De olho em futuras eleições, TSE quer testes com votação online ainda este ano
Por Ramon de Souza | 23 de Setembro de 2020 às 22h40
As eleições municipais do Brasil em 2020 vão ocorrer na segunda quinzena de novembro, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já está de olho no futuro. O órgão anunciou que pretende testar, de forma paralela e com candidatos fictícios, um sistema de votação online para eventuais implementações nos pleitos dos próximos anos — para isso, foi publicado um chamamento público para empresas de tecnologia que queiram firmar uma parceria.
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Os fornecedores interessados precisam se manifestar entre os dias 28 de setembro e 1º de outubro, tendo a chance de demonstrar, no primeiro turno dos pleitos “reais” deste ano, um sistema que seja seguro, auditável e capaz de identificar o usuário. O projeto está sendo chamado de “Eleições do Futuro” e tem como objetivo simplificar e agilizar o processo eleitoral, facilitando o exercício democrático a partir da comodidade da residência do cidadão.
Além disso, segundo o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, o projeto pode gerar uma economia aos cofres públicos dispensando a reposição e manutenção das urnas eletrônicas. “Mesmo que, em um primeiro momento, os eleitores continuem a ter que comparecer às seções eleitorais, para a proteção do sigilo, só a economia de centenas de milhões de reais com a substituição de urnas já representa um grande ganho”, afirma.
Obviamente, nem tudo são flores. Embora elogie a iniciativa, o coordenador-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Marcelo Weick, ressalta que será necessário tomar cuidado com questões de acessibilidade, levando em consideração que uma parcela razoável da população brasileira ainda não tem acesso a tecnologias que são consideradas comuns.
“O primeiro obstáculo é o acesso à internet. Temos uma rede razoável no Brasil, mas muita dificuldade de acesso. Não é todo mundo que acessa internet com qualidade, também. Nem todo mundo tem smartphone. São obstáculos”, explica o especialista. Para maior controle, a simulação será feita, a priori, em três cidades: Curitiba, Valparaíso de Goiás (GO) e São Paulo.
Fonte: Correio Braziliense