Kojima considera sequência de Death Stranding, mas apenas se feita “do zero"
Por Rafael Arbulu | 02 de Dezembro de 2019 às 11h34
Hideo Kojima até pensa em fazer uma sequência para Death Stranding, seu mais recente sucesso, lançado no início de novembro. A única condição que ele estabelece, porém: não seria uma sequência.
Em entrevista ao site americano Vulture, o lendário designer de jogos disse que, na eventualidade de um Death Stranding 2, ele preferiria desenvolver uma história exclusiva, com seus próprios elementos narrativos e de jogabilidade, sem necessariamente seguir o enredo ou os fatos apresentados no primeiro jogo.
“Dentro da sala verde da galeria, a conversa se silencia após Kojima falar sobre sua mãe, então mudamos de assunto para [Norman] Reedus. Kojima discute [a possibilidade de] trabalhar com o ator novamente, talvez em uma sequência de Death Stranding — mas se ele fosse criar algo do gênero, ele iria ‘começar do zero’”, diz a matéria. Norman Reedus (o Daryll Dixon da série The Walking Dead) fez a captura de movimentos e expressões faciais, além de ceder a sua voz ao personagem Sam Bridges, o protagonista do jogo.
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Diante dessa afirmação, não é estranho especular que um Death Stranding 2 até fosse ambientado no mesmo universo do primeiro jogo, porém protagonizado por outro personagem ou apenas compartilhando fatos e arcos mais abrangentes. Essa prática é relativamente comum dentro do universo dos videogames e um bom exemplo disso é a franquia Darksiders, com cada jogo tomando por ambientações enredos paralelos ao título original (Darksiders 2 se passa em paralelo ao primeiro jogo, Darksiders 3 e Genesis se passam antes dos eventos originais e assim por diante). Kojima, por suas próprias palavras, poderia ir além, destoando completamente em um eventual segundo jogo do primeiro.
Quanto à parte da mãe do desenvolvedor, a matéria do Vulture também esclarece: quando Hideo Kojima deixou a KONAMI, onde se tornou famoso por criar franquias como Metal Gear e Zone of the Enders, ele não havia contado à sua mãe que inaugurou o próprio estúdio — Kojima Productions — nem que havia firmado parceria com a Sony. “Eu pensei ‘Vou contar à ela quando eu tiver um pouquinho mais de sucesso’. Não queria vê-la preocupada”. Lamentavelmente, a mãe do designer faleceu antes do lançamento do jogo, então ele se arrepende de nunca ter tido essa conversa.
“Os fantasmas do jogo — talvez meus pais sejam alguns deles, me olhando neste mundo. Eu queria que [o jogo] tivesse esse tipo de metáfora, a de que, dentro de você, existe uma conexão com as pessoas que já se foram”, ele disse na entrevista.
O Canaltech teve a oportunidade de analisar Death Stranding pouco antes de seu lançamento. Em nosso review, o redator Felipe Demartini disse: “O que temos em mãos é algo impressionante e, a seu modo, diferente, ainda que apoiado em alicerces reconhecidos e múltiplas referências. Vamos deixar que o tempo, porém, solidifique o potencial disruptivo e inovador de Death Stranding, pois mesmo após dezenas de horas com ele, ainda há muito mais o que absorver, pensar e, principalmente, mudar”.
Fonte: Vulture