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Prévia | Trackmania une nações e coloca física contra o jogador

Por| 29 de Maio de 2020 às 08h34

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A série Trackmania é quase como um patinho feio da Ubisoft, o tipo de título que dificilmente aparece entre os grandes blockbusters da companhia, mas que arrebanha uma legião de fãs a cada novo lançamento. Igualmente inusitada como um game de carros com capacidades extraordinárias, loopings e fogos de artifício em um portfólio de jogos de mundo aberto, assassinos e tiroteios, é a história do novo game da franquia.

Anunciado em fevereiro pela Ubisoft Nadeo, o título é um remake de Trackmania Nations, lançado originalmente em 2006 e amplamente elogiado. Mais do que isso, a novidade representa novos rumos para a franquia, que assume ares de game de serviço com temporadas competitivas, suporte à comunidade, criação de pistas e torneios oficiais, tudo isso sem perder as características da velocidade que a tornou tão famosa.

A versão a que o Canaltech teve acesso mostra como essa união de conceitos novos e antigos se traduz. Para quem conhece a marca, a experiência é simples e direta ao ponto, com o jogador escolhendo sua nacionalidade e região, com os estados brasileiros fazendo parte dos menus, e já partindo para as pistas. Tudo acontece sem firulas, tutoriais ou introduções – é só você, seu carro e, espera a Ubisoft, habilidade para chegar até o final.

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As corridas da cópia de testes a que tivemos acesso acontecem no estilo tomada de tempo, com todas as tentativas sendo gravadas do início ao fim. A ideia de Trackmania é que os jogadores, neste momento, tenham a si mesmos como os principais rivais, correndo repetidas vezes até masterizarem os circuitos enquanto acompanham experiências passadas de forma simultânea, observando claramente onde erraram e pensando onde poderiam melhorar a volta, nem que seja em alguns milésimos de segundo.

Como os amantes da velocidade sabem bem, qualquer redução, por menos que seja, já vale a pena ser obtida. Além de um sistema de medalhas que premia o jogador de acordo com critérios preestabelecidos pelo jogo, a ideia é que os tempos sejam compartilhados com a internet, assim como os “fantasmas” dos jogadores campeões, que permanecem correndo pelas pistas para desafiar ao mundo.

Essa pegada global, aliás, é a grande abordagem de Trackmania. Seja jogando competitivamente ou apenas por diversão, estamos inseridos em um grande torneio com direito a estádio, bandeiras de todas as nações e muito espetáculo, em um clima que lembra o das Olimpíadas. Isso também passa pela aparência dos carros, não customizáveis na demonstração que jogamos, mas paramentado com a bandeira brasileira e as iniciais do sobrenome do jogador, conforme inserido logo de início.

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Na versão que jogamos, são 20 pistas que constituem uma liga completa e uma amostra do que a Ubisoft Nadeo deseja apresentar. Isso, claro, é apenas o começo, com a desenvolvedora prometendo entregas regulares de conteúdo, objetivos e pistas indicadas diariamente e as já citadas temporadas de competição, que mudarão as coisas a cada etapa com pistas exclusivas e prêmios igualmente únicos. Isso sem falar na possibilidade de criação de pistas e compartilhamento online, que também deve ser um dos recursos populares aqui.

Arcade, mas com física

Quando se pisa fundo no acelerador de Trackmania, entretanto, surgem ares de outra franquia igualmente inusitada e bem-sucedida da Ubisoft: Trials. Da mesma forma que no game de motocross, não basta apenas ser rápido nas pistas dessa competição global: é preciso saber a hora de pisar no freio, virar, reduzir a potência ou partir com tudo.

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E aqui estamos falando não apenas de frear na entrada das curvas e sair delas acelerando, mas também de saber lidar com elementos do ambiente, obstáculos e outros atributos que são colocados pela Ubisoft a cada pista. Em um mesmo traçado, é possível passar por três tipos de ambientes diferentes e ver efeitos especiais sendo aplicados ao carro como forma de transformar as coisas. São aspectos que convidam à repetição e a especialização citada como um dos elementos primordiais de Trackmania.

O carro patina no gelo e pode ficar mais incontrolável na areia, enquanto a subida força o motor e a descida é capaz de transformar o piloto em um passageiro de um carro desgovernado. E nem vamos falar de loopings ou momentos com inclinação, que adicionam desafios adicionais.

A ideia, o tempo todo, é que a Ubisoft Nadeo tenta nos desafiar, e faz isso com sucesso. Não há momento tranquilo em Trackmania, com o jogador tendo de tomar decisões a centenas de quilômetros por hora e, muitas vezes, tendo de contar com a sorte para não acabar com um carro capotado e uma volta com potencial completamente destruída.

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Mas não basta só isso. Para adicionar à variedade, entram em jogo elementos que apostam na precisão e no controle do jogador, como os tradicionais turbos e loopings, bem como alternativas únicas como um trecho que deve ser percorrido com o motor desligado, contando apenas com o momentum anterior, ou outro em que as rodas perdem toda a aderência, dificultando ainda mais a direção. Dá para imaginar a insanidade que vai ser quanto essa pista estiver lotada de competidores.

O aspecto festivo se intensifica com o fato de podermos retornar a um ponto de checagem ou reiniciar a corrida ao toque de um botão. Aqui, novamente, o aspecto de repetição e especialização se torna presente, já que não existem loadings ou esperas para isso, basta apertar para voltar ou começar tudo de novo. Da mesma maneira, o jogador pode escolher qualquer pista a todo momento, não sendo necessário obter um determinado desempenho em uma para abrir a seguinte. A competição é livre e, caso não se dê bem em uma competência, você pode simplesmente seguir para a próxima.

Ao contrário de um simulador, Trackmania deixa a estratégia e o caminho a cargo do piloto. Não existem tutoriais que ensinam o que fazer e essa acaba sendo uma faca de dois gumes. De um lado, há a liberdade para tentar abordagens diferentes e até mesmo algumas trapaças; por outro, é fácil se ver sem entender bem o caminho, como é o caso de uma das primeiras megarrampas encontradas na demonstração, que simplesmente lança o jogador para fora do circuito sem possibilidade de retorno.

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Certas escolhas da jogabilidade também causam confusão, como uma mudança obrigatória na visão ao entrar em loopings ou pistas em que pilotamos de cabeça para baixo. Na maior parte do tempo, Trackmania nos permite observar o carro da traseira, mas, nessas horas, somos transportados diretamente para dentro do capacete do piloto e, depois, de volta à perspectiva original. Não há nenhum tipo de controle sobre isso e uma mudança de olhar em alta velocidade não é a melhor das opções.

A amostra a que o Canaltech teve acesso é curta e objetiva, mas suficiente para mostrar a que a Ubisoft Nadeo veio. Se a ideia é manter Trackmania vivo e alimentado, o caminho do jogo de serviço parece ser o ideal e, principalmente, compatível com um mundo que demanda uma oferta cada vez mais constante de conteúdo e direcionamento. Existem algumas arestas a serem lixadas, sim, e a ausência de algumas opções incomoda. A lição de casa, porém, parece feita, em mais um game que pode não apelar a todos, mas parece feito sob medida para a base de jogadores que adora o estilo.

Trackmania chega em 1º de julho exclusivamente para PC e Mac. O título terá uma versão gratuita para iniciantes e será vendido em um formato de assinaturas, com diferentes classes dando acesso a várias opções de conteúdo e customização.