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Prévia | Immortals Fenyx Rising mira em Breath of the Wild e acerta bem

Por| 10 de Setembro de 2020 às 16h45

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Divulgação/Ubisoft
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Quando Immortals Fenyx Rising foi anunciado na E3 de 2019 com o título Gods & Monsters, muito se falou sobre as similaridades entre o jogo e outro grande nome da atual geração de consoles: The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Levando em conta que estamos falando de um dos maiores e melhores títulos dos últimos anos, chega a ser curioso que tão poucas empresas tentaram seguir o mesmo caminho. Ao jogar o título agora, em uma forma mais próxima de seu lançamento, dá para agradecer à Ubisoft por ter feito isso.

O novo mundo aberto apresentado pela empresa parece diferente em uma primeira olhada, com gráficos cartunescos e um humor peculiar, envolvendo quebras de quarta parede e piadinhas até mesmo com o nome da própria companhia — mas nenhuma, claro, sobre os recentes escândalos envolvendo sua estrutura corporativa. Na prática, é o tipo de game no qual a companhia francesa se sente confortável, com um mundo aberto progressivo e o tipo de encaminhamento que faz o jogador se interessar tanto pelas missões secundárias quanto pela campanha central.

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Afinal de contas, que tipo de jogo do gênero nos permite controlar uma mesa gigante de pinball, com o sucesso sendo premiado com uma nova arma ou armadura? Ou enfrentar um ciclope com quatro vezes a altura da protagonista e, ao mesmo tempo em que temos a noção de que nossos ataques, sozinhos, são quase cócegas para a criatura, ao mesmo tempo que, se jogarmos as cartas corretamente, somos bem capazes de derrubá-la?

Afinal de contas, que tipo de jogo do gênero nos permite controlar uma mesa gigante de pinball, com o sucesso sendo premiado com uma nova arma ou armadura? Ou enfrentar um ciclope com quatro vezes a altura da protagonista e, ao mesmo tempo em que temos a noção de que nossos ataques, sozinhos, são quase cócegas para a criatura, ao mesmo tempo que, se jogarmos as cartas corretamente, somos bem capazes de derrubá-la?

É dessa combinação de elementos que foi composto nosso tempo com Immortals Fenyx Rising, em uma sessão remota promovida pela Ubisoft que nos colocava em um momento intermediário do título. A protagonista, Fenyx, é a única capaz de recuperar o Olimpo à velha glória, enquanto tem sua história contada por deuses que são, ao mesmo tempo, jocosos e esperançosos. Eles sabem que a moça, ao lado de seu passado Phosphor, são as únicas esperanças, mas também demonstram, com clareza, estarem jocosamente desconfortáveis na ideia de que uma mortal representa a salvação para divindades tão poderosas.

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O mundo foi tomado por Tifão, que não apenas estabeleceu seu reino de terror sobre o local como liberou criaturas por todo lado. Na pele de Fenyx, cabe a nós recuperar, território a território, a supremacia dos deuses. Nosso primeiro desafio foi religar as Forjas dos Deuses, mas na sequência, estávamos livres para fazermos, literalmente, o que quiséssemos.

O mapa, preenchido de objetivos, mostrava quatro áreas principais, incluindo aquela que soava mais interessante, com o fogo do inferno crepitando e o Tifão convocando para o combate. Infelizmente, ao contrário do que acontece em Breath of the Wild, não podemos ir direto ao ponto em Immortals Fenyx Rising, falhando miseravelmente em um confronto direto contra o boss final usando uma personagem de nível baixo. O caminho estava bloqueado, até porque, não era de interesse da Ubisoft que tentássemos finalizar o jogo ali. Não era como se faltasse o que fazer, porém.

Escolhas

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Os diferentes pontos de interesse do mapa revelam a pegada de Immortals Fenyx Rising no que toca, principalmente, a progressão. Tínhamos, claramente, os objetivos ligados à história, com os deuses nos imponto desafios no Tártaro para que, ao mesmo tempo, provássemos nossas habilidades e obtivéssemos equipamentos melhores para levar a batalha adiante. Ao mesmo tempo, eram diversos os baús com itens ou desafios voltados para melhorias pelo caminho, permitindo que o jogador seguisse o caminho mais linear da campanha ou, então, explorasse o mundo da maneira que preferisse.

Rapidamente, porém, podemos perceber que nada é tão fácil assim. Mesmo fora das rotas usuais, é possível encontrar inimigos mais ou menos fortes, que indicam a necessidade do jogador buscar ou não algum tipo de melhoria. Ao mesmo tempo, a percepção é que, mesmo estando mais fraca, Fenyx é capaz de usar artimanhas estratégicas para ganhar vantagem mesmo quando os números lutam contra ela, utilizando o terreno, seus diferentes poderes e armamentos para vencer os combates.

Sozinha, mesmo com os poderes equiparados, ela dificilmente será páreo para uma horda de touros, soldados e estátuas atacantes. Por outro lado, se souber separar os oponentes, usar bem a ajuda de Phosphor e as outras magias à sua disposição, poderá virar o jogo rapidamente, desfazendo as defesas inimigas e chegando, ainda que de forma mais difícil do que deveria, ao objetivo final, seja ele um item, um puzzle ou a liberação de novos objetivos da campanha.

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Entra em jogo, também, a administração da barra de fôlego tão conhecida de quem tem experiência com títulos como Sekiro ou a série Dark Souls. Seria um exagero chamar Immortals Fenyx Rising de “Soulslike”, mas fica óbvio, também, que a Ubisoft Quebec, desenvolvedora do game, bebeu não apenas da fonte de Breath of the Wild, mas também destes títulos, para entregar uma jogabilidade desafiadora e, ao mesmo tempo, aberta à exploração e inventividade.

O indicador azul envolve todos os aspectos das mecânicas, desde o uso das asas para planar e explorar os terrenos até a força dos ataques, a possibilidade de utilizar as magias ou correr quando sua vida depender disso. E assim como no caso da vida restante, tal elemento também pode ser manipulado com o uso de poções, que não apenas recuperam a energia ou o fôlego, como também garantem maior resistência contra inimigos mais potentes ou ampliam o poder de ataque contra os oponentes.

Levando em conta a quantidade de itens espalhados pelo mundo, fica fácil esbanjar o uso de tais soluções, com o resultado vindo à galope na forma de um chefe de fase inesperado ou um inimigo gigante guardando um loot desejado. Nestes casos, é hora de explorar o universo de Immortals Fenyx Rising, coletar frutas e encontrar caldeirões que permitem a transformação da matéria-prima em poção, ampliando a eficácia. Recuar, pensar e se preparar, muitas vezes, acaba ganhando importância especial, e saber a hora certa de agir de uma determinada maneira auxilia muito na progressão.

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Da mesma forma que Fenyx, os inimigos também possuem sua própria barra além da de energia, que neste caso, mede a resistência aos ataques. Eles são implacáveis e, muitas vezes, nem reagem aos golpes da protagonista, mas se o jogador souber esquivar e usar o parry, rapidamente poderá deixá-los tontos ao melhor estilo Street Fighter, com a guarda completamente aberta para espadadas e poderes que, rapidamente, encerrarão a peleja.

Mesmo no curto tempo que tivemos com Immortals Fenyx Rising, deu para perceber estarmos diante de um título que privilegia o autoconhecimento. Sabendo quais ataques são eficazes contra determinados tipos de inimigos e privilegiando aqueles que os levam mais rapidamente à inconsciência, o jogador pode resolver mais facilmente combates que pareciam desequilibrados, invertendo a balança em favor próprio e deixando aquela ótima sensação de recompensa, que nem sempre se encontra em desafios que seguem as linhas usuais de progressão e resistência.

Interrogação aberta

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Da mesma forma que aplica sua tradicional experiência com jogos de mundo aberto em Immortals Fenyx Rising, chega a ser curioso ver esse tipo de abordagem expansiva sendo usada, também, nos enigmas. Com certeza a parte mais interessante do título, os puzzles surjam não apenas no Tártaro, onde devemos usar nossas habilidades de maneira criativa, mas também no próprio cenário, com o jogador, muitas vezes, perdendo completamente o foco em uma missão ao encontrar uma possibilidade ainda mais interessante pelo caminho.

Assim como os baús com itens e as frutas para criação de poções, tais elementos estão por todos os lados e, muitas vezes, aparecem em uma escala bastante inesperada. Um quebra-cabeças em específico envolvia o uso de esferas de luz em um tabuleiro para criação de um padrão determinado. Um tipo quase óbvio de enigma, cuja solução estava na nossa frente. Encontrar os itens necessários para o completar, porém, nos levou a uma exploração profunda da área ao nosso redor, com um longo investimento de tempo e um uso interessantíssimo da verticalidade.

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Durante a resolução, encontramos enigmas dentro de outros, que ao serem resolvidos, nos davam uma esfera. Entretanto, ao mesmo tempo em que servia para o objetivo final, ela também poderia ser elemento essencial em, ainda, outro puzzle, em uma sinergia interessante. Tais momentos, ao mesmo tempo em que chamam a atenção por não serem comuns em títulos de mundo aberto, também garantem o necessário respiro caso o jogador esteja cansado de tanta luta ou precise evoluir a personagem, mas deixando de lado a frustração de bater em inimigos menores por não conseguir vencer o maior deles.

Foi nessa união de forças vindas de diferentes gêneros e títulos, unidas à tradição da Ubisoft com jogos de mundo aberto, que as horas que passamos com Immortals Fenyx Rising passaram rapidamente. Como dito, suas raízes estão bastante fincadas por aí, mas ao mesmo tempo, essa familiaridade só nos torna mais curiosos para conhecer o que o título tem para apresentar de novo, seja em sua maneira peculiar de progressão, no humor de uma história narrada por deuses satíricos ou, simplesmente, nos horizontes de um mapa mitológico e cheio de segredos para serem descobertos.

Immortals Fenyx Rising chega no dia 3 de dezembro em versões PC, PlayStation 4, PS5, Xbox One e Series X, usando a função Smart Delivery nos consoles da Microsoft e com upgrade gráfico nos aparelhos da Sony.