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Banco Inter vai pagar R$ 1,5 milhão em acordo por vazamento de dados

Por| 19 de Dezembro de 2018 às 13h14

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Diário do Comércio
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O Banco Inter chegou a um acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e vai pagar R$ 1,5 milhão em compensação pelos danos ocorridos após o vazamento de dados de seus clientes. O incidente foi revelado em maio deste ano e chegou a ser negado pela instituição, até que uma investigação do próprio MPDFT constatou o vazamento de informações de quase 20 mil pessoas.

Inicialmente, a ação civil pública aberta contra o Banco Inter era de R$ 10 milhões. O Ministério Público afirmou que a empresa não tomou os cuidados necessários para proteger as informações dos correntistas e não clientes, o que acabou resultando no vazamento das informações. De acordo com o acordo homologado nesta quarta-feira (19), o montante será dividido em R$ 1 milhão para instituições que combatem crimes cibernéticos, enquanto os R$ 500 mil restantes vão para instituições de caridade.

Os dados iniciais, da época da revelação da brecha, davam conta da exposição de dados de 300 mil pessoas, entre clientes ou não do Banco Inter. Um hacker conhecido apenas como John compartilhou as informações com a imprensa e mostrou ter posse de dados cadastrais, senhas de cartão de crédito, dados de operações realizadas, além de cópias de documentos como CPF, RG, CNH, declarações de imposto de renda e até microfilmagens de cheques. Sistemas internos e a API de aplicativos também teriam sido comprometidos.

A exposição do ocorrido à imprensa aconteceu após uma tentativa de contato do próprio hacker com o banco, pedindo um valor não revelado para não liberar os dados. Como o Inter não retornou, John decidiu revelar o caso. Depois, um suposto banco de dados completo começou a ser vendido em um site da Deep Web por 10 bitcoins, um valor equivalente, na época, a US$ 9,2 mil.

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Em comunicado emitido na época, o Banco Inter confirmou ter sido vítima de uma tentativa de extorsão, mas negou qualquer comprometimento à sua estrutura tecnológica. De acordo com a empresa, as informações foram compartilhadas com as autoridades para investigação e localização de suspeitos, enquanto, também pelas redes sociais, a empresa tranquilizava os clientes sobre a integridade de suas informações pessoais.

O Banco Inter não se pronunciou sobre a obtenção do acordo. Em nota, o Ministério Público do Distrito Federal afirmou que o pagamento representa uma “resposta rápida à sociedade” e, também, o “aprimoramento do combate aos crimes cibernéticos no Brasil”. O promotor Frederico Meinberg Ceroy, responsável pelo caso, também enalteceu o diálogo entre a Justiça e o setor privado para obtenção de uma solução ágil para toda a questão.

Fonte: UOL Tecnologia