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Resident Evil 2 e um dos momentos mais inesquecíveis da história dos jogos

Por| 24 de Janeiro de 2018 às 08h38

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Resident Evil 2 e um dos momentos mais inesquecíveis da história dos jogos
Resident Evil 2 e um dos momentos mais inesquecíveis da história dos jogos

Você se lembra do que estava fazendo no dia 21 de janeiro de 1998? Faz tempo não é? Essa foi a data de lançamento de Resident Evil 2 e também o dia em que muita gente – pelo menos nos EUA, já que, no Brasil da época, jogos nunca chegavam às lojas no dia do lançamento internacional – teve o primeiro contato com um dos títulos mais importantes de todos os tempos.

Era uma época em que o mundo já estava se acostumando com a transição da jogabilidade bidimensional para os gráficos 3D. Um tempo em que os games de plataforma começavam a dar espaço a novos gêneros, como o Survival Horror, tão bem representado pelo primeiro Resident Evil e que, agora, chegava ao que muita gente considera, até hoje, como seu apogeu.

Os primeiros minutos do novo game da Capcom impressionavam, e, aqui, não estamos falando apenas da abertura com visuais bastante impressionantes para a época. O negócio é que, depois dela, vinha um momento incrivelmente intenso, em que o usuário era jogado de cabeça em uma Raccoon City devastada e lotada de zumbis.

Mudando a fórmula

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Era uma perversão do que normalmente se via em jogos, uma dinâmica que permanece até os dias de hoje. Normalmente, o início de qualquer jogo é suave, fácil até, para que o jogador se acostume com o ambiente e os controles, às vezes até enfrentando alguns inimigos mais simples, seguindo adiante, então, em uma dificuldade crescente.

Mas em Resident Evil 2, tudo o que o jogador tinha eram cinco segundos. Esse é o tempo exato que separa o momento em que ele assume o controle do protagonista e a mordida do primeiro zumbi. Nada de tutorial na tela nem indicação do que fazer, apenas uma música poderosa tocando a todo volume e os sons de uma cidade destruída e dos mortos-vivos vindo em sua direção.

Era um momento feito para surpreender, igualmente, a novatos e veteranos. Quem já havia jogado o primeiro Resident Evil tinha o instinto rápido de pressionar R1, no controle, e começar a atirar. Rapidamente, entretanto, percebia que as 18 balas da arma de Leon ou 13, na de Claire, eram insuficientes para a horda de monstros que se aproximava de todos os lados. Entre aqueles que estavam tendo sua primeira experiência, chorar não era uma reação inesperada.

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Mesmo a continuidade da cena, na loja de armamentos, oferecia uma falsa segurança. Ali, era possível encontrar munição, mas o movimento de coletar os itens também eram o gatilho para que zumbis invadissem o local e obrigassem o jogador a fugir. Pelas ruas, mais caixinhas de munição, mas, ainda assim, uma quantidade insuficiente, já que a quantidade de mortos-vivos sempre era bem maior.

Rapidamente, os jogadores precisavam aprender algo novo em relação ao primeiro game da franquia — em Resident Evil 2, fugir não era apenas uma opção, mas um ensinamento essencial. O game anterior, com seus corredores apertados, convidava ao enfrentamento, mas, aqui, saber escolher entre disparar e escapar poderia ser a diferença entre sobreviver ou morrer.

A margem de erro também era curta, uma vez que o primeiro item de cura somente seria encontrado no pátio da delegacia, depois de toda uma horda de zumbis. E, mesmo assim, ali, só tínhamos acesso a uma erva verde simples, cuja eficácia dependia muito do estado de saúde do protagonista.

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Quem virou Resident Evil 2 de cabeça para baixo, hoje, sabe exatamente o que fazer nesse início, dando um baile nos inimigos com um pé nas costas. Na época, entretanto, essa foi a forma de o diretor Hideki Kamiya pegar todo mundo pelo pescoço logo nos primeiros minutos de jogatina.

Ao lado de um time relativamente pequeno para a importância do que estava sendo construído, o conceituado designer fazia nascer um clássico. Resident Evil 2 saiu de um desenvolvimento conturbado, chegando a ter sua produção praticamente reiniciada quando estava quase pronto, para se tornar um dos jogos mais importantes de todos os tempos.

Durante anos, ele também foi o segundo game mais vendido da história da Capcom. Em sua versão original, para o primeiro PlayStation, foram quase cinco milhões de cópias vendidas, um feito e tanto para e época, que fazia Resident Evil 2 ficar atrás, apenas, de outo estouro — a edição Super Nintendo de Street Fighter II.

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As análises incrivelmente positivas da época, os prêmios e a presença em listas de jogos são um testamento de tudo isso. Se não for o bastante, leve em conta o fato de que Leon Kennedy viria a se tornar um dos queridinhos tanto da própria empresa quanto dos fãs, ao mesmo tempo em que Raccoon City se tornaria uma localização amplamente explorada ao longo dos anos.

Seja qual for seu aspecto preferido do game, entretanto, uma coisa é certa: quem jogou, jamais se esqueceu daqueles tensos momentos iniciais. Eles mostram porque Resident Evil 2 se tornou um clássico e, ainda mais do que isso, referência para muita coisa que veio depois.

Neste dia 21 de janeiro, muita gente esperava a revelação das primeiras imagens do remake de Resident Evil 2, um pedido atendido depois de mais de uma década de insistência dos fãs. A revelação não veio, mas, mais do que isso, chega a soar triste a ausência até mesmo de uma menção em redes sociais, pela Capcom, em relação ao aniversário de 20 anos do jogo.

A empresa pode ter deixado a ocasião passar batida. Mas, para os gamers, aqueles momentos iniciais e o desespero que sentimos na pele de Leon e Claire jamais serão esquecidos.