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Análise | DayZ e paciência não combinam; jogue deitado

Por| 07 de Maio de 2019 às 11h51

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Bohemia Interactive Studio
Bohemia Interactive Studio

Jogos de sobrevivência são antagônicos. Ou você os ama, ou você os odeia. Na verdade, ódio (e amor também, claro) é uma palavra muito forte. Vamos dizer que ou você tem paciência, ou não tem. Com seis anos de desenvolvimento sob a batuta do checo Bohemia Interactive Studio e lançado no fim de 2018, DayZ chegou com a ideia de te colocar em um mundo aberto pós-apocalíptico, onde você enfrenta zumbis vivos e outros jogadores em busca de, claro, sobreviver. Tudo muito legal no papel, mas, o que não contávamos, era com a péssima qualidade do game.

Originalmente feito para PC e depois portado para PlayStation 4 e Xbox One, o jogo é um emaranhado de defeitos. Foi difícil de apreciá-lo e ainda mais difícil de arrancar coisas positivas dele. Se a ideia é de sobreviver, a missão foi cumprida. Sobrevivemos a DayZ.

Vamos nos situar

DayZ é um jogo totalmente online. Ou seja, para jogá-lo você precisa estar conectado à internet, obrigatoriamente. Partindo desse princípio, o Bohemia criou incontáveis salas, divididas por regiões, para que os jogadores não tenham problema para entrar no mundo aberto e pós-apocalíptico de Chernarus, espaço fictício devastado por uma epidemia que se originou logo após o fim da União Soviética.

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Assim que entramos no jogo, começam os problemas. Mas, antes de chegarmos efetivamente neles, vamos ao que o jogo tem de bom: o que pode – ou não – te manter vivo. Além de se preocupar com os zumbis e demais jogadores, que podem te matar a qualquer momento, você precisa se manter hidratado, aquecido e bem alimentado. Isso é possível com a localização de suprimentos ao logo do mapa, que podem ser encontrados em casas, bases militares e hospitais. Armas de fogo e brancas, que serão os melhores métodos para mandar todo mundo pra vala, também são encontradas nesses locais. É possível caçar animais também, o que dá muita energia.

Como o mapa é bem grande, em alguns locais mais frios é necessário que o jogador adote um “estilo”, com mais roupas. Em outros, é melhor se hidratar mais e andar mais leve. Isso sem falar nas situações em que, depois de um confronto com um zumbi, você está infectado ou ferido. Se o acesso a um medicamento ou curativo não acontecer logo, adeus.

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Personalizar e organizar seus itens é bem fácil, até. O menu é intuitivo e os seus suprimentos bem divididos. Também é fácil de ver sua situação no momento com os índices que ficam na parte de baixo da tela. Seu nível de hidratação, temperatura e fôlego se alteram de acordo com o seu comportamento. Caso você esteja morrendo e perdendo sangue, a tela vai ficando cinza.

Acabou o amor

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Agora começam os problemas em DayZ, e eles só se encerram quando você morre — no jogo, claro. Os períodos de inatividade são inúmeros e demoram uma eternidade. Como adiantamos no título desta análise, ou você tem muita paciência para esse tipo de game, ou não tem. Mas em DayZ, isso extrapola os limites. Você pode dar a “sorte”, claro, de nascer em um local do mapa onde a ação está acontecendo. Caso ninguém te mate, isso é bom para achar armas e se divertir um pouco.

As mecânicas de jogo são precárias. A começar por algo que não faz o menor sentido em um jogo de sobrevivência: a troca de câmera. É possível, por meio de um toque no analógico direito, deixar o plano em primeira ou em terceira pessoa (vide vídeo abaixo). Sinceramente, para quê jogar um jogo deste tamanho com visão de FPS?

Bem, seguimos para o combate para comprovar como as mecânicas são precárias, para dizer o mínimo. Lembram de quando, de vez em nunca, ficávamos sem armas em jogos de tiro nos anos 90, tipo 007 GoldenEye, para Nintendo 64? Pois bem, essa é a sensação de socar um zumbi ou bater nele com uma barra de ferro em DayZ. Não há a menor profundidade ao atingir o inimigo. Nem mesmo o sistema de vibração do controle do Xbox nos deu algum feedback nas brigas. Foi bem frustrante.

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Isso somado ao fato de que nem de longe nos sentimos em um jogo atual. Os gráficos deixam a desejar e a queda de frames é constante, mesmo no Xbox One X. Em um jogo de sobrevivência, em que cada detalhe conta para o sucesso, esses limites técnicos irritam e atrapalham a experiência.

Jogue deitado

No manual do gamer, quando a coisa fica séria, a gente dá aquela levantada, se ajeita na poltrona e tenta retomar as rédeas da situação. Nem em momentos de mais tensão isso foi necessário em DayZ. O desânimo é tamanho que nem o “desafio” te estimula a ficar focado no jogo. Por mais que enfrentar zumbis e seres humanos para sobreviver seja um cenário que te exija toda a cautela, os problemas técnicos do game fazem com que não tenhamos o menor apetite de prosseguir.

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Mas, voltemos ao início deste texto. O gênero survivor reúne adoradores e haters. Não há meio termo. Portanto, se você aprecia esse tipo de jogo, talvez nem os defeitos técnicos de DayZ te afastem dele. Mas, nem todos os games são feitos para apenas um público. Espero, de verdade, que o Bohemia Interactive Studio possa corrigir esses problemas e que DayZ se torne mais atraente no futuro. Até lá, jogá-lo deitado será quase que uma obrigação.

DayZ está disponível para Xbox One, Playstation 4 e PC. No Canaltech, o jogo foi analisado no Xbox One X com cópia gentilmente cedida pelo Bohemia Interactive Studio.