Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Malware bancário infectou 800 mil aparelhos Android

Por| 04 de Outubro de 2019 às 10h38

Link copiado!

Avast
Avast

Uma campanha de malwares bancários extremamente bem-sucedida foi descoberta por pesquisadores depois que os criminosos cometeram erros crassos de proteção das próprias informações. O ataque, batizado pelos especialistas como Geost, teria atingido mais de 800 mil aparelhos desde, pelo menos, 2016, com foco na obtenção de informações bancárias de usuários na Rússia e leste da Europa.

A falta de criptografia nas comunicações entre o malware e os servidores controlados pelos hackers, bem como uma configuração mal feita de um serviço de comunicação utilizado por criminosos, permitiu que toda a operação passasse a ser monitorada. A descoberta foi feita por um time de pesquisadores da Universidade Tecnológica da República Checa, da Universidade Nacional de Cuyo, na Argentina, e da empresa de cibersegurança Avast. Os achados foram revelados nesta semana em uma conferência do setor em Londres, no Reino Unido.

De acordo com o relatório dos especialistas, o Geost se instalava nos celulares das vítimas a partir de aplicações maliciosas disponíveis na Google Play Store, que poderiam ir de jogos a utilitários. Em alguns casos, contas de desenvolvedores também eram invadidas para que aplicações reconhecidas pudessem ser manipuladas. Os softwares efetivamente funcionavam, mas também traziam o que era necessário para que os criminosos roubassem as informações bancárias dos clientes.

O principal caminho para isso era o monitoramento das mensagens de texto, já que muitos bancos da região, principalmente na Rússia, enviam códigos de ativação temporários em SMS simples para os clientes. Esse foi o caso de 90% dos comprometimentos, conforme alertaram os especialistas, sinalizando para um grave problema de segurança na forma como as instituições do leste da Europa lidam com as informações.

Continua após a publicidade

Em outros casos, telas sob o controle dos criminosos se sobrepunham a aplicativos legítimos dos bancos, e em uma terceira instância, popups poderiam ser exibidos de maneira aleatória, solicitando senhas e outras informações de login. Em todos os casos, o malware era adormecido depois que informações como e-mails, telefones, senhas e dados de localização eram obtidos, e os hackers passavam a ter controle completo sobre a conta bancária dos clientes. As vítimas só percebiam que havia algo de errado quando detectavam as movimentações suspeitas.

Os problemas que levaram à descoberta do esquema aconteciam na transmissão dessas informações aos servidores. Nos logs de conversas também obtidos pelos especialistas, alguns dos membros da quadrilha responsável pelos ataques demonstravam insatisfação com o método utilizado e, também, com a pouca segurança implementada na comunicação, com alguns até mesmo falando em deixar o grupo e sendo incentivado a permanecer pelos líderes.

Dois destes cabeças, inclusive, puderam ser identificados pelos especialistas a partir de nomes de usuários que também são utilizados por eles em outros serviços, em mais uma canelada de segurança. Os pesquisadores devem compartilhar as informações com as autoridades e também continuarão conduzindo suas próprias investigações de forma a levantar mais informações sobre a campanha.

Continua após a publicidade

Sabe-se, desde já, que ela teria sido incrivelmente bem-sucedida, mas o total roubado das vítimas não foi divulgado. Além disso, de acordo com os pesquisadores, o Geost ainda permanece ativo, com malwares disponíveis em uma grande quantidade de smartphones Android e aplicativos maliciosos disponíveis para que ainda mais infecções acontecem.

Para Anna Shirokova, da Avast, o caso serve como um alerta para autoridades e especialistas por desmistificar a ideia de que golpes desse tamanho são desenvolvidos por anos e utilizam ferramentas complexas e arrojadas. Normalmente, segundo ela, não é o caso, e como os criminosos estão em busca de ganhos financeiros rápidos, acabam usando as ferramentas que estão disponíveis no mercado, assumindo riscos em prol de uma carteira cheia.

Fonte: Avast