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Google está pronta para avançar no mercado de hardware

Por| 11 de Maio de 2018 às 12h29

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A Google I/O é um evento voltado para as novidades de software da gigante da internet, mas isso não significa que também não estávamos de olho em indícios dos planos da empresa para a sua divisão de hardware.

Em outubro de 2018, um evento dedicado ao lançamento de novos produtos da empresa acontecerá em São Francisco e, ao que tudo indica, além dos novos Pixel 3 e Pixel 3XL, iremos nos deparar também com produtos como novos Pixel Buds, o fone de ouvido da Google, e um possível relógio inteligente.

O rumor relacionado ao smartwatch da linha Pixel surgiu nesta semana por meio de Evan Blass, famoso por vazar informações certeiras de empresas de tecnologia. De acordo com o dono do perfil @evleaks no Twitter, um passarinho lhe contou que podemos nos preparar para ver um Pixel Watch até o final deste ano.

Apesar de a empresa não ter confirmado absolutamente nada, é fácil juntar alguns pontos para crer que, mais uma vez, Blass está certo. Durante a Google I/O 2018, um espaço dedicado a apresentação do novo Wear OS, versão aprimorada do Android Wear, reuniu uma série de modelos de relógios de outras fabricantes, mostrando que a Google está investindo tempo e dinheiro nesta divisão.

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Além disso, nos bastidores do evento, conversamos com Mario Queiroz, o responsável pela divisão de Pixel e Wearables da Google. O executivo brasileiro já foi o responsável por grandes sucessos como o Chromecast e o Google Home, ou seja, o fato da companhia ter um nome tão forte como o de Mario a frente de uma equipe focada em dispositivos vestíveis acende um sinal de alerta para o que podemos esperar nos próximos meses.

Experiência completa 

Sem revelar nenhum detalhe ou confirmar rumores, Mario disse que a empresa tem planos de amplificar a atuação em wearables e outros hardwares. A exemplo do Pixel Buds e do Google Clips, vão surgir aparelhos para complementar o telefone e melhorar a experiência do usuário com a ajuda, principalmente, da inteligência artificial que chega por meio do Assistente.

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“Cada vez mais teremos dispositivos com atividades específicas, mas eles vão trabalhar juntos. A ideia do Assistente é estar presente em todos e ser uma camada para unir esses aparelhos”, explicou.

Ainda de acordo com Mario, a missão da divisão de hardware é criar um produto que encapsule os serviços da Google de forma mais eficiente. “É quase uma necessidade a Google desenvolver hardware, pois a experiência que a empresa quer oferecer não é feita apenas por meio do sistema operacional. É preciso explorar a maior capacidade da tecnologia”, disse o executivo. “Nosso objetivo é oferecer um produto que tenha a melhor combinação dos serviços e experiências da Google possível.”

Este é mais um motivo para a empresa estar pensando em desenvolver o seu próprio smartwatch, uma vez que o mercado está repleto de modelos que ainda não atendem completamente as necessidades dos usuários, o que entrega de bandeja a grande fatia do bolo para o Apple Watch. Com a renovação do Wear OS, a Google tem uma oportunidade de criar o seu próprio relógio e mostrar para os consumidores, e para as demais fabricantes, todo o potencial do seu sistema.

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Avanço no hardware para depender menos da nuvem

Outro fator interessante é que a empresa está focada em desenvolver o hardware com capacidade para rodar inteligência artificial no próprio aparelho, sem depender da nuvem.

“A IA é usada na cloud, mas também é usada nos aparelhos. E uma parte importante da estratégia da Google é embutir o machine learning nos aparelhos para que as coisas que devem ser feitas no telefone sejam feitas no telefone e o que deve ser feito na nuvem seja feito na nuvem”. Isso implica em enviar menos informações de uso para a cloud, consequentemente reduzindo o armazenamento de dados dos usuários e preservando um pouco mais sua privacidade.

O Pixel, por exemplo, detecta a música que está tocando no ambiente sem precisar acessar um banco de dados externo. São milhares de títulos de músicas atualizadas semanalmente no próprio aparelho, o que permite que o recurso funcione até mesmo no modo avião; mas, se você quiser saber mais sobre a música, é possível tocar na tela e ver mais com a ajuda do Google Assistente.

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O mesmo se aplica à câmera do Pixel 2, que conta com uma lente dual pixel que, associada ao machine learning, permite desfocar o fundo da imagem (modo retrato) sem a necessidade de um sistema de câmera dupla.

Brasil segue fora da lista

Apesar de todas as novidades relacionadas aos dispositivos de hardware da Google, infelizmente ainda não existe uma previsão de chegada oficial de aparelhos como os smartphones Pixel ou do Google Home ao país.

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Isso porque a estratégia da empresa para expandir sua distribuição leva em consideração fatores econômicos do produto, impostos e o mercado regional como um todo. No caso do Brasil, especificamente, o governo exige que uma parte da manufatura seja feita em território nacional, o que implica em uma mudança na rotina das fabricantes.

Saindo do setor de wearables, mas ainda falando sobre produtos, vale lembrar que recentemente o nome de Mario Queiroz também foi associado a um projeto de desenvolvimento de um console próprio do Google, que estaria atrelado a um serviço de transmissão de jogos por meio de assinatura. Questionado sobre a possível veracidade do rumor, o executivo não quis se pronunciar.

* A jornalista viajou para Mountain View (EUA) a convite da Google.