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Crescimento de crimes virtuais pode ter relação com desemprego, sugere estudo

Por| 15 de Junho de 2020 às 11h40

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Crescimento de crimes virtuais pode ter relação com desemprego, sugere estudo
Crescimento de crimes virtuais pode ter relação com desemprego, sugere estudo

Um estudo feito pelo site Cybernews chegou a uma conclusão inusitada sobre o aumento no número de incidentes de segurança digital registrado durante a pandemia do novo coronavírus. Na visão do portal, há uma relação entre o aumento no índice de desemprego, principal reflexo das medidas de isolamento social na economia global, e o crescimento no registro de crimes virtuais, com mais gente interessada em praticar golpes ou se especializar nesse setor ilegal devido à necessidade e enquanto permanecem restritos às próprias casas.

Essa relação foi feita a partir de uma análise do fluxo de acessos a cursos e fóruns do setor. De acordo com as informações do site, as buscas por termos como “curso de hacker” tiveram crescimento de mais de 30% desde março, chegando à sua maior alta registrada no Google juntamente com o termo “curso de hacker ético” — neste segundo caso, é importante citar também o movimento de profissionais em quarentena, já que o termo é utilizado para definir especialistas que trabalham em prol da segurança, na busca por falhas de segurança para que sejam corrigidas, e não exploradas.

A indicação de que se trata de mais do que apenas uma busca por aperfeiçoamento, entretanto, vem de outros termos. Buscar como “aprender a hackear”, “como dar golpes” ou “como entrar na dark web” tiveram os maiores aumentos registrados ao longo dos últimos cinco anos, algo que, para o Cybernews, é uma influência direta do isolamento social e dos problemas econômicos das famílias, na mesma medida em que, já no começo da pandemia, se falava no crescimento no número de incidentes de segurança.

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As notícias acompanham cifras que, muitas vezes, ultrapassam as dezenas de milhares de dólares nas tentativas mais simples, na mesma medida em que, poucas vezes, aparecem ao lado de informações sobre a prisão de seus responsáveis. Para quem precisa de dinheiro, essa pode soar como uma alternativa interessante, mesmo que exija um trabalho a partir do zero, como as buscas analisadas pelo Cybernews indicam.

De maneira geral, as buscas por termos relacionados a crimes digitais aumentaram mais de 100% em abril e voltaram a dobrar em maio, um crescimento que deve continuar acontecendo. No mesmo sentido, as visitas a fóruns de hackers ou sites que trazem soluções e informações técnicas sobre golpes e explorações tiveram aumento de até 66% em alguns casos, revertendo um movimento de queda, com a baixa de 23% vista no começo do ano deixando de existir.

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Segundo o levantamento, países mais pobres, também atingidos de maneira mais drástica pela crise, foram os que mais contribuíram com esse aumento, com Bangladesh, Nigéria e Índia no topo do ranking. Estes também são os que contam com políticas deficientes no combate de crimes digitais e financeiros, sendo presenças constantes em notícias sobre grandes golpes e, da mesma maneira, se tornando um centro interessante para treinamento dos que querem começar nas atividades ilegais.

O site ainda sugere uma ligação entre o movimento de maior interesse sobre os crimes digitais e a proliferação de sites que vendem soluções maliciosas, muitas vezes por preços baixos. Ferramentas de hacking estão disponíveis para serem utilizadas em golpes de forma simples, com os criminosos tomando nota de lojas de aplicativos e oferecendo até mesmo atualizações e suporte técnico, em um caminho que pode soar um bocado interessante para quem deseja começar a praticar.

A exata relação entre o aumento das pesquisas e o crescimento no registro de crimes digitais não foi inferida pelo site, que aponta para um aumento no longo prazo, na medida em que os atuais aspirantes começarem, efetivamente, a praticarem o que aprenderam. Ao mesmo tempo, porém, os especialistas enxergam que o crescimento de tais práticas também levou as empresas a adotarem medidas de segurança mais rígidas, que devem reduzir o total de incidentes do segundo semestre deste ano em diante.

Fonte: Cybernews