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Activision Blizzard | Bobby Kotick é reeleito em conselho administrativo
O CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, foi reeleito para o conselho de administração da empresa por mais um ano. Em meio às investigações que apontam ingerência do comando da publicadora em casos de assédio moral e sexual dentro da empresa, Kotick venceu a pressão de funcionários pela sua saída e foi reeleito pela reunião anual de acionistas nesta terça-feira (22).
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A vitória de Kotick deve ainda frear a apuração sobre a conduta do CEO em meio aos escândalos da Activision Blizzard. A publicadora decidiu que vai apenas “considerar cuidadosamente” o prosseguimento de um relatório para analisar os esforços de Kotick para lidar com casos de assédio na organização.
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A elaboração do relatório recebeu dois terços de votos a favor dos acionistas presentes na reunião. No entanto, a Activision Blizzard não precisa obedecer o resultado da votação, que é apenas consultiva. A decisão cabe ao conselho de administração, que havia orientado os acionistas a não aprovar o relatório.
“A Activision Blizzard continua profundamente comprometida com um local de trabalho respeitoso e acolhedor para todos os colegas", declarou um comunicado oficial da empresa sobre o tema.
Apesar do discurso, em uma decisão controvérsa sobre as ações da Activision Blizzard contra acusações de assédio sexual, discriminação e más condições de trabalho, 95% dos acionistas votaram contra a adição de um representante dos funcionários ao conselho de administração. Em tese, um representante da ala de desenvolvedores e empregados poderia fortalecer as investigações internas, mas criaria pontos de disputa dentro do conselho.
Activision Blizzard se diz inocente
A desenvolvedora de jogos como Call of Duty e Overwatch 2 se declarou inocente das acusações de funcionários que apontam para a existência de um ambiente de assédio generalizado na empresa.
Em uma investigação interna conduzida pelo conselho e liderada pelo ex-executivo da Dell, Gilbert Casellas, a Activision Blizzard determinou por conta própria que não existem evidências que sugiram que os altos executivos da Activision Blizzard ignoraram ou tentaram minimizar os casos de assédio de gênero.
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Além disso, a investigação sobre os anos de supostos abusos e assédios de funcionários na empresa também concluiu que a Activision foi melhor do que a média das empresas no nível de assédio e abuso sofridos pelos funcionários. De acordo com o relatório, “Sr. Casellas concluiu ainda que, com base no volume de relatórios, a quantidade de má conduta refletida é comparativamente baixa para uma empresa do tamanho da Activision Blizzard”.
Quais são as acusações contra a Activision Blizzard?
Fora do controle do conselho de administração, a Justiça da Califórnia, nos Estados Unidos, processa a Activision Blizzard por incentivar uma cultura de “frat boy” (menino de fraternidade, em tradução literal) dentro da empresa.
Os promotores apontam que, além de salários desiguais para mulheres, a publicadora convivia com assédios morais dentro dos escritórios. O processo cita que funcionárias eram submetidas constantemente a “cube crawls”, em que os homens bebem grandes quantidades de álcool e, literalmente, rastejam até as mesas das mulheres e fazem “comportamentos inadequados” em relação a elas.
Outro parágrafo do processo relata que “um supervisor homem recém-promovido delegou suas responsabilidades às suas novas subordinadas mulheres para que ele pudesse jogar Call of Duty", enquanto que "outros se recusaram a se comunicar com mulheres, preferindo se dirigir aos colegas homens para obter informações”.
O caso mais grave diz que uma funcionária cometeu suicídio durante uma viagem empresarial com seu supervisor. A mulher também havia sofrido assédio dos colegas: na última festa da empresa antes da sua morte, ela teve fotos da sua vagina vazadas e distribuídas entre os funcionários homens.
Vale lembrar que a Activision Blizzard concordou em pagar US$ 18 milhões (cerca de R$ 85 milhões, em conversão direta) a funcionários e ex-funcionários vítimas de assédio sexual e discriminação no ambiente de trabalho. O valor foi firmado em um acordo, de setembro de 2021, com a Equal Employment Opportunity Commission (EEOC, ou Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego em tradução livre), órgão que rege igualdade de gênero no trabalho nos Estados Unidos, e aprovado pela Justiça.
Fonte: Rock, Paper, Shotgun; Invent Global
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