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Análise | Yoshi’s Crafted World traz imaginação e beleza ao Switch

Por| 06 de Abril de 2019 às 12h10

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Análise | Yoshi’s Crafted World traz imaginação e beleza ao Switch
Análise | Yoshi’s Crafted World traz imaginação e beleza ao Switch
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Quem conhece os consoles e jogos da Nintendo está acostumado com os mundos fantásticos e universos belíssimos criados pela companhia. Eles são sempre mágicos e encantados, com personagens consagrados, mas, ao mesmo tempo, longe de nossa realidade. Yoshi’s Crafted World també é assim, mas, ao mesmo tempo, aproxima a aventura de nós ao usar materiais do dia a dia e muita lã para construir as fases e desafios.

Novo episódio de uma franquia iniciada ainda nos tempos do Wii U (e com raízes que remetem ao Super Nintendo, nos velhos tempos de Yoshi’s Island), a nova aventura do dinossaurinho nos coloca mais uma vez em um simples, porém belíssimo, desafio. Um resultado visual que nunca deixa de encher os olhos, mesmo após muitas horas de jogo.

A variação e o carinho com os detalhes chamam a atenção desde o primeiro momento com Yoshi’s Crafted World até o último. Os personagens, claro, se movem como em uma brincadeira que acontece diante de nossos olhos, enquanto os cenários são feitos de muito papelão, latinhas, papel cortado, canudinhos e o que mais estiver à mão. Estamos dentro da imaginação de uma criança bastante inventiva e com muitas habilidades manuais, que usou artigos e objetos do cotidiano para criar cenários para seus bonequinhos, também feitos à mão.

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Logo de início, o usuário já vai perceber que os cenários bonitos e coloridos escondem muitos segredos. Toda fase tem três objetivos básicos, além do simples “chegue até o fim”. É preciso coletar flores, moedas vermelhas e corações; o primeiro item garante o avanço pelo mapa, já que alguns personagens cobram uma espécie de “pedágio” para que Yoshi possa seguir em frente, enquanto dinheiro e pontos valem roupas extras, que também servem como escudo para o personagem.

Ao longo do caminho, estamos diante das maquinações de Kamek e Baby Bowser, que querem para si as joias da Sundream Stone. Durante o roubo, entretanto, os artefatos acabam sendo espalhados pelo mundo, o que leva a todos, tanto os vilões quanto os Yoshis multicoloridos, a saírem em busca delas.

Não dá para deixar de considerar o fato de que Yoshi’s Crafted World é um game feito com um público infantil em mente, o que não impede que ele impressione e desafie até mesmo os adultos. Os mais habilidosos, recém-saídos dos combates intensos de Sekiro: Shadows Die Twice, por exemplo, não terão a menor dificuldade em chegar ao fim do game e completar todas as fases com uma mão nas costas. Completar o game de verdade, completando tudo aquilo o que ele tem para oferecer, entretanto, é algo bem diferente.

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Isso se deve ao fato de muitas das roupas disponíveis dependerem da sorte e também de moedas douradas para serem coletadas. Pior, caso você perca uma durante uma fase, será preciso coletá-la novamente em uma das máquinas espalhadas pelo cenário, que as entregam de forma aleatória e possuem diferentes níveis de raridade.

Quem seguir do começo ao fim de forma objetiva, claro, não terá problemas, nem mesmo em pagar os valores floridos cobrados pelos robôs. Encontrar a totalidade dos itens, entretanto, é outra história, da mesma forma que completar os objetivos adicionais que aparecem depois que cada fase é completada. Yoshi’s Crafted World, como a própria imaginação, não tem fim, e os mesmos brinquedos podem ter utilidades e funcionamento diferentes de acordo com o que o pensamento pedir. Sendo assim, muitas vezes, em vez de apenas seguir do começo ao fim da fase, o jogador também pode se pegar caçando vacas de papelão ou correndo atrás de cachorros.

Duas dimensões não são o bastante

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Yoshi’s Crafted World também traz para si conceitos presentes em outras franquias da Nintendo, como é o caso de Paper Mario, por exemplo. Tanto lá como cá, a perspectiva primordial é 2D, mas o título faz questão de colocar as coisas em três dimensões na hora de criar diferentes caminhos pelas fases ou montar desafios diferentes para chacoalhar um pouco as coisas.

Vira e mexe, o jogador se verá correndo em direção à câmera ou lançando ovos para o fundo do cenário. Inimigos podem se esconder atrás de estruturas ou Yoshi pode se ver obrigado a trabalhar com a perspectiva para resolver um enigma. Muitas vezes, ao ter a visão ocultada por um obstáculo, a câmera muda de lado para mostrar as coisas por um outro ângulo.

Tudo, entretanto, sem perder a mística de um jogo criado para constituir perfeitamente um mundo imaginativo. A suspensão de descrença nunca é quebrada e os momentos de alteração de perspectiva, apesar de bruscos, funcionam como se a gente estivesse mudando de posição diante da mesa para enxergar aquilo que não era possível a partir de um dos lados. Então, tudo retorna à posição original.

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São, novamente, elementos de variação que ampliam a proposta e a tornam sempre interessante e instigante. Os controles se baseiam em três botões e os desafios, como dito, são simples, normalmente constituídos de inimigos que atacam Yoshi ou enigmas simples, resolvidos com elementos do próprio cenário. A curiosidade sobre o que vem a seguir, entretanto, sempre se mantém.

A cada duas ou três fases tradicionais, temos algo de especial ou diferente acontecendo. Nem sempre estaremos seguindo adiante no velho estilo de plataforma: muitas vezes tomaremos trens, teremos montarias ou, ainda, controlaremos um mecha Yoshi gigante. Às vezes, os desafios envolvem magnetismo, enquanto em outros o mote é a precisão nos disparos de ovos ou nos pulos.

Tudo se torna ainda mais divertido quando se joga de dois, com cada jogador controlando seu próprio Yoshi. Os desafios, entretanto, permanecem semelhantes ao game com um gamer apenas, o que faz com que o jogo se torne ainda mais simples de ser vencido. Seguindo o mote de muitos títulos desse naipe, não há jogatina online, com o bom e velho coop de sofá ainda sendo o caminho aqui.

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É muito fácil olhar para Yoshi’s Crafted World e rapidamente taxá-lo como um “jogo de criancinha”, algo que ele, efetivamente, é. Entretanto, a proposta aqui é muito mais rica do que apenas isso e o título nos leva, mais uma vez, a um mundo cativante e divertido, com opções para todos os gostos, mesmo que, não necessariamente, abraçando todos os níveis de habilidade. Em tempos nos quais o assunto é o desafio extremo, temos um game que se posiciona no exato oposto disso.

Temos, também, um título que tem carisma como poucos, mais uma marca registrada da Nintendo, que não deixa a desejar nesse aspecto. Durante todo o tempo, o jogador vai querer ter um Yoshi de lã em casa e, ao mesmo tempo, vai lamentar o fato de dificilmente conseguir recriar em casa todas aquelas aventuras de papelão. Felizmente, no Switch, temos fases e Yoshis de sobra para tudo isso.

Yoshi’s Crafted World foi testado em cópia digital gentilmente cedida ao Canaltech pela Nintendo.