Brasil é segundo país das Américas com mais serviços de governo digital

O Brasil já é segundo país nas Américas (e o vigésimo do mundo) a oferecer mais serviços de governo eletrônico - ou, se preferir, e-gov. A nova colocação do país, que subiu duas posições no ranking anual da ONU, foi divulgada na última segunda-feira (13), na abertura do Digital Week MInfra. O evento, promovido pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra), acontece até a próxima sexta-feira (17), apresentará casos de sucesso de transformação digital no governo brasileiro.

O presidente do Serpro, Caio Mario Paes de Andrade, foi uma dos participantes da abertura do evento, que contou também com as presenças do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, do secretário especial de Modernização do Estado da Presidência da República, José Ricardo Veiga, e o presidente da Enap, Diogo Costa, além do secretário-executivo do MInfra, Marcelo Sampaio Confira o vídeo do encontro logo abaixo:

"Já temos 187 serviços públicos que são 100% digitais”, anunciou Marcelo Sampaio. “Para citar um exemplo, temos o documento veicular eletrônico. É uma tecnologia que, sozinha, vai gerar uma economia de R$ 500 milhões anuais para o estado brasileiro, excluindo despesas de impressão e serviços de logística”, contabilizou o secretário, falando a respeito do CRLV digital desenvolvido pelo Serpro para o MInfra.

Sampaio também divulgou projetos em andamento, como da versão eletrônica dos documentos de carga. Ele afirma que a tecnologia, que acaba com a necessidade dos caminhoneiros pararem para fiscalização, tem um potencial de aumentar em 20% o PIB gerado pelo setor de transportes no país. Outras soluções em desenvolvimento são o "desembaraço aduaneiro na nuvem”, que permite a regularização do processo de importação antes mesmo do desembarque do produto e, ainda, um embarque biométrico seguro em aeroportos, que elimina a necessidade de se apresentar qualquer tipo de documentação.

Digitalizando o Brasil

Para Caio Paes de Andrade, presidente do Serpro, o processo de transformação digital do país tem, gradativamente, melhorado a relação do setor público com o ecossistema privado. “Acredito que estamos no caminho de transformar o Brasil em uma nação digital. E tudo o que conquistamos se torna um legado irreversível, não há como o governo oferecer um serviço no formato digital e depois retroceder”, avaliou.

Já o secretário-especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, considera que a digitalização têm um impacto direto na vida de milhões de brasileiros. “O foco deve ser o cidadão, temos que simplificar revendo serviços, número de documentos, campos a serem preenchidos, ou seja, promover uma mudança no estado brasileiro que seja não só tecnológica, mas também cultural".

Portal Único

Em agosto do ano passado, o governo federal disponibilizou o portal gov.br, site único do governo na internet, que reúne mihares de serviços públicos e informações para o cidadão.

Cada órgão federal continuará a ter a sua página institucional, com autonomia de gestão, segundo o governo. No entanto, elas ficarão abrigadas no portal único. Com isso, a manutenção e o desenvolvimento de um único site deve gerar uma economia de aproximadamente R$ 100 milhões ao ano.

Na época, portal gov.br chegava com um catálogo de mais de três mil serviços públicos ofertados e quase 50% deles disponíveis no formato digital. A unificação de canais prevista pelo Decreto 9.756/2019 também engloba os aplicativos móveis. Em junho do ano passado, foi criada a conta única gov.br no Google Play, que já conta com 32 aplicativos (apps) migrados, entre eles o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp Cidadão) e Enem.