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Análise | Horizon Chase Turbo revive estilo clássico com cheirinho de carro novo

Por| 18 de Maio de 2018 às 16h41

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Análise | Horizon Chase Turbo revive estilo clássico com cheirinho de carro novo
Análise | Horizon Chase Turbo revive estilo clássico com cheirinho de carro novo

Em 2015, chegava aos celulares e tablets com iOS e Android o game Horizon Chase. Chamando atenção desde antes de seu lançamento por conta da influência claríssima de Top Gear, um dos grandes clássicos do Super Nintendo, a ideia era trazer de volta aquela ótima e velha sensação de velocidade e controle que era tão característica do antigo jogo. Uma receita de sucesso atemporal, diga-se de passagem.

O mercado independente nacional, entretanto, é cheio de ideias desse tipo, com títulos que se inspiram no passado e acabam entregando pouco de realmente novo e relevante. O estúdio brasileiro Aquiris Game Studio, entretanto, quis ir além. Mais do que referenciar o passado, a ideia era adaptar a jogatina, trazer o que havia de melhor na produção moderna de games de forma a conquistar todo um novo público, além de reviver as emoções do passado para os mais velhos.

Se alguém tem dúvida de que a aposta foi certeira, basta olhar o que acontece neste maio de 2018, quando o título atinge o patamar mais alto de sua história. Retornando como Horizon Chase Turbo, o jogo de corrida é o primeiro título nacional a ser distribuído em mídia física pela Sony. Aquilo que já era bom na palma da nossa mão ficou muito melhor no PS4 e PC.

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Quem jogou Top Gear nos primórdios, ou qualquer outro game de corrida dos últimos dez anos, vai se sentir imediatamente em casa. Horizon Chase Turbo é simples e objetivo, sem ares de simulação ou firulas. Iniciando o game, três ou quatro cliques em menus depois, você já está jogando e, com certeza, se impressionando.

A velocidade é a palavra de ordem aqui, bem como o controle. Mais do que manter o carro certinho na pista, porém, ganha aquele que souber o momento certo de efetuar ultrapassagens e ativar o nitro, uma vez que os oponentes não têm o menor pudor em usar suas máquinas como carrinhos de trombada. Una isso às pistas vezes estreitas, vezes amplas, e você tem um desafio dos bons.

Para progressão, Horizon Chase Turbo adota um sistema de pontos que leva em conta não apenas a posição ao fim da prova, mas também a quantidade de gasolina restante e as moedinhas obtidas pelas pistas. Chegar em primeiro e de tanque cheio, claro, é o melhor, mas a ideia é que mesmo quando a performance não é das melhores, o jogador pode seguir em frente.

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Mais do que liberar pistas e novas ligas de competição em países diferentes, os pontos obtidos ao fim de cada corrida também habilitam novos carros. Se você comparar os números de aceleração, velocidade e outros atributos, as diferenças podem não parecer tão gritantes. Essa variação é sentida nos circuitos, com alguns exigindo veículos mais capazes de fazer curvas enquanto outros pedem máquinas com maior poder de arrancada ou velocidade máxima.

Entra em jogo, também, um bocado de sorte. A agressividade dos oponentes controlados pela inteligência artificial, juntamente com a exigência extrema de uma boa pilotagem em câmera lenta, ter caminhos abertos à frente enquanto os rivais brigam entre si pode levar um jogador mais facilmente à vitória. Ou, então, uma ousadia um pouco maior acaba colocando tudo à perder.

Eventualmente, o sistema de colisão pode dar aquela colher de chá ou, então, entrar no caminho de uma corrida perfeita. Não se irrite muito ao ver seu carro batendo em pedras laterais que, às vezes e de forma surpreendente, insistem em entrar na pista, pois, ao mesmo tempo, você também pode se ver atravessando carros em processo de capotamento, algo que permite que o jogador continue em uma disputa que, milésimos antes, podia estar perdida.

Com tudo isso, Horizon Chase Turbo é daqueles títulos rápidos na medida certa, mas que, também, farão com que os jogadores, muitas vezes, abusem da opção de “reiniciar”. Em um game tão veloz, só a vitória importa, e por mais que chegar em segundo ou terceiro também garanta pontos que permitem seguir em frente, estar no topo do pódio é o que realmente fará a cabeça de todos.

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Lado a lado e um contra o outro

Mais do que os gráficos, que podem chegar até à resolução 4K, ou as novas possibilidades de controle em si (com direito até a um botão de freio que, convenhamos, não é de muita utilidade em um game com essa pegada), a grande novidade de Horizon Chase Turbo é a chegada do multiplayer. E o competitivo vem da melhor maneira possível, com até quatro jogadores dividindo a tela.

A competição de sofá, como é simpaticamente chamada, não interfere na performance do game - tudo funciona bem mesmo quando a ação é intensa e vista de quatro pontos de vistas diferentes. Os cenários continuam belíssimos e representativos dos quatro cantos do mundo, trazendo variação mesmo à disputa entre um monte de gente.

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É um estilo de jogabilidade que não se vê muito mais por aí, mais um reflexo da conexão da Aquiris não apenas com o passado e o presente do mercado, mas também com o público. Em seu lançamento original, Horizon Chase praticamente implorava por um modo multiplayer, mas, claro, isso era impossível nos celulares. Agora que pode, a desenvolvedora abraça esse formato com todo o amor que há nesse mundo.

Quem não pode se reunir com os amigos também encontra novidades, na forma de um modo Ghost. Aqui, o game registra um “fantasma” da performance dos amigos e competidores online, desafiando jogadores a baterem os recordes dos outros. Isso sem falar, claro, na própria comparação de tempos em si, agora muito mais abrangente com a força das redes online das plataformas.

Fechando o rol de novidades, temos algumas pistas inéditas e novas músicas, mais uma vez compostas por Barry Leitch. O autor da trilha sonora de Top Gear estava aposentado do mundo da criação para games, mas retornou apenas para Horizon Chase e, agora, faz mais um retorno para a edição Turbo.

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E assim como a trilha sonora de Horizon Chase Turbo traz reimaginações das músicas de Top Gear, mas com características próprias, o mesmo não pode ser dito do game em si. O título da Aquiris bebe, sim, da fonte do clássico, mas faz o seu próprio trabalho e tem características o bastante para marcar, indo além de ser uma simples homenagem.

Junto com a velocidade, os belíssimos visuais e a jogabilidade ao mesmo tempo precisa e acessível, o poder de Horizon Chase Turbo está sob o capô. O game é a prova de que estar nos ombros de gigantes não necessariamente significa seguir como eles, mas sim, se apoiar nos colossos para atingir as alturas ou, nesse caso, velocidades altíssimas em um dos games de corrida mais divertidos e instigantes da atual geração, esteja você no PC, PS4 ou celular.

* Horizon Chase Turbo foi analisado no PC, em cópia digital gentilmente cedida ao Canaltech pela Aquiris Game Studio.