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Análise | Trials Rising é uma volta ao mundo divertida como sempre

Por| 08 de Março de 2019 às 13h18

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Análise | Trials Rising é uma volta ao mundo divertida como sempre
Análise | Trials Rising é uma volta ao mundo divertida como sempre
Tudo sobre Ubisoft

Trials Rising é parte de uma franquia menor da Ubisoft, que passa longe das grandes hipérboles e dos gigantescos mundos abertos que vemos na maioria das outras marcas da companhia. Não que a série, em si, não seja grande, mas esse fator se aplica muito mais à diversão proporcionada por ela do que à imensidão de seus universos.

O novo título, então, chega para expandir um pouco mais esses ares, levando a série em uma verdadeira volta ao mundo para que os jogadores possam se estatelar no chão em diferentes países do globo. As competições que envolvem mais jeito do que força, ou melhor dizendo, mais equilíbrio e precisão do que velocidade, agora ganharam uma nova cara, mas sem perder a tradição que tornou a série um sucesso antes mesmo de se tornar parte do panteão da Ubisoft.

No novo game, estamos, como sempre, participando de provas em que o objetivo é chegar inteiro até o final, no menor tempo possível. Trials Rising adiciona um elemento de competitividade à essa fórmula antiga, mas não batida, com a adição de fantasmas que transformam todas as fases em competições, mesmo com o jogador ainda diante de oponentes controlados pela inteligência artificial, feitos apenas para se parecerem com jogadores reais.

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Cada um segue na sua própria linha, mas, ao longo de todo o circuito, o jogador estará vendo as performances dos outros diretamente. Isso serve, ao mesmo tempo, para acirrar as provas mais simples e também para dar dicas do que fazer nas partes mais espinhosas, reduzindo a frustração nos inevitáveis trechos em que um erro de três subidas atrás custa uma queda bem depois.

Trials Rising traz o que gosto de chamar de progressão “semilivre”. Para avançar, o jogador tem à disposição uma série de pistas e fases de um torneio que culminam em uma grande competição final, em três etapas. A ordem a seguir, entretanto, fica livre a cada um e, se desejar, o usuário pode seguir diretamente para a prova final, uma vez que ela esteja liberada, sem completar todos os outros estágios de um território.

Isso permite, por exemplo, que o jogador ignore aquelas pistas em que pode estar tendo mais dificuldade, assim como recebe pontos adicionais de experiência caso mande bem demais em outra. Logicamente, o jogo também incentiva a diversificação, não sendo possível manter a jogatina apenas em um circuito para realizar grind, mas, ainda assim, é uma forma de não prender o jogador e deixar que ele siga em frente, mesmo deixando algumas arestas para trás, seja qual for o motivo.

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Mas, acredite, você vai querer visitar todas as pistas pelo menos uma vez. Trials Rising, como dito, é um jogo que se situa em uma volta ao mundo, com cada competição se passando em uma região. Começamos nos Estados Unidos para, logo depois, seguirmos à Europa e, na sequência, para a Ásia. Os cenários são característicos de cada território, assim como os efeitos climáticos e, principalmente, as bizarrices que são marca registrada da franquia tanto quanto a precisão e os jogadores com a cara na terra.

É aqui que o conjunto visual do título brilha, apresentando os gráficos mais bonitos de toda a franquia. Na largada, sempre vemos os competidores de perto, enquanto a câmera se afasta de tempos em tempos para exibir a vastidão dos cenários, os elementos presentes até mesmo na linha do horizonte e, principalmente, as maneiras criativas e irreais de se seguir em frente.

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Barcos vikings, rodas gigantes, elevadores de construção, contêineres e catapultas são apenas algumas formas encontradas pelo game para adicionar tempero e variação à fórmula. Ao final, chegando em primeiro ou em último, o jogador também pode ser explodido, encontrar fantasmas, cultos religiosos ou shows de rock, isso quando não estiver preso a um foguete em direção a um país inimigo, no que parece ser o início de uma grande guerra que poderia servir, muito bem, como crossover com outra grande franquia da Ubisoft que abordou justamente isso em um lançamento recente.

A RedLynx também mostra um cuidado na variação dos elementos fundamentais das provas, com o relevo de cada pista refletindo, sempre que possível, a região onde se está. Territórios montanhosos da Europa terão competições com grandes saltos e quedas, enquanto áreas urbanas estarão cheias de obstáculos. Novamente, você não vai querer deixar de experimentar todas as opções pelo menos uma vez, por mais que perceba uma proficiência maior em um tipo de corrida.

É essa mistura de loucura com precisão que faz com que Trials Rising seja interessante a cada prova. A busca por contratos de patrocínio também adicionam variação e objetivos especiais ao game, mas, por outro lado, a triste obsessão de nossa indústria também aparece por aqui na forma de loot boxes, que, mesmo relacionadas apenas aos itens estéticos, sem upgrades ou melhorias que dão vantagem na jogabilidade, não deixam de incomodar.

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Aqui, temos uma progressão semelhante a de grandes games de tiro, em que cada subida de nível garante uma caixinha, enquanto créditos in-game podem ser usados para ressorteio dos itens. Quem quiser, também pode usar dinheiro de verdade para adquirir loot boxes, mas, na maioria do tempo, e a não ser que realmente se importe muito com personalização, o jogador estará mais preocupado em melhorar seu ranking para subir de nível do que em ganhar um capacete novo.

Por outro lado, uma certa falta de intuitividade nos menus entra no caminho dessa diversão toda. O mapa é bastante poluído e, por mais que os ícones sirvam para indicar que tipo de medalha o jogador obteve em cada prova e quais ainda precisam ser realizadas, o próximo passo nem sempre é muito claro.

Em um momento do game, o jogador libera toda uma nova região para explorar, mas se surpreende quando as pistas recém-habilitadas simplesmente não aparecem no mapa. É preciso ativar o novo território em um menu lateral, algo necessário às vezes e em outras não. Em determinados momentos, você terá a certeza de ter cumprido objetivos, mas não verá os resultados pretendidos aparecendo. Para descobrir o que exatamente aconteceu, só retornando à prova anterior e observando os números em meio às diferentes informações que aparecem na tela.

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Mesmo com problemas desse tipo, já temos uma análise bem positiva de um game que faz jus à franquia e leva adiante os conceitos do passado. E, então, para apostar ainda mais na competitividade e na ideia de que o jogador está sempre correndo com alguém, temos o modo Tandem Bike, a grande estrela do multiplayer de Trials Rising, em que dois jogadores controlam a moto ao mesmo tempo.

Enquanto um deles é responsável pela aceleração e frenagem, outro controla o equilíbrio, realizando as acrobacias e, principalmente, as aterrissagens. O extra é diversão garantida, principalmente quando jogamos localmente. Outra certeza é de controles arremessados na parede pelo ódio misturado com as risadas de dois malucos que, simplesmente, não conseguem se acertar no guidão. Acredite, essa separação torna o game mais desafiador e difícil do que parece.

Os lags constantes no modo online também tornam a experiência um desafio. Felizmente, em Trials Rising, competimos por tempo e não diretamente com os outros, o que torna os travamentos de personagens ou o teletransporte deles para diferentes partes menos incômodos. Ainda assim, eles são perceptíveis, assim como certa demora na criação de partidas online.

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Ainda assim, há muito mais benefícios do que malefícios nessa nova iteração da franquia e os jogadores serão atendidos naquilo que efetivamente procurarão em Trials Rising. As corridas malucas de sempre estão de volta, agora maiores e muito mais bonitas, enquanto Tandem Bike adiciona uma novidade das mais interessantes à fórmula, daquelas que queremos ver se tornando uma constante na série.

Quanto aos restante dos problemas, com exceção, talvez, da certa dificuldade em navegar pelos menus, todos são facilmente ignoráveis. Como nas próprias provas do game, quedas e eventualidades acontecerão aqui e ali, mas Trials Rising e a Ubisoft RedLynx chegam ao final desse percurso com medalha de ouro.

Trials Rising está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e Xbox One. No Canaltech, o jogo foi analisado no PS4 com cópia gentilmente cedida pela Ubisoft.