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BGS 2019 | Dreams é excelente ferramenta, mas ainda falta ser usada

Por| 20 de Outubro de 2019 às 12h20

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Divulgação/Sony
Divulgação/Sony

A Sony levou para a Brasil Game Show 2019 uma das tecnologias mais importantes que ela criou nos últimos tempos. Dreams é o nome de um jogo que se confunde com uma engine para criar ambientes e jogos 3D.

Engine é o nome que se dá ao motor gráfico com o qual uma pessoa pode desenvolver um jogo. É exatamente isso que Dreams é: uma ferramenta que pretende ser mais amigável para que qualquer pessoa possa fazer um jogo.

O ponto é que, como ela está dentro do PlayStation 4, a plataforma também se confunde com um game em si. Parar tirar esse desentendimento, podemos comparar esse jogo com Super Mario Maker 2.

O jogo da Nintendo também permite criar fases, podendo ser considerado quase que uma ferramenta de desenvolvimento. Contudo, ele ainda é um jogo já que existe toda uma história, com narrativa e fases iniciais lançadas pela desenvolvedora.

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Em Dreams isso não acontece. Não existe o modo história ou algo parecido. Quando o jogador entra, é apresentado a um hub com alguns títulos já criados pela comunidade, ou pela própria Media Molecule (que encabeça a ideia) para apresentar a ferramenta.

É exatamente a esse tipo de fases que fomos apresentados durante o teste na Brasil Game Show. Era possível escolher entre 16 títulos: oito criados por desenvolvedores independentes e outros oito feitos pela própria Media Molecule.

Apesar de a ferramenta impressionar pela polidez dos games apresentados, nenhum dos jogos pareceu exatamente criativo e interessante. Dreams sofre do mesmo problema de Mario Maker: só fica bom se existir uma comunidade realmente engajada em colocar esforços de criação.

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Os games apresentados pela Media Molecule são variações de miniexperiências que, por vezes envolviam mover uma bola por cenários diferentes, por outras mexer com um bonequinho completamente sem textura.

O ponto positivo é que houve a demonstração de que são várias as possibilidades estéticas com a ferramenta. Embora seja voltada para modelagem 3D, também é possível fazer games em plataforma 2D e até com estética de desenho animado.

Os gêneros variam também. Em um deles, há um runner típico em que o personagem corre na direção da tela e é preciso evitar obstáculos. No outro, um boneco parecido com o personagem principal de Journey entra em um jogo de corrida de plataformas. Um terceiro envolve um macaco que sobe por uma corda e precisa desviar de cocos, eternamente.

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Mais uma vez, a diferença de possibilidades pode ser a vantagem e a sina desta plataforma. Se por um lado, é possível fazer várias coisas com Dreams, também não parece que algo é feito com o esmero que se deve.

Outro ponto pode ser que ainda é muito cedo para apresentar a ferramenta ao público desta forma. Isso porque Dreams entrou em fase beta em 2018 e ainda não foi lançado oficialmente. Ou seja, ainda são algumas poucas pessoas que têm acesso à plataforma para poder lançar suas criações.

O que se pode ver pela Brasil Game Show é que há a ferramenta é interessante e mostra bastante capacidade. Contudo, assim como um martelo sozinho não constrói uma casa, ainda é preciso ver o que a criatividade humana pode tirar. Se formos pelo apresentado na feira, o potencial será muito desaproveitado.

Outro ponto que talvez a Sony precise melhorar é a ferramenta de criação. O jogo utiliza o sensor de toque do controle, além dos de movimento para guiar um “mouse” pelo ambiente. Se já é difícil criar fases em 2D usando uma tela touch em Mario Maker 2, imagine montar um universo em 3D usando só o joystick. A compatibilidade com o PC seria bem-vinda. A vantagem é que, se quiser, o jogador também pode usar os PlayStation Moves do console.

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Dreams foi criado pela Media Molecule e entrou em acesso antecipado no PlayStation 4 em abril de 2019. Ainda não há data para que ele seja oficialmente lançado.