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Presidenciáveis mostram propostas para Inovação e Tecnologia em evento em SP

Por| 08 de Agosto de 2018 às 16h18

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Presidenciáveis mostram propostas para Inovação e Tecnologia em evento em SP
Presidenciáveis mostram propostas para Inovação e Tecnologia em evento em SP

Na última terça-feira (7), o evento GovTech, organizado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) e pela BrazilLAB, recebeu cinco candidatos à presidência, que apresentaram suas propostas para as áreas de inovação e tecnologia. O encontro foi a primeira aparição pública dos candidatos após o fim do prazo para os partidos definirem suas chapas.

Os presidenciáveis que compareceram ao GovTech foram: João Amoêdo do Partido Novo; Guilherme Boulos, do PSOL; Henrique Meirelles, do MDB; Geraldo Alckmin, do PSDB; e Marina Silva, do Rede Sustentabilidade. Sem debates, cada um deles gravou entrevistas individuais com o apresentador Luciano Huck, de vinte minutos de duração.

Foram convidados todos os presidenciáveis que, de acordo com pesquisas, tinham mais de 1% de intenções de voto. Ciro Gomes, do PDT; Jair Bolsonaro, do PSL; Fernando Haddad, que será vice da chapa de Lula no PT; e Álvaro Dias, do Podemos, foram convidados mas não compareceram ao evento.

Confira, abaixo, a agenda de cada um dos entrevistados para as áreas de Inovação e Tecnologia:

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João Amoêdo, do Partido Novo

Para o candidato do Partido Novo, João Amoêdo, a adoção de um documento único e digitalizado é a melhor aposta tecnológica, uma vez que descomplicará a vida do cidadão brasileiro. O presidenciável defendeu que deveria ser adotada "uma identificação para pessoa física e jurídica. Isso vai beneficiar a área da Saúde — desde o prontuário eletrônico até a marcação de exames, passando pelas receitas. Isso vai ajudar a desburocratizar, um problema que gera tanto custo, especialmente aos mais pobres”.

Sobre tecnologia, o presidenciável aposta em parcerias do Estado com empresas privadas: “A parceria público-privada é boa. Prefiro porque o governo tem ineficiência, mas poderia se encarregar da infraestrutura enquanto a iniciativa privada se encarrega do software.”, disse Amoêdo.

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Para ele, aumentar a produtividade do país é o maior objetivo dos avanços tecnológicos. “É preciso prensar em tudo que que puder ser feito para aumentar a produtividade e a geração de riqueza, produzir mais com menos, e sem a preocupação de que essa mudança seja gradual”, defendeu o candidato. “Até a década de 1980, nossa produtividade era igual à da Coreia do Sul. Nos últimos 30 anos, contudo, a produtividade aqui parou e a Coreia disparou. Estamos muito atrasados. A melhor forma de recuperar esse gap é por meio da tecnologia".

Guilherme Boulos, do PSOL

Para o candidato pelo PSOL, a unificação digital de documentações pessoais deve passar pela voz do povo: “É preciso uma unificação dos documentos e, a partir daí, fazer uma ouvidoria, usar a tecnologia como forma de participação e consulta das pessoas. Seguramente, hoje no país, se pudessem fariam isso pelo celular, que está em maior número do que a própria população. As pessoas precisam participar da decisões - metade daqueles que compõem o Congresso já estariam fora de lá. Há formas de participação que precisam ser valorizadas”.

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Outra pauta da agenda tecnológica de Guilherme Boulos é a inclusão digital: “Estive no Acre, no Mato Grosso do Sul, no Pará. Não há sinal de internet em lugares desses estados. Aqui também, na verdade. Quem não sabe o que é ir pra sala, pro banheiro para conseguir sinal? Precisamos universalizar o acesso, que inclusive está previsto no Marco Civil”.

Ao defender que, nos EUA, o investimento em tecnologia é feito com dinheiro público, Boulos disse: “O Iphone foi criado com dinheiro público, não foi a Apple que financiou a pesquisa. A ciência e a tecnologia no mundo vêm do investimento público. No Brasil, hoje, menos de 1% do PIB é destinado à Ciência e Tecnologia”. Boulos ainda disse não concordar com parcerias público-privadas como uma solução primária para os problemas de atrasos na inovação científica no Brasil.

O presidenciável também dividiu preocupações com o aumento das taxas de desemprego que a adoção de sistemas informatizados por empresas privadas pode gerar: “A tecnologia deve servir às pessoas. O que não dá é substituir empregos por tecnologia; não pode simplesmente implementar porque é mais barato para o setor privado e deixar as pessoas a sua própria sorte. O debate não é simplesmente substituir postos de trabalho por tecnologia. É preciso avaliar como a tecnologia pode servir em cada caso".

Henrique Meirelles, do MDB

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O presidenciável falou sobre a digitalização do Governo para diminuir os obstáculos burocráticos: “Como ministro, fiz projetos importantes como a digitalização de todas as operações da Receita Federal. Temos o problema da complexidade burocrática. A quantidade de horas gastas em pagamento é gigante — precisamos trazer facilidade, rapidez, transparência. Depois estender à toda a sociedade”. O candidato do MDB também defendeu a centralização dos sistemas utilizados: “Tem muitos sistemas que não estão conectados, e expandir para toda sociedade em diversas áreas. Por exemplo — um cartão nacional, uma identidade, inclusive com histórico médico. Uma operação sigilosa, com senha, de maneira que quando você entre no posto de saúde, você tem acesso a tudo que consta no seu histórico e de maneira conectada aos laboratórios, e até à carteira de motorista."

Segundo Meirelles, a integração de sistemas não deve ser limitada ao Governo, uma vez que a União dispões de mais de 48 diferentes aplicativos para atender aos cidadãos: “Você pega os documentos digitais, são 6. Nenhuma sinergia, ao invés de copiar modelos que funcionam, considerando que a qualidade do serviço deveria ser o ponto de partida. Temos uma serie de aplicativos feitos por cada ministério. Precisamos de algo unificado, centralizado, único. Para isso precisa de um geek como presidente". Como um bom nerd, Meirelles acredita que a base para essa mudança é a educação: “Precisamos de um modelo especifico para o Brasil de maneira que a tecnologia possa nos permitir um salto de crescimento na educação, na saúde, na segurança, na produtividade. Isso tem que ser uma política de desenvolvimento, precisa ter um gabinete digital".

Geraldo Alckmin, do PSDB

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Geraldo Alckmin acredita que a tecnologia é necessária para monitorar as fronteiras e o serviço público: “Não tem como fazer sem agenda digital. Essa não é uma questão de ministério. O Brasil tem 17 mil km de fronteira seca. Sem tecnologia é impossível monitorar isso. Então precisa ser implementado na segurança, na saúde, na educação, visando redução de custos e de ser uma vacina contra desvios. Vai ajudar a melhorar a prestação de serviços, a avaliação, a eficiência”.

A identidade digital também foi um dos pontos levantados pelo candidato, que acredita que a implementação é uma questão de mudança cultural: "O Brasil tem uma cultura de cartório. Uma cultura do carimbo, do selo, do documento. Temos que mudar essa cultura”.

Sobre incluir as empresas privadas na busca pela inovação científica, Alckmin declarou: “Sou fã de concessão e parcerias público-privadas. O Estado precisa planejar, regular, fiscalizar. Não precisa ser empresário. Fica mais forte assim. Estabelece as prioridades, os marcos regulatórios, sem partido. A parceria público-privada é um bom caminho".

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Marina Silva, do Rede Sustentabilidade

A candidata do REDE defende que a tecnologia seja uma forma de aumentar o acesso dos cidadãos ao Governo e monitorar questões ambientais: “São informações e dados utilizados a partir da boa gestão, com combate a toda e qualquer forma de desvio. A tecnologia tem que impulsionar os serviços para que sejam mais acessíveis e de qualidade. É possível implementar a tecnologia nas áreas da segurança, saúde, em ações de combate aos crimes ambientais, na detecção de desmatamento, na proteção da biodiversidade, no envolvimento da sociedade em diferentes níveis”, disse ela.

Para Marina, não basta que a identidade digital seja unificada e livre a população de burocracias, mas ir além disso e fornecer melhores serviços pessoais: “Algo capaz de potencializar as ações, capaz de associar toda essa tecnologia de forma simples, com pessoas reais, criando um sistema de alerta em enchentes, em incêndios. Um celular pode mandar informação e isso torna mais ágil o socorro, evitando ou auxiliando no atendimento de catástrofes ambientais, deslizamentos”.

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A candidata trouxe também a discussão sobre proteção de dados pessoais, mostrando propostas sobre segurança digital: “Trabalhamos com a ideia de criar um sistema para proteger os cidadãos. É desejável uma base integrada, mas proteger o cidadão, sem deixá-lo vulnerável", disse Marina. "A profusão de dados se tornou um recurso de primeira necessidade e é preciso lidar com isso, com poucos tendo controle dessa informação. É preciso segurança, a proteção dos indivíduos, pois são informação que poderiam ser usadas para interesses escusos”, complementou a presidenciável.

Fonte: G1