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Bolsonaro confirma demissão do presidente dos Correios por motivos ideológicos

Por| 17 de Junho de 2019 às 14h51

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Bolsonaro confirma demissão do presidente dos Correios por motivos ideológicos
Bolsonaro confirma demissão do presidente dos Correios por motivos ideológicos

Na última sexta-feira (14), o presidente jair Bolsonaro anunciou que irá demitir o atual presidente dos Correios, o general Juarez Aparecido de Paula Cunha. Ao explicar aos jornalistas à decisão, Bolsonaro não deu nenhuma justificativa técnica para a demissão, revelando que ela irá ocorrer apenas pela diferença de opiniões entre o mandatário dos Correios e o presidente da república.

Em sua explicação, Bolsonaro deixou claro que o motivo que irá demitir o general é puramente ideológico, pois o atual chefe dos Correios não concorda com a ideia de privatizar a empresa, algo que Bolsonaro já garantiu que deverá acontecer nos próximos meses. O catalisador da decisão de Bolsonaro foi quando, no dia 5 de junho, o general Juarez compareceu em uma audiência no Congresso e teceu críticas ao processo de privatização da empresa, explicando que do modo como está sendo feito ele deverá trazer prejuízos para os cofres públicos, pois apenas a parte dos Correios que está dando lucro seria privatizada, e a população continuaria responsável por bancar o prejuízo.  Para Bolsonaro, essa postura fez com que o general tenha agido como sindicalista e é motivo suficiente para tirá-lo do cargo.

O general Juarez assumiu a presidência empresa estatal em novembro de 2018, no fim do governo de Michel Temer, mas já fazia parte do Conselho de Administração dos Correios desde junho do mesmo ano. A estatal, que havia em 2015 e 2016 havia fechado seu balanço atuando no prejuízo, conseguiu se recuperar em 2017, registrando naquele ano lucro de R$ 667 milhões, e em 2018 a companhia fechou o ano com um lucro de R$ 161 milhões.

De acordo com fontes do governo, o plano do general Juarez para a recuperação da empresa previa que, daqui a cinco anos, os Correios se tornassem uma empresa de capital aberto — ou seja, passaria a vender ações na Bolsa de Valores. Esse período de cinco anos era considerado pelo antigo presidente como o ideal para reerguer o valor de mercado da empresa, e a entrada de capital que viria com a venda de ações da empresa na bolsa ajudaria a custear algumas melhorias necessárias para a operação dos Correios sem a necessidade de onerar ainda mais os cofres públicos.

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O presidente Bolsonaro ainda não revelou quem deverá ser o nome escolhido para comandar a empresa a saída do general Juarez, mas já deu indícios de que deverá indicar outro militar para o cargo: o general Santos Cruz, que trabalhava na Secretaria de Governo (órgão de cuida, entre outras coisas, da verba de publicidade do governo) e que foi demitido de seu cargo na última quinta (13).

Fonte: Estadão