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Análise | The Legend of Zelda: Link’s Awakening deixa o passado ainda mais belo

Por| 26 de Setembro de 2019 às 12h50

Link copiado!

Análise | The Legend of Zelda: Link’s Awakening deixa o passado ainda mais belo
Análise | The Legend of Zelda: Link’s Awakening deixa o passado ainda mais belo

Quando falamos em sucessos do mundo dos games, poucos são tão indiscutíveis quanto o do Game Boy. O console lançado em 1989 levou para as mãos das pessoas uma revolução que a Nintendo também estava fazendo no ainda incipiente mundo dos games e o resultado foi um dos maiores ciclos de vida da indústria, além de uma marca de quase 120 milhões de cópias vendidas.

Muitas empresas, é claro, cresceram o olho com o tamanho desse sucesso, e isso também inclui a própria Nintendo. No início dos anos 1990, ela já era detentora de algumas das principais marcas do entretenimento eletrônico, e enquanto as demais desenvolvedoras tentavam fazer as propostas do arcade e do NES caberem no Game Boy, ela pensava diferente, sabendo que era impossível colocar o elefante dentro do fusca.

Foi dessa abordagem que nasceu The Legend of Zelda: Link’s Awakening, que chegou quatro anos depois do lançamento do portátil para se tornar um dos melhores jogos não apenas da plataforma, mas também da franquia. O título que levou ao ano mais lucrativo da história da Nintendo e ganhou uma versão aprimorada no Game Boy Color, agora, retorna com amplo fôlego para uma nova geração, mostrando, também, que um bom clássico não perde o brilho jamais.

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A principal marca dessa nova versão de Link’s Awakening é a simplicidade praticamente intocada do original. Ao retrabalhar o game, a Nintendo demonstra saber exatamente o que fez com que ele desse tão certo e encantasse gerações, focando em melhorias de jogabilidade e adições de novos recursos, em vez da reinvenção da roda. É um testamento de que o trabalho de quase 30 anos ainda reluz e, agora, ganha um belo de um polimento.

A trama é direta e reta, levando poucos minutos para já jogar o usuário em um mundo aberto de uma época em que esse nem mesmo era um conceito. Link naufraga na ilha de Koholit e perde todos os seus equipamentos. Agora, ele precisa encontrar oito instrumentos musicais mágicos para conseguir fugir, e fará isso explorando dungeons e o próprio cenário enquanto enfrenta inimigos clássicos e, pasmem, participações especiais da galera de Super Mario Bros., só que reimaginada.

Para horas ou minutos

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Conceitos básicos de jogos de RPG, que acabaram escorrendo também para FPSs e games de ação, não aparecem aqui, em um título que impressiona por ser incrivelmente simples e instigante. Não existem níveis, um arsenal de armas ou muitas magias para serem coletadas, com Link’s Awakening tendo uma progressão incrivelmente encadeada e objetiva, colocando desafios e puzzles um de cada vez diante do jogador e o imergindo cada vez mais no mundo do título.

Permanece vivo, assim, o caráter mais básico de um jogo feito para ser jogado em pequenas doses e de maneira portátil. Com a bem-vinda adição dos salvamentos automáticos e também do modo stand by do Switch, a Nintendo expande ainda mais a ideia do original de que mesmo uma jogadinha de cinco minutos é capaz de revelar mais sobre o mundo ou levar Link adiante, seja pelo avanço em uma das dungeons principais, pela solução simples de uma side quest ou, simplesmente, abrindo mais um pedacinho do mapa com uma habilidade recém-obtida.

Os controles, também, se tornaram mais ágeis e leves. Link’s Awakening faz com que o jogador ande bastante pelos cenários, com uma contagem de frames mais alta e também os comandos aprimorados fazendo com que isso não seja um martírio, bem como os repetitivos momentos de quebra de vasos ou corte de plantas. Cabe, também, ao jogador escolher fazer isso ou não, caso precise de itens ou esteja tranquilo, com o game fazendo questão de indicar quando uma ação do tipo é necessária para seguir adiante.

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Nesse sentido, atualizações de qualidade de vida também aparecem, com o escudo e espada de Link estando ativados por padrão e sempre disponíveis, deixando os dois outros slots do personagem para pós mágicos, itens de pulo ou outros artigos. As idas ao inventário diminuíram e isso tornou o título mais rápido, com um balanceamento de dificuldade também acontecendo para contornar a ideia de que os artigos ofensivos estão sempre à mão.

A Nintendo ainda investe no fator replay ao adicionar um inédito sistema de dungeons, com direito a uma plataforma de criação a la Super Mario Maker. Nos desafios do personagem Dampé, liberados logo nas primeiras horas do título e disponíveis a qualquer momento mesmo após o final dele, o jogador é desafiado a completar fases adicionais e com desafios altos, em troca de itens.

Como se tornou tradição desde os tempos de Breath of the Wild, finalizar as dungeons mais difíceis entrega uma recompensa que decepciona ainda mais que o cocô dourado de Korok. Por outro lado, o modo Chamber Dungeon também permite que o jogador use salas e inimigos já enfrentados nas masmorras do game comum para criar suas próprias aventuras, que também valem recompensas caso ele próprio consiga as terminar.

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Infelizmente, a Nintendo se esqueceu de um elemento essencial em mecânicas desse tipo e, inexplicavelmente, não adicionou conectividade online a The Legend of Zelda: Link’s Awakening, de forma que as criações pudessem ser compartilhadas com o mundo. A única forma de fazer isso é por meio da memória dos Amiibos, mas o uso dos bonecos também é limitado somente aos da própria franquia, o que acaba por cortar um bocado as asas da imaginação.

Brincadeiras reais

O maior destaque inédito de Link’s Awakening, entretanto, acaba sendo o seu conjunto visual, que mais do que adiciona a um título já incrível em sua forma original. Na época, criar salas que coubessem em uma tela era uma necessidade técnica, e hoje, isso se tornou um primor artístico, com a Nintendo transformando as salas, cidades, florestas e dungeons em uma espécie de diorama interativo e simplesmente lindo.

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Com o protagonista que ficou conhecido informalmente no Twitter como “Link Bebê” e um visual cartunesco e fiel às origens, o remake confirma também no aspecto técnico o carinho com o original. Aliado à trilha sonora reimaginada, agora muito mais forte e marcante, o novo exclusivo faz jus à tradição de excelência de uma empresa que segue em um momentum incrível em 2019, com exclusivos quase impecáveis.

O novo velho The Legend of Zelda é, também, um título que se encaixa perfeitamente nas bases do Switch, um híbrido de console de mesa e portátil. Toda a diversão da época do Game Boy está concentrada aqui, enquanto os visuais belos adicionam à aventura e aparecem simplesmente incríveis na tela da TV, enquanto sua jogabilidade encadeada e simples não faz feio, também, durante jogatinas mais longas.

O título é um retorno ao passado e, também, um testamento da genialidade de uma Nintendo que mostra porque, entre altos e baixos, permanece até hoje como um dos grandes nomes da indústria. Um bem-vindo retorno de um clássico absoluto e, também, um grande RPG de ação para as novas gerações. The Legend of Zelda: Link’s Awakening faz a gente sorrir e se divertir e essa é a verdadeira essência de um jogo de vídeo game, seja ele novo, velho ou as duas coisas ao mesmo tempo.

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O game foi analisado em cópia digital gentilmente cedida ao Canaltech pela Nintendo.