Publicidade

Jovem é condenado a dois anos de prisão por hackear Xbox Live e Minecraft

Por| 27 de Abril de 2017 às 12h01

Link copiado!

Divulgação
Divulgação

A Justiça do Reino Unido condenou a dois anos de prisão um homem responsável por um programa usado por cibercriminosos em milhares de ataques virtuais nos últimos quatro anos.

Adam Mudd, hoje com 20 anos, criou um software chamado "Titanium Stresser" quando tinha apenas 16 anos. A plataforma oferecia diversas ferramentas que permitiam derrubar sites ou impedir o funcionamento de computadores via ataques de negação de serviço (DDoS). As autoridades contabilizaram 1,7 milhão de ataques que atingiram mais de 660 mil vítimas de vários serviços, incluindo usuários da Xbox Live e jogadores de games para PC, como Runescape e Minecraft.

Segundo Jonathan Polany, promotor do caso, mais de 112 mil pessoas estão cadastradas no Titanium Stresser. Dois anos depois de ter criado o programa, Mudd já tinha lucrado mais de 386 mil libras, das quais 307 mil foram em dólares e outras 259 em bitcoins.

Mudd também teria feito ataques por conta própria de seu quarto em Kings Langley, no condado de Hertfordshire. A polícia afirma que, entre dezembro de 2013 e março de 2015, o rapaz conduziu quase 600 ataques contra 181 vítimas. Um deles aconteceu em 2014 no West Hertfordshire College, onde o garoto estudava, e foi tão poderoso que atingiu outras 70 escolas e faculdades da região, incluindo a Universidade de Cambridge. Em depoimento, Mudd afirma ter atacado o colégio porque havia sido assaltado e nada tinha sido feito mesmo após ter relatado o ocorrido à coordenação.

Continua após a publicidade

Michael Topolski, juiz que cuidou do julgamento, declarou que Mudd afetou diversos IPs ao redor do mundo, "da Groenlândia à Nova Zelândia, da Rússia ao Chile". "Estou convencido que o ganho financeiro não foi o principal motivo [que o levou a realizar os ataques]. Ele sabia muito bem que estava cometendo um crime grave e, ao fazê-lo, arriscava sua liberdade. Mesmo assim, continuou com suas atividades ilegais por algum tempo. Não foi apenas algo para se divertir: foi um negócio sério para conseguir dinheiro", disse.

O juiz ainda afirmou que não poderia suspender a pena, como solicitou a defesa, porque precisava de uma sentença real para intimidar outros adolescentes no mundo do cibercrime. Um estudo da Agência Nacional de Crimes (NCA) constatou que a média de idade dos hackers britânicos é de apenas 17 anos, e que eles começam a praticar a partir dos 13.

Mudd, que é portador de autismo, se declarou culpado no tribunal e cumprirá sua pena em uma instituição para menores infratores.

Fonte: The Guardian