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Projeto JEDI: AWS volta a acusar o Pentágono de favorecimento em licitação

Por| 16 de Dezembro de 2020 às 13h45

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Divulgação/AWS
Divulgação/AWS
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E parece que a disputa pelo chamado Projeto JEDI (Joint Enterprise Defense Infrastructure) - um contrato de serviços de computação na nuvem para o Departamento de Defesa / Pentágono dos EUA no valor de US$ 10 bilhões - entre a Amazon Web Services (AWS) e a Microsoft vai longe. E com a companhia de Jeff Bezos mostrando que não vai largar o osso assim tão fácil.

Isso porque a AWS solicitou a um juiz dos EUA que rejeitasse a execução do contrato em favor da Microsoft - vencedora original da disputa - para que ela começasse a prestar os serviços de computação em nuvem para o Pentágono. Isso ocorreria depois que, em setembro desse ano, o Departamento de Defesa, seguindo uma determinação da Justiça, reavaliou que a proposta da criadora do Windows ainda apresentava o melhor valor para o governo norte-americano.

No entanto, AWS afirmou em uma ação judicial que data do dia 23 de outubro, e que se tornou pública na última terça-feira (15), que o contrato em favor da Microsoft deve "ser invalidado porque o resultado é composto por uma parcialidade sistemática, má-fé e influência indevida exercida pelo presidente [Donald] Trump para desviar o contrato da AWS". Além disso, a divisão de cloud services da Amazon chamou a "decisão falha e politicamente corrompida".

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O Projeto JEDI faz parte de uma modernização digital mais ampla do Pentágono.

"Hora de seguirmos em frente", diz Microsoft

Na mesma terça-feira, a Microsoft soltou um comunicado a respeito do pedido da AWS, dizendo que “funcionários de compras de carreira do Departamento de Defesa dos EUA decidiram que, dadas as vantagens técnicas superiores e o valor geral, continuamos a oferecer a melhor solução”. A empresa acrescentou ainda que “é hora de seguirmos em frente e colocar essa tecnologia nas mãos daqueles que precisam dela com urgência: as mulheres e os homens que protegem nossa nação”.

Também via comunicado emitido ontem, a AWS afirmou que, como resultado da revisão do Pentágono em setembro último, "o diferencial de preços oscilou substancialmente, com a AWS agora sendo a oferta de menor preço em dezenas de milhões de dólares".

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Nas mãos da Justiça

Em fevereiro desse ano, um juiz atendeu ao pedido da Amazon para suspender temporariamente a execução do contrato em favor da Microsoft. E, desde então, ele está parado.

Mas agora, o tribunal responsável pelo caso está considerando moções para rejeitar as reclamações da Amazon, a partir do que apresentado pelo governo (Departamento de Defesa) e pela Microsoft. No entanto, as moções ainda não foram tornadas públicas e não está claro quando o juiz poderá decidir.

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A Amazon, que era vista como a favorita para ganhar a licitação, entrou com uma ação judicial em novembro de 2019 depois que o contrato foi concedido à Microsoft. Trump ridicularizou publicamente o chefe da Amazon, Jeff Bezos, e criticou repetidamente a empresa.

O novo processo da Amazon disse que Trump e seu governo "intensificaram uma campanha de interferência e retribuição contra aqueles no Departamento de Defesa considerados desleais ao presidente ou capazes de chegar a conclusões contrárias aos seus interesses pessoais".

A empresa argumentou ainda que a última revisão do Pentágono foi "crivada de erros ainda mais flagrantes do que aqueles que afetaram o resultado inicial" e que a entidade "manipulou suas avaliações a um grau que desmente qualquer fachada de racionalidade". O então secretário de Defesa, Mark Esper, disse que o Pentágono fez sua escolha de maneira justa. Mas Trump demitiu Esper no mês passado.

Interferência política

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No processo movido pela AWS em novembro do ano passado, a empresa afirma que a decisão do Departamento de Defesa dos EUA estava cheia de "erros flagrantes", resultado de "pressão imprópria do presidente Donald Trump, que lançou repetidos ataques públicos e nos bastidores" para fazer com que a licitação não fosse vencida pela companhia e "para prejudicar seu inimigo político declarado", Jeff Bezos, co-fundador e CEO da Amazon. Bezos também é dono do jornal The Washington Post, cuja cobertura é crítica a Trump.

No último dia 07 de março, Campbell-Smith divulgou uma opinião segundo a qual a Amazon, provavelmente, teria êxito em um argumento-chave de sua contestação. Segundo ela, “há méritos no argumento [da Amazon] de que o Departamento de Defesa avaliou indevidamente” o armazenamento de dados [ na nuvem] da Microsoft em um cenário de preço. Ela disse ainda que a Amazon provavelmente mostrará que o cenário da Microsoft não era "tecnicamente viável", como avaliou o Pentágono. No entanto, a opinião da magistrada não mencionou Trump, nem abordou as alegações de influência imprópria do mandatário norte-americano em prejuízo da AWS.

Casa Branca, Departamento de Justiça e Pentágono não responderam aos questionamentos da Reuters.

Fonte: Reuters