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Pac-man: 35 anos de diversão e comilança

Por| 22 de Maio de 2015 às 13h10

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Pac-man: 35 anos de diversão e comilança
Pac-man: 35 anos de diversão e comilança

Há 35 anos, um fenômeno nascia no mundo dos games: Pac-Man, um arcade lançado pela Namco em 22 de maio de 1980, no Japão, chegou para tomar de assalto o imaginário popular. Em outubro daquele ano, o jogo seria lançado também nos Estados Unidos, vendendo mais de 100 mil cópias nos primeiros 12 meses.

Criado para o fliperama, o game colocava o jogador para guiar uma criatura amarela que deveria comer pastilhas em um labirinto enquanto fugia de quatro fantasmas e logo ganhou versões para os consoles da época — várias delas ainda para o Atari 2600. Conhecido no Brasil por Come-Come, seu sucesso por aqui também foi estrondoso, com milhares de cópias vendidas para os mais diversos consoles ao longo dos últimos 35 anos.

E o sucesso é tão grande que Pac-Man extrapolou os limites da jogatina, sendo um dos primeiros sucessos de mercado quando o assunto é o licenciamento de produtos. Bonés, camisetas, bonecos, almofadas, chaveiros, adesivos, cereais, livros... É difícil imaginar algo que não tenha uma versão oficial do comilão.

Inspirado em uma pizza

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O nome por trás da criação de Pac-Man é Toru Iwatani, um designer da Namco que queria criar algo diferente dos famosos shot-em-ups, quase onipresentes naquela época. Segundo o próprio Iwatani, a grande inspiração veio de quando ele retirou uma fatia de uma pizza, o que a deixou com o aspecto de uma criatura com a boca aberta.

Toru Iwata ao lado de sua criação (Foto: Chris Kohler/Wired.com)

Porém, esta origem é um tanto quanto controversa e o próprio criador falou, em uma entrevista em 1986, que o design do Pac-Man seria apenas uma representação arredondada e mais simples do ideograma japonês kuchi, que significa boca. Como é comum, o mito em torno da criação de algo acaba sendo bem mais interessante do que a história verdadeira.

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Originalmente, Pac-Man era chamado de Puck-Man, inspirado no personagem mitológico japonês Paku, famoso por seu grande apetite. Além disso, no idioma nipônico, há uma frase onomatopeica que representa o abrir e fechar de uma boca: paku-paku taberu. Antes de publicar o jogo nos EUA, porém, a Namco optou por outro nome que não “Puck”, preocupados de que seu personagem fosse confundido com um palavrão em inglês.

No Japão, Pac-Man é Puck-Man (Foto: Divulgação/Namco)

Ms. Pac-Man e o público feminino

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Uma das intenções de Toru Iwatani ao desenvolver o Pac-Man era atrair o público feminino. Como os primeiros títulos da franquia eram desenvolvidos para fliperamas, um espaço tradicionalmente ocupado por homens em sua grande maioria, Iwatani pensou que algo mais suave e visualmente agradável pudesse atrair mulheres para esses lugares.

E, pelo visto, deu certo. O sucesso foi tamanho que, logo depois do lançamento do primeiro jogo da franquia, uma produtora desenvolveu o game Crazy Otto. Sem nenhuma ligação com a Namco, ele trazia Ms. Pac-Man, uma versão feminina do comilão, como protagonista.

Primeira aparição de Ms. Pac-Man acontece já em 1981. (Foto: Divulgação/Namco)

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Devido à demora da dona de Pac-Man em produzir uma continuação para a Midway, que detinha os direitos de representação da franquia nos Estados Unidos, ela comprou Crazy Otto e publicou o jogo sob o título de Ms. Pac-Man já em 1981. O game trouxe algumas inovações à franquia, como múltiplos labirintos, frutas em movimento e também uma jogabilidade mais acelerada, o que aumentava bastante o desafio.

Personagem turbinado

Você pode jamais ter percebido isso, mas Pac-Man trouxe algumas inovações para o mundo dos jogos. A começar pela possibilidade de dar novos poderes ao personagem, que se tornava capaz de engolir os fantasmas que o perseguiam sempre que comia uma pílula especial.

Rivais de respeito

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Além disso, outro legado de Pac-Man estava justamente em seus inimigos. Os quatro fantasmas apresentavam recursos bem interessantes quanto à inteligência artificial, sempre prontos para dificultar a vida dos jogadores. O criador do game afirmou em entrevista que o foco do desenvolvimento era criar cada um dos inimigos com uma personalidade única, incrementando o desafio da jogatina.

A personalidade de cada um fica evidente quando se olha para o seu nome no original, em japonês: o vermelho Oikake (Perseguidor), o rosa Machibuse (Emboscador), o azul Kimagure (Instável) e laranja Otoboke (Estúpido).

Corre, Pac-Man! (Foto: Divulgação/Namco)

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Na tradução para o inglês, os quatro personagens ganharam nomes que também destacam sua personalidade: Shadow, Speedy, Bashful e Pokey, respectivamente. Os quatro também são conhecidos por seus apelidos: Blinky, Pinky, Inky e Clyde,

Em evolução

Em 1982, o primeiro pulo para fora dos games: chegava às televisões dos Estados Unidos o desenho animado Pac-Man Fever, produzido por ninguém menos do que a lendária Hanna-Barbera (dona de Flintstones, Jetsons, Capitão Caverna, entre outros). O disco com a trilha sonora do desenho também fez um sucesso absurdo e vendeu mais de um milhão de cópias.

Obviamente, a evolução começava a atingir também os videogames, e já em 1984 era lançado Pac-Land, o primeiro da série com pegada mais de ação e aventura e com rolagem lateral.

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Fenômeno pop

Pac-Man se tornou um fenômeno pop, uma das figuras mais reconhecidas das últimas quatro décadas. Dos fliperamas para basicamente todos os consoles criados até hoje, o game já ganhou inúmeras homenagens desde a sua criação. Ele já foi tema de Doodle do Google e ganhou um labirinto infinito de presente de aniversário.

Homenagem do Google aos 30 anos de Pac-Man, em 2010. (Foto: Reprodução/Google)

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Mesmo que de forma indireta, sua influência no mundo dos games pode ser notada até mesmo em games como Wolfenstein, Doom e Grand Theft Auto — seu personagem (Pac-Man) avança sobre os populares (as pastilhas) e é perseguido pela polícia (os fantasmas). Apesar das óbvias diferenças, dá para dizer que a estrutura é semelhante.

Estima-se que, apenas no fliperama, Pac-Man tenha arrecadado mais de US$ 2,5 bilhões em moedas de 25 centavos. Se for somar vendas de máquinas arcade, jogos para console (são 34 títulos ao todo), licenças para outros games e desenhos animados, além de produtos licenciados, ainda assim não dá para medir o tamanho do sucesso do comilão mais famoso dos games.