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Prévia | Crash Bandicoot 4: It’s About Time é tão bonito quanto difícil

Por| 22 de Setembro de 2020 às 09h41

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Divulgação/Activision
Divulgação/Activision

Foi uma volta ao passado que abriu as portas para um futuro brilhante. Crash Bandicoot 4: It’s About Time tem uma trajetória que faz com que seu nome em inglês seja mais do que um trocadilho infame. Já era hora de vermos um título digno do personagem que fez a infância de muita gente e, nada ironicamente, ele aparece em uma aventura que trata sobre manipulação temporal, seja na própria jogabilidade ou, também, por ignorar o passado ruim.

O Crash tatuado e as más ideias de duas gerações atrás, que levaram o protagonista a um ostracismo imposto pela sua distribuidora, a Activision, não existem mais. O que se percebe na demo liberada na última semana como uma amostra antes do lançamento marcado para outubro é que a desenvolvedora Toys for Bob aprendeu o que há de melhor com as lições da velha era do personagem, entregando um título que, ao mesmo tempo, também traz o desafio necessário para se tornar relevante nos dias de hoje, sendo absurdo mas, incrivelmente, não frustrante.

É um equilíbrio difícil de ser obtido, mas no qual a produtora parece ter tido sucesso. A demo de Crash Bandicoot 4: It’s About Time traz três fases (ou duas, se contarmos que a terceira é basicamente a primeira, mas com modificações e um trecho diferente) que investem nos melhores aspectos da era clássica do personagem, com algumas modificações necessárias para tornar o desafio palpável e nada punitivo.

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Sempre que morrer, e isso vai acontecer bastante, o jogador saberá que isso aconteceu por ineficiência própria. Seja por um pulo mal calculado, pela afobação no pressionamento de botões ou simplesmente por não saber exatamente como uma ameaça do cenário funciona, quem está no controle notará exatamente o que aconteceu e, também, de que maneira pode agir para que o falecimento do nosso querido marsupial não se repita.

Os trocadilhos também envolvem os nomes das fases, inclusive, naquela que já dá para perceber ser uma ótima localização para o português brasileiro. Crash Bandicoot 4: It’s About Time terá legendas e dublagens em nosso idioma, e por mais que a gente não consiga ouvir a voz nacional do protagonista, o que ouvimos do vilão e dos personagens de apoio é suficiente para notarmos que, além da jogabilidade, o título vem para nos contar uma história com carisma e carinho, como víamos no passado, só que melhor.

Só que você não vai pensar nisso quando estiver caindo pela 30ª vez em um abismo infinito...

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Ódio e (mais) alegria

A segunda fase, Fuga Dinossáurica, é também aquela que faz a ponte entre passado e presente, literalmente. Crash se vê na pré-história em um estágio bastante semelhante aos games do passado, com direito aos itens de invulnerabilidade e também as mudanças de perspectiva, principalmente quando a situação título se desenrola e nos vemos perseguidos por um Tiranossauro enquanto corremos em direção à câmera, com milissegundos de reação entre obstáculos e os dentes afiados do animal faminto.

Desde já, percebemos que os controles respondem bem, a ponto de não serem misericordiosos com a afobação. Os movimentos usuais de Crash aparecem aqui, como o ataque giratório, o pulo duplo e o salto de peito no chão, todos imprescindíveis em diferentes momentos da aventura, mas que também exigem sabedoria no uso, com a loucura não nos servindo tanto quando nos games do passado, bem mais piedosos com erros ou ações impensadas.

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Um momento específico, porém, pode se tornar quase impassável e é uma demonstração exata desse aspecto preciso, quando precisamos usar a escorregada do personagem juntamente com o pulo bem dado sobre uma plataforma em movimento. É, também, um daqueles pontos como os presentes nas três fases da demonstração, onde o jogador vai perder um tempo e verá o contador de mortes aumentando gradativamente enquanto tenta diferentes atitudes até, efetivamente, passar.

Essa, aliás, é mais uma das mudanças de Crash Bandicoot 4: It’s About Time e, também, um fruto direto da era atual. Na demo, temos o chamado modo Moderno, em que não há limite de vidas e você pode morrer quanto quiser, e o Retrô, que traz o implacável contador limitado para trazer ainda mais desafio às fases. É a forma, também, de a Toys for Bob garantir acessibilidade sem precisar derrubar o desafio que parece ser a principal característica do game.

Morreu, voltou, de forma rápida apesar do curto loading que aparece logo depois disso. Mais do que apenas a sensação de vitória, a produtora nos apresenta o que parecem ser os cenários mais bonitos de toda a franquia, com a continuidade das fases e a superação dos desafios não apenas servindo para dar prosseguimento às fases como, também, saciando a curiosidade sobre o que virá a seguir.

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Conseguimos enxergar longe em Fuga Dinossáurica, com um belo horizonte que esconde o pôr do sol. Enquanto isso, o cenário mais fechado e escuro de Inevitável e Infortúnios da Vida, as duas fases restantes, exibem uma quantidade absurda de detalhes e até mesmo diferentes rotas, com itens e desafios diferentes que devem ser selecionados de acordo com a destreza do jogador e, também, do que ele acredita ser capaz de alcançar.

Una a isso elementos novos como a já citada manipulação temporal, que faz com que tudo fique em câmera lenta por alguns segundos, algo essencial para vencer alguns desafios, ou a armadura que faz itens e elementos do cenário desaparecerem ou não de acordo com o modo de ativação. Tudo ao comando de pressionamentos simples, com controles ágeis. Faz falta, porém, um tutorial, que não está disponível na demo e cuja tentativa e erro com as possibilidades e novos elementos resultará em algumas mortes adicionais e desnecessárias no contador.

Estamos, como percebemos, em momentos avançados do título, podendo, inclusive, ver o lado do Doutor Neo Cortex em uma das fases e como ele, com suas próprias habilidades e características de jogabilidade, contribui para alterar o cenário em volta de Crash Bandicoot e tornar a vida do marsupial (e também a própria) muito mais complicada. Já sabemos que teremos outros personagens e a expectativa agora é de mais mortes, retornos e tentativas, de maneiras diferentes e, como a demo deixa claro, absolutamente envolventes.

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Crash Bandicoot 4: It’s About Time chega em 4 de outubro para PlayStation 4 e Xbox One em formato exclusivamente digital. Como o título já diz, e não cansamos de reafirmar, já não era sem tempo, mesmo. E mal podemos esperar por isso.