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Lojas já estão vendendo "desbloqueio" de PlayStation 4 por até R$ 400

Por| 13 de Maio de 2015 às 09h39

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Se comprar um console da penúltima geração, como PS3 e Xbox 360, já pesa no bolso do jogador brasileiro, adquirir um videogame mais moderno e potente pode sair ainda mais caro. No caso dos fãs da Sony, a situação é ainda mais complicada, uma vez que o PlayStation 4 é vendido oficialmente por R$ 4.000, embora já possa ser encontrado por até R$ 2.000 em lojas credenciadas.

Como se não bastassem os preços salgados do hardware, o software - no caso os games - pode elevar ainda mais essa conta e comprometer a diversão do usuário, que, por conta da crise econômica que o país enfrenta atualmente, chega a desembolsar mais de R$ 200 por um único título, seja ele físico ou digital. Para muita gente, uma alternativa para driblar esses valores é efetuar o "desbloqueio" do console e para rodar jogos piratas. E olha que não é muito difícil encontrar estabelecimentos que dizem conseguir essa façanha.

Segundo apuração do pessoal do UOL Jogos, nos arredores da Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo, existem pelo menos quatro assistências técnicas que oferecem o tal desbloqueio do PS4. Aqui, é importante lembrar que estamos falando de uma modificação na parte física do dispositivo e não do sistema de contas compartilhadas, que permite que até três videogames diferentes acessem a mesma conta.

O "desbloqueio" é vendido a partir de R$ 300 e funciona da seguinte maneira: após deixar seu console na assistência, é preciso aguardar de três a cinco dias até que o processo seja concluído. Nesse período, os técnicos colocam um chip na placa do aparelho, que por sua vez é ligado a um laptop. Depois, o disco rígido do PS4 é formatado, dez jogos são instalados e só então o chip é retirado. Feito isso, o cliente retorna à loja para retirar o videogame já desbloqueado.

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O chip em questão é um Raspberry Pi, um microcomputador que pode ser programado para inúmeras tarefas, inclusive o suposto desbloqueio do aparelho da Sony. De acordo com um funcionário da assistência técnica, o chip funciona em conjunto com um programa de computador especial, que libera o uso de qualquer jogo no PlayStation 4, seja o game pirata ou original.

"O que fazemos é transformar um PS4 em um clone de outro PS4. O esquema copia [os dados] da BIOS e do processador e replica em outros videogames. Assim, tudo o que um PS4 comprar, pode ser copiado para outro. Esse esquema de clonagem é muito melhor que conta compartilhada, porque você compra cada jogo por R$ 30, R$ 35", explicou o vendedor de uma outra loja.

Com esse sistema de clonagem - que, segundo os vendedores, começou na Rússia -, a assistência pode comprar o jogo apenas uma vez, mas replicá-lo em quantos consoles quiser. Como se não bastasse, os games ainda podem ser atualizados normalmente e ainda funcionam em modalidades online multiplayer.

Cada jogo sai em média por R$ 50, bem abaixo dos mais de R$ 200 praticados pela maioria dos lançamentos vendidos aqui no Brasil. Para efeito de comparação, o UOL Jogos instalou 12 títulos no PS4 clonado, incluindo Call of Duty: Advanced Warfare, FIFA 15, Bloodborne e Mortal Kombat. Se fossem comprados em lojas oficiais, os games custariam aproximadamente R$ 1.700. Com a clonagem, houve uma economia de cerca de R$ 1.400.

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Outra característica é que, ao levar o PlayStation 4 à loja, todos os dados do HD são apagados e terão que ser instalados novamente na rede PSN. Além disso, se quiser trocar o disco rígido do aparelho por um novo e maior, será necessário fazer novamente o desbloqueio da nova unidade de armazenamento. O processo é o mesmo para jogos piratas: se quiser instalar algum título novo sem ter que gastar com os preços oficiais da PSN, o gamer terá que levar o console à loja que fez o desbloqueio.

Embora a clonagem de consoles não seja um desbloqueio real dos aparelhos, a prática é configurada como pirataria, o que qualifica a ação do estabelecimento como fora da lei. A medida se encontra no Código Penal, Art. 184, que fala sobre a violação dos direitos do autor e os que lhe são conexos. A pena para quem distribui ou compra produtos oriundos de pirataria é detenção de três meses a um ano ou multa definida pelo juiz.

A Sony ainda não se manifestou sobre o assunto, nem se as contas que forem identificadas com esse desbloqueio poderão ser banidas da PlayStation Network em futuras atualizações de sistema do PS4.

Fonte: UOL Jogos