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Produtora de Detroit terá de indenizar funcionário após constrangimento público

Por| 05 de Dezembro de 2019 às 12h12

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Captura de tela/Sergio Oliveira
Captura de tela/Sergio Oliveira

A Quantic Dream, desenvolvedora de Detroit: Become Human e Heavy Rain, foi condenada a pagar o equivalente a US$ 7,7 mil a um ex-funcionário que se sentiu ridicularizado quando uma caricatura sua foi criada por colegas de trabalho. De acordo com o processo, o colaborador não-identificado aparecia no desenho vestido como a Super Nanny, uma personagem de reality show exibido no Brasil, inclusive, que lida com problemas de comportamento infantil.

No processo, o colaborador afirmava que sua imagem pessoal foi manchada e suas condições de trabalho pioraram depois da zoeira feita pelos colegas. Ele ligava a própria demissão ao compartilhamento das imagens, afirmando ter sido ridicularizado tanto por colegas quanto por membros da gerência da companhia. Na justiça, ele pedia o equivalente a US$ 126,5 mil em indenizações.

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O juiz descartou completamente tais alegações, afirmando não existirem indícios de que as condições de trabalho do reclamante foram afetadas pelo compartilhamento da brincadeira. Por outro lado, a Quantic Dream acabou condenada por não fazer nada para impedir o compartilhamento da caricatura, no que constitui uma violação de leis trabalhistas francesas que regem o sigilo pessoal e a segurança das informações particulares dos trabalhadores.

Os US$ 7,7 mil serão divididos em US$ 5,5 mil para indenizações ao ex-funcionário e outros US$ 2,2 mil para cobrir os custos legais do processo movido por ele. A Quantic Dream disse que não vai recorrer da decisão, mas, nos tribunais, fez questão de desassociar a demissão do colaborador com a caricatura feita pelos seus colegas, com a própria justiça considerando a dispensa como “adequada” e não levantando novos questionamentos sobre o assunto.

Além disso, em sua defesa, a produtora afirmou que o reclamante, enquanto fazia parte do quadro da companhia, não fez nenhum tipo de reclamação sobre o assunto à gerência. Entretanto, admitiu que, por mais que a brincadeira tenha sido feita fora do horário de trabalho, a caricatura foi criada nas dependências da desenvolvedora e usando material fornecido por ela, constituindo mau uso e dando razão à ideia de que ela teria que ter tomado alguma atitude para impedir o compartilhamento da imagem.

A condenação adiciona mais um caso à lista de acusações e processos relacionados a uma suposta cultura de assédio e abuso nos corredores da Quantic Dream, com algumas alegações envolvendo até mesmo seus fundadores David Cage e Guillaume de Fondaumiere. A dupla negou tudo em nome do próprio estúdio, enquanto relatos de ex-funcionários relatam comentários homofóbicos e sexistas em reuniões da gerência, além de comportamento inapropriado quanto a funcionárias do gênero feminino.

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Fonte: Quantic Dream