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Activision Blizzard | Bobby Kotick é reeleito em conselho administrativo

Por| Editado por Bruna Penilhas | 22 de Junho de 2022 às 12h23

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Divulgação/Activision Blizzard
Divulgação/Activision Blizzard

O CEO da ActivisionBlizzard, Bobby Kotick, foi reeleito para o conselho de administração da empresa por mais um ano. Em meio às investigações que apontam ingerência do comando da publicadora em casos de assédio moral e sexual dentro da empresa, Kotick venceu a pressão de funcionários pela sua saída e foi reeleito pela reunião anual de acionistas nesta terça-feira (22).

A vitória de Kotick deve ainda frear a apuração sobre a conduta do CEO em meio aos escândalos da Activision Blizzard. A publicadora decidiu que vai apenas “considerar cuidadosamente” o prosseguimento de um relatório para analisar os esforços de Kotick para lidar com casos de assédio na organização.

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A elaboração do relatório recebeu dois terços de votos a favor dos acionistas presentes na reunião. No entanto, a Activision Blizzard não precisa obedecer o resultado da votação, que é apenas consultiva. A decisão cabe ao conselho de administração, que havia orientado os acionistas a não aprovar o relatório.

“A Activision Blizzard continua profundamente comprometida com um local de trabalho respeitoso e acolhedor para todos os colegas", declarou um comunicado oficial da empresa sobre o tema.

Apesar do discurso, em uma decisão controvérsa sobre as ações da Activision Blizzard contra acusações de assédio sexual, discriminação e más condições de trabalho, 95% dos acionistas votaram contra a adição de um representante dos funcionários ao conselho de administração. Em tese, um representante da ala de desenvolvedores e empregados poderia fortalecer as investigações internas, mas criaria pontos de disputa dentro do conselho.

Activision Blizzard se diz inocente

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A desenvolvedora de jogos como Call of Duty e Overwatch 2 se declarou inocente das acusações de funcionários que apontam para a existência de um ambiente de assédio generalizado na empresa.

Em uma investigação interna conduzida pelo conselho e liderada pelo ex-executivo da Dell, Gilbert Casellas, a Activision Blizzard determinou por conta própria que não existem evidências que sugiram que os altos executivos da Activision Blizzard ignoraram ou tentaram minimizar os casos de assédio de gênero.

Além disso, a investigação sobre os anos de supostos abusos e assédios de funcionários na empresa também concluiu que a Activision foi melhor do que a média das empresas no nível de assédio e abuso sofridos pelos funcionários. De acordo com o relatório, “Sr. Casellas concluiu ainda que, com base no volume de relatórios, a quantidade de má conduta refletida é comparativamente baixa para uma empresa do tamanho da Activision Blizzard”.

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Quais são as acusações contra a Activision Blizzard?

Fora do controle do conselho de administração, a Justiça da Califórnia, nos Estados Unidos, processa a Activision Blizzard por incentivar uma cultura de “frat boy” (menino de fraternidade, em tradução literal) dentro da empresa.

Os promotores apontam que, além de salários desiguais para mulheres, a publicadora convivia com assédios morais dentro dos escritórios. O processo cita que funcionárias eram submetidas constantemente a “cube crawls”, em que os homens bebem grandes quantidades de álcool e, literalmente, rastejam até as mesas das mulheres e fazem “comportamentos inadequados” em relação a elas.

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Outro parágrafo do processo relata que “um supervisor homem recém-promovido delegou suas responsabilidades às suas novas subordinadas mulheres para que ele pudesse jogar Call of Duty", enquanto que "outros se recusaram a se comunicar com mulheres, preferindo se dirigir aos colegas homens para obter informações”.

O caso mais grave diz que uma funcionária cometeu suicídio durante uma viagem empresarial com seu supervisor. A mulher também havia sofrido assédio dos colegas: na última festa da empresa antes da sua morte, ela teve fotos da sua vagina vazadas e distribuídas entre os funcionários homens.

Vale lembrar que a Activision Blizzard concordou em pagar US$ 18 milhões (cerca de R$ 85 milhões, em conversão direta) a funcionários e ex-funcionários vítimas de assédio sexual e discriminação no ambiente de trabalho. O valor foi firmado em um acordo, de setembro de 2021, com a Equal Employment Opportunity Commission (EEOC, ou Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego em tradução livre), órgão que rege igualdade de gênero no trabalho nos Estados Unidos, e aprovado pela Justiça.

Fonte: Rock, Paper, Shotgun; Invent Global