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Assédio e mau comportamento no League of Legends é tema de pesquisa na Riot

Por| 01 de Abril de 2016 às 12h54

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Assédio e mau comportamento no League of Legends é tema de pesquisa na Riot
Assédio e mau comportamento no League of Legends é tema de pesquisa na Riot

A Riot Games, produtora do bem sucedido League of Legends, contratou uma equipe de pesquisadores para estudar as interações entre os gamers. Por conter 67 milhões de jogadores em todo o mundo, a equipe pôde ter acesso a uma enorme quantidade de dados comportamentais, no intuito de investigar o que se conhece como griefing, prática de assédio e perseguição por parte de alguns jogadores em relação a outros.

No geral, as perseguições são iniciadas contra jogadores que não tenham um bom desempenho, arruinando sua experiência de jogo. Diante disso, a Riot Games percebeu que essa prática atrapalha a retenção de jogadores, que se afastam, e impede que novos jogadores sejam atraídos.

A equipe de investigação analisou os registros do bate-papo de milhares de partidas. Para se ter dimensão do alcance do jogo, mais de 27 milhões de jogadores são atraídos diariamente. A pesquisa também envolveu a classificação dos jogadores sobre a sua própria experiência nas partidas.

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Resultados

Os resultados foram surpreendentes, pois apenas 1% dos jogadores apresentava comportamentos de assédio e perseguição constantes, o que representa apenas 5% dos casos de griefing. Dessa forma, foi necessário tomar conhecimento sobre de onde vinha a maioria dos casos e, incrivelmente, a descoberta foi que a imensa maioria dos assédios tinha origem por parte de jogadores que estavam tendo um dia ruim e acabavam descontando suas frustrações em outros jogadores.

Essa descoberta gerou outro desafio: como mudar o comportamento desses jogadores, se, na maioria das vezes, eles se comportam bem? Ora, se a Riot simplesmente banisse os griefers, o quadro de assédios não sofreria grandes mudanças, já que este tipo de usuário soma apenas 1%.

A ideia de Jeffrey Lin, executivo da Riot e doutor em neurociência cogntiva, diante das constatações, foi utilizar conhecimentos da psicologia que provam que imagens ou mensagens vistas antes de determinadas atividades podem alterar alguns comportamentos, deslocando-os para outra direção.

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A partir dessa premissa a equipe da Riot introduziu 24 dicas e mensagens ao longo do jogo incentivando a tolerância e o bom comportamento e outras desencorajando os assédios. Os resultados foram interessantes, pois as mensagens que incentivavam atitudes positivas reduziu o uso de linguagem ofensiva em 6,2%, por exemplo. Já as que desencorajavam os assédios diminuíram em 8,3% as atitudes negativas e em 11% o uso de linguagem ofensiva.

Novos métodos de melhoria

A experiência de investigação, apesar de ter mostrado melhoras, não foi suficiente para mudar comportamentos tão enraizados. Jeffrey Lin e sua equipe, então, criaram o Tribunal, na tentativa de que os jogadores pudessem desenvolver melhor senso de coletividade. A ideia do Tribunal é dar voz aos usuários e funciona da seguinte forma: Voluntários revisam os registros de bate-papo de jogadores que tenham apresentado mau comportamento, e então os usuários podem atuar como júri por meio de votos sobre a punição dos jogadores avaliados.

As análises do Tribunal mostraram que os casos que receberam maior punição foram de assédios envolvendo racismo e homofobia. Como o projeto de Lin era audacioso, ele quis, diante dessa informação, trazer o jogador punido para uma espécie de reeducação. Desenvolveram, então, uma forma para que o jogador que cometesse uma infração fosse notificado entre 5 e 10 minutos depois do insulto, e isso reduziu os maus comportamentos em 40%.

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Novos desafios

As equipes de pesquisa da Riot têm trabalhado constantemente para melhorar a interação entre seus usuários, mas soluções definitivas ainda não existem, já que os comportamentos estão diretamente ligados com as construções culturais dos jogadores. Ou seja, as estratégias de melhoria devem estar de acordo com as necessidades comportamentais de cada cultura ou país para que elas sejam, de fato, eficazes.

Outra questão ainda de desafio para Lin é lidar com o sexismo, que é reforçado, inclusive, pelas características das personagens do sexo feminino, para isso a Riot tem trabalhado para retratar as personagens femininas de uma maneira mais forte e poderosa.

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Fonte: Scientific American