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The Last of Us Parte 2 | 11 elementos que seriam bem diferentes no jogo

Por| 28 de Julho de 2020 às 22h22

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Naughty Dog
Naughty Dog

São anos e anos de desenvolvimento e mais um bocado deles de planejamento para que um jogo como The Last of Us Part II chegue às lojas. A mais recente obra da Naughty Dog é celebrada como um dos maiores games do ano e um divisor de opiniões, com uma saga controversa e bastante violenta que tocou as pessoas de maneiras bem diferentes. Um trabalho tão complexo assim, obviamente, não veio pronto.

Ao longo dos anos de trabalho, o diretor criativo Neil Druckmann e os produtores da Naughty Dog cortaram conteúdo, modificaram cenas e trabalharam The Last of Us Part II em termos de ritmo, jogabilidade, clima e, principalmente, narrativa. Aspectos que poderiam ter resultado em um jogo bem diferente e, em alguns casos, até responderiam algumas das questões dos jogadores.

Com base em entrevistas, declarações e outros recursos, o CBR compilou a lista a seguir com 10 coisas que ficaram de fora de The Last of Us Parte II — acrescentamos uma a partir de outra fonte, que acreditamos ser interessante. Atenção, pois o texto contém spoilers até mesmo do final do jogo, por isso só leia se você já tiver terminado o título.

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11. Papo sério

Um dos primeiros momentos tenros de The Last of Us 2 acontece em sua primeira hora, quando Ellie e Dina encontram o esconderijo de Eugene, um já falecido morador de Jackson, com quem a nova personagem fazia patrulhas. A cena serve para evoluir o relacionamento das duas e como um prelúdio singelo à barbárie que tomará conta do restante do título.

Originalmente, o roteiro deste momento era bem mais sério, com Ellie demonstrando um temor de relacionamentos e sua dificuldade em confiar nos outros depois de tudo o que aconteceu com ela. Segundo Druckmann, esses elementos foram movidos para mais à frente no game, como forma de demonstrar que a personagem decidiu seguir em frente com o relacionamento, mas não sem sua dose de complexidade.

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10. Proximidade

Outro momento que mostraria a evolução da relação entre Dina e Ellie seria a chegada a Seattle. Elas já estariam na estrada há semanas e, com isso, teriam uma postura mais leve, envolvendo piadinhas e tiração de sarro, mesmo diante do que estão prestes a enfrentar. A equipe da Naughty Dog, entretanto, achou que isso não cairia bem no ritmo do jogo em si, afinal, apesar da passagem de tempo no universo do jogo, os jogadores ainda estariam com as imagens da morte de Joel bem frescas na cabeça.

Daí foi feita a escolha de, quando vemos a dupla chegando à cidade, fazer com que elas falassem, justamente, sobre possíveis responsáveis pelo seu assassinato. O tom brincalhão se manteve em diálogos posteriores e no diário de Ellie, relatando a jornada até ali, mas naquele momento em si, a escolha pela seriedade pareceu mais acertada.

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9. Judiando do jogador

Como se os eventos da morte de Joel já não fossem traumáticos o suficiente, a Naughty Dog jogaria ainda mais sal nessa ferida. Ao longo do game, Ellie passa todo o tempo se lembrando da imagem do companheiro caído e ensanguentado, momentos antes de receber o golpe fatal. Em conceitos, tais flashbacks seriam ainda mais pesados.

Em cenas reproduzidas com atores reais e divulgadas por John Sweeney, diretor de arte de The Last of Us Parte II, vemos Joel se arrastando em meio aos membros da WLF, resistindo à morte. Em outras, Ellie se veria em uma alucinação causada por stress pós-traumático — chegando à casa onde mora com Dina ao final do game, ela encontraria um cadáver sendo bicado por corvos, uma figura bem reconhecível com um relógio quebrado no pulso.

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8. Tudo acaba

Em mais um momento de história pregressa não necessariamente envolvendo Abby e Ellie, Joel teria uma namorada chamada Esther. Ela moraria nos arredores de Jackson e seria visitada por ele de vez em quando, aparecendo em um flashback que acabou sendo cortado da versão final de The Last of Us Parte II.

Novamente, um momento tenro seria transformado em tragédia quando, em um ponto do game, a dupla encontraria a casa de Esther dominada por infectados. Ela ainda estaria viva, mas mordida, e a protagonista sairia do local apenas para ouvir um único disparo. O game não deixaria claro se a moça encerrou a própria vida ou se Joel foi o responsável por isso; a cena foi cortada, pois, em sua idealização, serviria para mostrar como o personagem se importa com terceiros, algo que foi mais do que evidenciado de diferentes maneiras ao longo da versão final.

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7. Dançando no fim do mundo

Outro momento belo de The Last of Us Parte II aparece ao final do game, apesar de ter sido uma das primeiras cenas divulgadas do jogo. A festa que mostra o efetivo pontapé inicial no relacionamento entre Ellie e Dina seria interativa, com o jogador podendo andar pelo evento e conhecer os moradores de Jackson em um corte iluminado diante de todo o mal que aconteceu dali em diante. O trecho se tornou uma cutscene por questões de foco narrativo.

6. Amigo cão

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Quem jogou The Last of Us Parte II sabe dos momentos com cachorros no título, uma ameaça ainda mais perigosa que os humanos e os infectados, que você faz de tudo para evitar. Os animais são os oponentes mais formidáveis do título e uma das grandes adições ao rol de personagens, e teriam um aspecto ainda mais central na trama, com Ellie trabalhando ao lado de um companheiro canino.

Aos moldes de Far Cry 5, por exemplo, o cachorro seria capaz de matar inimigos, atrair a atenção deles, chamar a atenção da personagem para os perigos ou buscar itens. O parceiro animal foi deixado de lado durante o desenvolvimento, mas não deixou o game completamente, com Alice, que acompanha o grupo de personagens no lado de Abby da história, servindo como essa ponte, ainda que não controlável em combate.

5. Grande presença

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Muita gente ficou surpresa com a aparição do ator Jeffrey Wright no papel de Isaac, o líder da WLF. O impacto foi duplo, já que o personagem tem quase uma participação especial, aparecendo pouco no título apesar de ser citado muitas vezes, uma presença que permeia toda a atuação do grupo.

Isaac teria, sim, maior participação no game. De acordo com Laura Bailey, dubladora e modelo de captura de movimentos de Abby, a influência de Isaac vem desde os tempos dos Vagalumes, pois ele era amigo do pai da protagonista. Os dois teriam mais momentos ao longo do game, com sequências de flashback que mostrariam a relação deles e também a quebra de confiança gerada quando ela ajuda duas crianças Serafitas.

O conteúdo acabou cortado para não desviar o foco da saga de vingança e violência de Ellie e Abby, em um daqueles trechos que gostaríamos muito de ver, ainda que apenas como material extra.

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4. Ainda mais violência

Um dos momentos de virada de The Last of Us Parte II é o encontro entre Ellie e Nora. Ali, a protagonista percebe que pode estar indo longe demais, ficando traumatizada com os próprios atos na tentativa de obter informações sobre Abby. É um momento que seria ainda mais forte, pois veríamos o resultado da tortura realizada da personagem.

O item usado é uma barra de ferro e, só aí, já dá para entender porque Druckmann achou que a cena era grotesca e violenta demais até mesmo para os padrões do game. Ao final, o diretor criativo decidiu manter a câmera focada em Ellie e, na sequência, mostrar sua reação ao ato, algo que, pessoalmente, fez o momento se tornar tão forte quanto, senão mais.

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3. Jornada mais longa

No roteiro original, a história central do game se passaria em cinco dias em vez de três. A trama transcorreria da mesma maneira, com o jogador acompanhando o caminho de Ellie por Seattle para, na sequência, fazer o mesmo com Abby, passando mais tempo com cada personagem e, provavelmente, observando os trechos adicionais da história que citamos aqui.

Muita gente reclamou da duração de The Last of Us Parte II, um game considerado inflado para alguns. Em nome do ritmo, foi tomada a decisão de reduzir o tempo em Seattle como forma de não desviar o foco do objetivo original.

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2. Ellie e os Serafitas

Um dos momentos cortados na redução da duração do game colocaria Ellie em um encontro mais direto com os Serafitas, com os quais apenas interagimos durante poucas cenas de combate. Em determinado ponto do game, ela acabaria na ilha que serve de casa ao grupo religioso e veria o funcionamento da comunidade no dia a dia.

É uma diferenciação do que acontece com Abby, que observa tudo quando o ataque da WLF ao local já está acontecendo. Um ponto de vista interessante sobre um grupo cujas raízes derivam diretamente dos paramilitares do jogo, mas que foi cortado pois, novamente, desviaria o foco e reduziria o ritmo do título.

1. Missão cumprida

Em uma versão original de The Last of Us Parte II, Ellie mataria Abby durante a luta final na praia de Santa Barbara. O momento, dos mais pesados de todo o game, mostraria a personagem principal indo às últimas consequências para cumprir seu objetivo, ainda que isso resultasse em perder absolutamente todo o restante.

A decisão do time criativo foi mostrar que, apesar de tudo, Ellie ainda tem um resquício de humanidade dentro de si. E por conta disso o roteiro foi mudado para que ela deixasse Abby viver ao final do game, uma ponta de esperança de que ela pudesse, assim, seguir em frente e lidar com os próprios erros.

Fonte: CBR, The Last of Us Brasil