grande novidade dessa geração — talvez a única — é que inaugurará o soquete AM4, substituindo o soquete AM3+ utilizado nas últimas gerações dos processadores FX, tanto da série 8000 quanto 9000. Ou seja, não haverá compatibilidade nem com as placas-mãe da linha anterior dos modelos de alto desempenho nem com os modelos utilizados nas APUs da empresa, atualmente FM2 e FM2+.

Uma comparação que não faz tanto sentido. Comparar um modelo desktop com outro de baixo consumo dual-core voltado para notebooks? Por que não comparar com um modelo desktop, mesmo um Core i3?

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Também sugere que a AMD passará a trabalhar somente com um chipset para as duas linhas (assim como para o futuro Zen), e não com duas linhas separadas, independentemente de contarem com gráficos integrados. Essa abordagem faz bastante sentido, já que os cores de CPU são os mesmos nos dois casos, de forma que um soquete separado apenas aumentava a complexidade para os fabricantes.

Pois bem, um dos grandes recursos esperados para o soquete AM4 é o suporte para memórias RAM do tipo DDR4 rodando em dois canais com frequência máxima de 2400 MHz. Ou seja, lembra-se do incremento de até 50% em relação aos modelos Kaveri, mesmo que ambos usem arquiteturas bem semelhantes? Aqui está boa parte da explicação, algo que pouco tem a ver com as inovações dessa sétima geração.

Mérito das melhorias de núcleo? Uma GPU mais poderosa e moderna? Novas tecnologias embutidas? Sim. Mas principalmente por usar memórias DDR4 de altíssimo desempenho.

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Considerando os benefícios diretos do uso de uma memória mais moderna oferecem, já que as APUs compartilham o mesmo espaço tanto para CPU quanto para a GPU (em especial com a adoção do hUMA), até mesmo o Kaveri teria ganhos consideráveis. O ganho, que costuma ser otimista e considerando o melhor dos cenários, está bastante longe de ser mérito somente de melhorias na arquitetura.

Conclusão

Considerando as informações que temos até o momento, é bastante difícil ficar otimista com as novidades que a AMD irá anunciar na Computex desse ano. Rumores sobre as características do Zen rondam a internet há bastante tempo, o que certamente deixa muitos entusiastas bastante otimistas, mas o fato de ele não chegar ao consumidor dessa vez significa que teremos que esperar pelo menos até 2017, já que não parece provável que a AMD anuncie ele com um intervalo de tempo tão pequeno em relação à sétima geração das APUs, ofuscando o seu interesse.

A verdade é que mais parece uma geração "tapa buraco", apenas chegando ao mercado para não deixar o consumidor sem um produto enquanto o Zen não chega. O anúncio do soquete AM4, que unificaria os chipsets tanto da série de alto desempenho (em teoria, será utilizado pelo Zen), e introduz, finalmente, as memórias DDR4 nos produtos da AMD, são interessantes, mas os usuários ficariam mais entusiasmados se esse novo chipset chegasse com um novo processador. Não um modelo com novas melhorias, mas um processador novo de fato.

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Isso causa um problema: benchmarks sobre o Zen competindo diretamente com os processadores de última geração da Intel pipocam quase que diariamente. Mas de qual geração estamos falando? Os benchmarks das imagens do texto comparam essa nova geração (desktop) com um Core i7 da Intel de sexta geração, mas um modelo dual-core projetado para notebooks com baixo consumo de energia; uma comparação um tanto injusta. Quem percebe esse tipo de "técnica" acaba ficando bastante cético em relação ao impacto de mercado do Zen.

No final das contas, quando a AMD confirmar essa sétima geração, basta balançar a cabeça afirmativamente, não dar muita atenção e continuar esperando o Zen. Um dia, quem sabe, a AMD finalmente anuncie ele.

Fonte: WCCF tech