Governo planeja Dia D contra COVID, com orientações e distribuição de cloroquina
Por Felipe Demartini | 25 de Setembro de 2020 às 14h13
O governo federal estaria preparando um “Dia D” de combate ao novo coronavírus, marcado para o próximo sábado, 3 de outubro. Na data, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o país estarão abertas para distribuir à população o chamado kit COVID-19, que traz remédios como cloroquina, azitromicina, ivermectina e hidroxicloroquina, além de instruir a população sobre como se medicar e dar informações sobre a transmissão do patógeno e demais medidas de higiene.
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De acordo com apuração do Estadão, o assunto estaria na pauta das lives de Jair Bolsonaro para a próxima semana, quando seria feito o anúncio do Dia D. Além disso, a ideia é que o presidente faça um pronunciamento à nação no dia 2 de outubro, incentivando a população a comparecer às unidades de saúde, divulgando o evento e falando sobre os benefícios do que o Ministério da Saúde chama de tratamento precoce contra a COVID-19.
Antes do Dia D, entretanto, o governo estaria trabalhando em outras ações de preparação, que envolvem o levantamento de estoques dos medicamentos que fazem parte do kit COVID-19, o fracionamento das caixas de 100 comprimidos recebidas como doação do governo dos Estados Unidos e a distribuição destes pacotes menores às unidades de saúde de todo o Brasil. O assunto teria aparecido ao longo desta semana em reuniões internas do governo, que também teriam contado com a presença de representantes da sociedade civil.
A primeira fala oficial sobre o assunto veio ontem, durante uma reunião entre o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, com prefeitos e governadores. Segundo ele, essa seria uma medida do Sistema Único de Saúde (SUS) para divulgar melhores práticas de prevenção contra a transmissão do coronavírus e “salvar mais vidas”, nas palavras do líder da pasta.
Cartazes sobre a campanha, que lembra o estilo adotado pelo governo em vacinações, também seriam colocados em pontos de alta circulação de pessoas, como estações, shoppings, aeroportos e academias. O governo contaria também com apoiadores entre a sociedade civil, que portariam máscaras e camisetas divulgando o Dia D. Essa medida, segundo Pazuello, também seria uma forma de combater a desinformação, citando a ideia de que os pacientes somente devem comparecer às unidades de saúde quando estivessem sentindo falta de ar como um exemplo disso.
A reunião contou com o apoio dos representantes regionais quanto às iniciativas de prevenção e informação sobre medidas, mas não teria terminado de forma unânime, com secretários locais presentes demonstrando preocupação quando à divulgação de um tratamento que não tem eficácia científica comprovada. Ainda assim, em resposta à imprensa, o Ministério da Saúde afirmou que as ações do Dia D contra o coronavírus ainda estão sendo planejadas e não confirmou nem negou um pronunciamento de Bolsonaro para falar sobre o assunto no final da próxima semana.
Fonte: Estadão