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Análise | Viva um minuto por vez em Minit

Por| 03 de Abril de 2018 às 13h03

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Análise | Viva um minuto por vez em Minit
Análise | Viva um minuto por vez em Minit

Jogar, errar, repetir e superar: esse esquema cíclico é uma das espinhas dorsais dos games que nos acompanha desde os primeiros títulos até os dias de hoje. Entretanto, há alguns jogos que bebem diretamente dessa fórmula para compor uma jogatina baseada puramente em tentativas e erros — e é exatamente assim que somos inseridos no universo de Minit.

Criado pela equipe de desenvolvedores independentes JW, Kitty, Jukio e Dom e publicado pela Devolver Digital, Minit oferece uma premissa muito simples: tudo gira em torno do momento em que o protagonista se depara com uma espada amaldiçoada e passa a ter apenas 1 minuto de vida antes de retornar ao seu lar. A partir daí somos desafiados a cumprir objetivos, explorar os arredores e coletar objetos para solucionar puzzles, em algo facilmente comparado a games como The Legend of Zelda e Goof Troop.

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Morrendo e aprendendo

Embora não seja a primeira vez que lidamos com uma mecânica de retornar em checkpoints em jogos, a dinâmica de tempo limitado para realizar uma quantidade muito grande de ações exige medidas mais ponderadas do que geralmente estamos acostumados, gerando uma sensação constante de pressa.

Em meio a esse ritmo acelerado, temos a oportunidade de conhecer os arredores e interagir com personagens e objetos; a cada retorno, mais pistas podem ser encontradas, bem como novos itens e habilidades, liberando passagens em caminhos antes obstruídos ou inacessíveis, além de novas moradias que funcionam como ponto de salvamento.

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Embora o regresso constante a cada morte do personagem transmita a sensação de que nada mudou, todos os progressos e quests resolvidas permanecem. Espalhado pelos cenários, há alguns segredos opcionais que podem ser encontrados durante a sua jornada, como corações extras e missões adicionais, mas que não vão influenciar em nada no desfecho do jogo.

A repetição aqui pode envolver jogadores que gostam de solucionar enigmas, mas também causar a sensação de irritação e frustração naqueles que gostam de um ritmo de exploração mais cadenciado e contemplativo.

Minimalismo e criatividade

Outra particularidade do jogo são os gráficos, que podem ser facilmente confundidos com uma tela de um Game Boy, onde o quadriculado característico é predominante. A simplicidade visual também se estende na paleta de cores, que se limita apenas ao preto e branco.

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Tal decisão artística pode ser justificada devido às óbvias limitações técnicas de desenvolvimento, mas isso se apresenta no game também como um ponto forte, pois os cenários e personagens são muito bem representados pelos aglomerados de pixels na tela, além de animações que evidenciam o cuidado nestes detalhes técnicos. A trilha sonora não chama muito a atenção, mas consegue servir como um complemento para a obra.

Com um tempo de jogatina que pode somar algo entre modestas 3 e 4 horas, Minit se destaca por suas interações criativas, seja em diálogos ou quando nos deparamos com vagas informações sobre o universo, que se dá por meio de diálogos simples e divertidos e interações com o cenário. Mesmo ao nos depararmos com um game no qual o enredo não oferece nenhuma profundidade, saber um pouco mais sobre cada lugar e personagem vem como um elemento muito bem-vindo aqui.

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Diversão para poucos

O maior foco em mecânicas que exigem agilidade, planejamento de ações e tempo limitado para resolver puzzles acaba fazendo com que boa parte de Minit seja interessante apenas para jogadores que gostam de superar sucessivamente os mesmos desafios diversas vezes, retomando a ideia de repetição. Essa sensação é reforçada com a liberação de um novo mais difícil ao finalizar o jogo pela primeira vez. Justamente por essa característica, acredito que seja difícil indicar o game para os mais desavisados.

Veredito

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Minit definitivamente não é um jogo para todos. Porém, se você é do tipo que gosta de explorar cada detalhe do game e descobrir novas formas de cumprir os objetivos, é quase certo que o game lhe renderá ótimas horas de entretenimento e descobertas, em uma experiência ágil e inventiva que consegue, em diversos momentos, fugir do óbvio.

Minit está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC. No Canaltech, ele foi analisado no PC com cópia digital gentilmente cedida pela Devolver Digital.