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Preview | Sea of Thieves, seus tesouros, encantos e perigos

Por| 30 de Janeiro de 2018 às 09h29

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Preview | Sea of Thieves, seus tesouros, encantos e perigos
Preview | Sea of Thieves, seus tesouros, encantos e perigos

É um momento de tranquilidade no mar. Com meu pequeno navio, sem tripulação, rumo sozinho para um posto de parada que ainda está bem longe. A vela está bem posicionada, o vento me leva com relativa velocidade ao destino e, com tudo certo, decido tomar um gole de rum enquanto vejo o pôr do sol de cima da gávea. Não sei se é a bebida ou alguma correnteza, provavelmente ambos, mas a tranquilidade dura pouco. Bêbado como um gambá, caio lá de cima com um sacolejo enquanto vejo meu navio ir embora com os tesouros que eu havia conquistado.

Essa é a descrição de um dia normal em Sea of Thieves, novo game da Rare exclusivo para Xbox One e PC que chega no dia 20 de março. Como um dos principais lançamentos exclusivos da Microsoft, o título chega para levar os jogadores em uma viagem lúdica ao mundo bucaneiro, com direito a todas as suas belezas, riquezas, perigos e mistérios.

Ao experimentar a Beta do título, lançada no final de janeiro, dá para perceber que a desenvolvedora está acertando nessa missão. A versão traz momentos que não representam exatamente um trecho da experiência completa de Sea of Thieves, mas sim, uma amostra das mecânicas e, principalmente, dinâmicas desse mundo.

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Estamos falando de um game de exploração e sobrevivência, no qual o objetivo é cíclico. Você aceita missões em postos de parada e parte, somente com um mapa, atrás de tesouros. Ao vendê-los, recebe dinheiro que serve para aceitar missões mais avançadas, que garantem mais dinheiro e libera novas tarefas. Ao mesmo tempo, pode comprar roupas e, em aspectos ainda não disponíveis na versão de testes, barcos melhores, novas armas e outros itens para seguir em frente e se tornar uma lenda dos Sete Mares.

Falando assim, pode parecer algo sem sentido, até chato, principalmente quando se leva vários minutos para chegar a uma ilha indicada no mapa. Sea of Thieves, porém, é daqueles games que só jogando para saber. Quem puder fazer isso com os amigos, então, estará diante de uma grande aventura.

Mundo vivo

Um dos grandes motes por trás de Sea of Thieves é o seu mundo. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, apesar de, na versão Beta, problemas de conexão e falhas nos servidores terem impedido alguns desses eventos. A ideia é que, ao mesmo tempo em que o jogador e sua tripulação estão caçando tesouros, outros estão fazendo o mesmo, e podem estar de olho no mesmo baú.

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É daí que surge o principal elemento de ação do game. Ao buscar tesouros, você encontrará caveiras, tubarões e outros inimigos um pouco mais fracos, mas é na troca de tiros entre embarcações e duelos de espada de jogador contra jogador que está a verdadeira tensão. É preciso estar sempre de olho nos arredores, caso contrário um golpe de sorte pode levar todo mundo para o fundo do mar.

Disso também decorre outro grande aspecto de Sea of Thieves, relacionado à cooperação. Pilotar um navio é complicado e o jogador deve estar de olho em diversas coisas ao mesmo tempo. Em grupo, fica mais fácil, pois um pode tomar conta dos reparos oriundos de tiros, enquanto outro pode esvaziar a água que entra pelos buracos de bala, um terceiro controla os canhões e o quarto “dirige” o navio, na direção ou fugindo dos inimigos. Assim, jogar com a galera é essencial, com todos conectados por meio de chat de voz, fazendo com que os grupos formados aleatoriamente pelo sistema de matchmaking não sejam tão divertidos assim.

Ao se aproximarem, também, jogadores podem ouvir uns aos outros. Em uma situação de disputa, dá para resolver as coisas amigavelmente – se existirem dois baús, porque, em vez de se matarem, cada um não fica com um? O acordo é feito, mas é melhor ficar ligado nas costas, pois nunca se pode confiar de verdade em um desses lobos do mar.

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Todo esse ensejo surge envolto por detalhes que mostram o cuidado da Rare em criar o seu mundo. Os ciclos de dia e noite duram poucos minutos, mas oferecem um espetáculo visual à parte. Correntezas precisam ser levadas em conta tanto quanto o vento, e jogar de fone é o ideal para não apenas aproveitar o som, mas também ouvir a aproximação de animais, disparos ao longe ou outros elementos ambientais.

Aqui, também, nada de GPS. Toda a orientação é feita a partir de mapas e bússolas, apesar de um pequeno navio dar uma colher de chá na visão geral do mundo, indicando o caminho a seguir. Mais uma vez, o vento e a correnteza são fatores a levar em conta, principalmente quando, de velas abertas, fica difícil enxergar o que está à frente. Uma batidinha que seja em uma pedra no fundo do mar já garantirá a você um remake virtual de Titanic, se os danos não forem atendidos prontamente.

Isso sem falar nas surpresas que estão aqui e ali. Encher a cara torna a navegação difícil e, com o solavanco do navio, pode levar o personagem a passar mal. Vomitar no mar, entretanto, atrai tubarões que podem impedir a chegada até uma ilha do tesouro. Aquele membro da sua equipe está embriagado ou não faz as coisas direito? Coloque-o na prisão, votando por um sistema específico. Quer animar as coisas? Use a sanfona para tocar uma música, mas cuidado, pois ela pode atrair animais e oponentes.

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Para os jogadores, mais do que um game daqueles que pode deixar muita gente – às vezes, literalmente – afundado por horas, temos aqui o ressurgimento de uma grande companhia. Após lançar títulos de renome como Donkey Kong Contry, Banjo-Kazooie e Goldeneye 007, a Rare acabou se tornando um estúdio fortemente associado ao Kinect, criando jogos baseados no sensor de movimento e para um público infantil e casual.

Nada contra isso, mas, para muita gente, trabalhar em títulos desse calibre ia contra a habilidade de seus produtores de contarem grandes histórias e criarem games inesquecíveis. Com a estratégia desastrada da Microsoft com o acessório e seu falecimento precoce, pelo menos veio algo de bom – a Rare pôde voltar a um lugar de destaque e, agora, entrega o que parece ser mais um grande título.

Com base em sua versão Beta, apenas uma pequena amostra do que está por vir, fica difícil saber se Sea of Thieves vai carregar o caráter inesquecível de tantos outros jogos da empresa. Mas desde já dá para perceber que ele tem o calibre, o cuidado e, principalmente, os elementos para se tornar um daqueles games jogados por anos, com usuários criando toda uma fantasia virtual movida por segredos, atualizações e novidades, a partir de um extenso suporte já prometido pela companhia.

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Sea of Thieves chega em 20 de março para PC e Xbox One, com os jogadores das duas plataformas podendo compartilhar o mesmo mundo online. Antes do lançamento, ainda, mais uma rodada de testes de servidores deve ser realizada para garantir que toda a infraestrutura esteja funcionando na chegada do título às lojas.