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Forza Horizon 3 é ideal para quem quer acelerar sem compromisso [Análise]

Por| 11 de Outubro de 2016 às 13h13

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Forza Horizon 3 é ideal para quem quer acelerar sem compromisso [Análise]
Forza Horizon 3 é ideal para quem quer acelerar sem compromisso [Análise]

Depois de passar pelo estado norte-americano do Colorado e pela França e Itália, o Festival Horizon agora desembarca no outro lado do mundo, na belíssima Austrália, em Forza Horizon 3. Exclusivo do Xbox One e Windows 10, o título consegue representar muitíssimo bem toda a diversidade do país, numa mistura alucinante de longas estradas litorâneas e pistas de rally no árido Outback. Essas são características que o jogo deixa bastante claras já nos primeiros minutos, quando você desembarca no país e é colocado no comando de um Lamborghini Centenario insano.

Olá, chefe!

Diferentemente dos títulos anteriores da série, você não é mais um piloto desconhecido em busca de reconhecimento e fama. Agora, você é o chefe, manda e desmanda em tudo o que acontece no pedaço. É sua responsabilidade definir como as coisas acontecerão, onde o festival se instalará, como serão as corridas e tudo o mais. É uma mudança significativa na forma de jogar Horizon e que traz pontos positivos e negativos para este terceiro título da série. Mas vamos com calma, porque ainda tem coisa boa para ser falada.

Também pela primeira vez, você pode escolher como será o seu avatar, com dezenas de opções entre homens e mulheres de etnias diferentes. Além disso, também é possível escolher como você será chamado. Aqui, são centenas de possibilidades que vão desde apelidos bem engraçados, como Papaizão, a nomes reais. É o tipo de coisa que ajuda a criar uma certa intimidade com o jogador e que funciona bem, diga-se de passagem.

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Visual de cair o queixo

O mapa de Forza Horizon 3 é duas vezes maior que o do segundo título da franquia e o que temos diante de nós é uma reprodução em miniatura da Austrália em toda a sua glória. Densos e extremamente detalhados, os cenários estão recheados de elementos que não só preenchem a tela, mas nos remetem verdadeiramente ao país da Oceania.

Das matas, cachoeiras e lagos do interior australiano aos arranha-céus de Surfer's Paradise e as praias de Byron Bay com suas areias douradas, todas as seis regiões têm características que as distinguem entre si e nos transmitem uma sensação de variedade absurda nas corridas. O capricho é resultado do trabalho da equipe da produtora, que montou acampamento e passou dias na Austrália para capturar e reproduzir com fidelidade até mesmo o céu do país. Impossível de o queixo não cair.

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Ao todo, Horizon 3 traz seis ecotipos diferentes que essencialmente definem o que é a Austrália. Praias, grandes centros urbanos, deserto e as florestas do país formam o mapa do game

E tudo isso pode ser explorado do jeito que você quiser, sem escrúpulos. Quer seguir certinho nas estradas? Você pode. Quer castigar a suspensão do seu carro em terrenos não-pavimentados saltando igual um canguru? Também pode. A liberdade é total, o que torna a exploração e busca pelas placas de bônus e carros abandonados muito mais divertidas.

Para aumentar ainda mais esse sentimento de liberdade, foi incluído um modo drone. Nele, você pode explorar livremente o mapa pilotando um desses dispositivos, além de capturar fotos incríveis e até filmar uma corrida completa.

Deixando os cenários um pouco de lado, vamos falar das estrelas de verdade de Horizon 3: os carros. Além de contarem com uma modelagem quase impecável, que só falha ao mostrar a parte de baixo dos veículos como uma chapa lisa, todos os carros podem ser analisados em detalhes no Forzavista. Inaugurado em Forza Motorsport 4 com o nome de Autovista, o recurso permite abrir o capô, explorar o interior e esmiuçar as peças de todos os 350 carros disponibilizados no título - 150 a mais que em Horizon 2. Um prato cheio para os gearheads e os mais curiosos.

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Diversidade em vários aspectos

Aproveitando que falamos em carros, vale destacar a grande quantidade de tipos diferentes de veículos disponíveis no game. Tem para todo gosto: os clássicos American Muscle, hiperesportivos que sequer foram lançados, lendas do rally, carros feitos sob medida para explorar terrenos acidentados e até os icônicos utilitários esportivos australianos com motores V8. É o tipo de adição que mostra que tanto a Turn 10 quanto a Playground foram cuidadosas ao ponto de incorporar a cultura automotiva australiana no título.

A diversidade também está presente na trilha sonora selecionada pelos produtores. Ao todo, são oito estações com estilos bem diferentes e uma seleção bastante criteriosa que inclui nomes populares como Blink 182, The Offspring e Beastie Boys. É tanto que, pela primeira vez, temos uma rádio dedicada exclusivamente ao rap e hip-hop (Block Party) e outra somente com clássicos (Timeless FM) que vão desde Mozart a Brahms, passando por Beethoven. Além disso, o jogador pode montar sua própria estação utilizando suas músicas do Groove Music, serviço de streaming da Microsoft aos moldes do Spotify.

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Um dos trunfos de Horizon 3 é trazer uma lista gigantesca de carros. Ao todo, são 300 veículos dos mais variados tipos, indo dos clássicos aos hiperesportivos e passando até por buggies

Finalmente, o som dos motores dos carros e efeitos sonoros dos veículos são reproduções bastante fieis ao que temos no mundo real. O já consagrado trabalho de captura do roncado dos motores de cada carro da Turn 10 marca presença aqui e vai além: agora as batidas e os estouros dos escapamentos nas reduzidas também são mais bem reproduzidos que no passado. Tudo para passar a mesma sensação de imersão que antes era negligenciada num título arcade como este.

Jogatina acessível

Por mais caprichado que seja, Forza Horizon 3 continua fiel às suas raízes e é essencialmente um título arcade. A jogabilidade despretensiosa está aqui e democratiza as disputas em alta velocidade. Ou seja, você não precisa ser um gearhead ou um simpatizante do automobilismo para se dar bem nas competições.

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O jogo é amigável na medida certa para os novatos, mas também oferece meios de os mais experientes enfrentarem desafios maiores - seja ajustando a dificuldade dos drivatars, desligando as assistências ou realizando ajustes finos nas inúmeras opções de tunagem disponíveis antes de cada corrida.

Apesar disso, esses ajustes não são cruciais para determinar o sucesso do jogador nas disputas e servem, basicamente, para fazê-lo suar mais para conseguir vencer. Algo bastante bem-vindo depois de algumas horas de jogo e estar familiarizado com sua física, devo dizer.

Megalomania que atrapalha

A essa altura do campeonato, você já deve ter percebido que Forza Horizon 3 tenta conquistar a maior quantidade de pessoas possível, seja oferecendo uma quantidade absurda de tipos de carro, de terrenos diferentes e de ajustes. É algo natural para o maior Horizon já lançado, mas que pode comprometer a experiência como um todo.

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Por exemplo: o fato de você ser o chefe e a principal atração do Festival é uma grande mudança na mecânica da franquia. Antes você corria para ficar famoso, para mostrar que era o melhor, e isso funcionava como uma grande motivação tanto para iniciantes quanto para experts. Agora, você não tem de provar mais nada a ninguém e seus únicos objetivos são atrair mais fãs para lotar e expandir seu evento. Ou seja, o principal elemento motivador para que o jogador queira progredir no game simplesmente sumiu. Ao menos que você realmente goste de jogos de corrida, é possível que ache Horizon 3 repetitivo e maçante depois de algumas horas de jogo.

Como chefe, você também pode personalizar alguns parâmetros das corridas de exibição, definindo categoria de carro permitida, número de voltas e até mesmo a hora e o clima da corrida no chamado Horizon Blueprint. Feito isso, você cria um panfleto, que pode ser compartilhado com seus amigos e outros jogadores conectados à mesma sessão que a sua. A ideia é boa, mas exige que o jogador percorra pelo menos três menus e ajuste várias opções antes de iniciar uma única corrida. Para um título arcade, despretensioso, é trabalho demais.

Agora você não ficará mais limitado às corridas que o jogo lhe oferece e poderá criar, usando o Horizon Blueprint, suas próprias disputas

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A imensidão do mapa também cobra seu preço e não são raras as vezes que temos a sensação de que estamos sozinhos na Austrália do jogo. Faltam carros e coisas acontecendo sobretudo nas zonas de transição entre as regiões, que podem parecer abandonadas mesmo quando 3, 4 milhões de pessoas desembarcaram nas "Terras de Baixo" para participar da festa. As coisas só ficam agitadas de verdade quando você se aproxima de uma das sedes do Festival Horizon.

Ainda sobre o preço cobrado pela vastidão e riqueza de detalhes dos cenários, às vezes é possível perceber uma queda de framerate e o Xbox One engasgando na hora de renderizar algumas paisagens. Curiosamente, isso acontece com bastante frequência quando estamos curtindo a beleza de Horizon 3 em baixas velocidades, revelando que a alta velocidade pode ter sido aproveitada para maquiar esses problemas. Também é andando devagar que flagramos um certo desleixo em alguns elementos, como os espectadores, vegetação e alguns objetos que compõem os cenários e que aparecem serrilhados.

Mas então, vale a pena?

Forza Horizon 3 é, sim, um dos melhores de corrida da atualidade. Além do visual surpreendente e a diversidade de veículos e eventos disponíveis, o game consegue criar uma intimidade com o jogador ao oferecer possibilidades de personalização do avatar e tunagem dos carros.

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Embora acessível, a jogabilidade oferece opções para aumentar o desafio e manter os mais aficionados mais tempo jogando o título. Não raramente, você iniciará Horizon 3 planejando uma hora de jogatina e, quando menos perceber, se pegará adentrando a madrugada de tão gostoso que ele é.

Fora alguns poucos defeitos, que não chegam a comprometer a experiência como um todo, Horizon 3 cumpre o que promete: é divertido, despretensioso e ideal para quem quer acelerar e relaxar

Talvez um dos maiores responsáveis por nos fazer sentir tão confortáveis ao jogar Forza Horizon 3 seja as capacidades de multiplayer online dele. Além da já tradicional disputa online com 12 jogadores simultâneos, o título oferece a possibilidade de desbravar toda a campanha online com o auxílio de mais três amigos, independentemente de eles estarem jogando no Xbox One ou no Windows 10. Então, é só chamar a galera, reuni-la num comboio e sair acelerando por aí.

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Em relação às mudanças da mecânica do game, que podem ser vistas com cara feia pelos fãs de longa data, elas são uma espécie de "mal necessário" pensado pela desenvolvedora para fugir da repetitividade dos Horizon anteriores. Se elas funcionam ou não, isso depende muito do jogador; então só jogando para você saber.

Independentemente disso, a verdade é que no fim das contas os pilotos que buscam descontração não terão do que reclamar. Afinal de contas, Forza Horizon 3 cumpre muito bem aquilo que promete: diversão sobre quatro rodas, sem burocracia, para relaxar depois de um longo dia no escritório.

Nota 9